SLIDES FOTOS DE MATÉRIAS ACPRODARTE

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

MISSÕES É AJUDAR O PRÓXIMO COMO A TI MESMO.PR.ACIOLE




MISSIONÁRIOS Daniel Berg e Gunnar Vingren  podem Baixar o livro (Daniel Berg e MEMORIAS DA ASSEMBLEIA DE DEUS NO LINK ABAIXO.


A História da Assembléia de Deus no Brasil

    “[...] Pouco tempo depois de Gunnar Vingren participar de uma convenção de igrejas batistas em Chicago, essas igrejas que aceitavam o Movimento Pentecostal, ele conheceu outro jovem sueco que se chamava Daniel Berg. Esse jovem também fora batizado com o Espírito Santo.
    Após uma ampla troca de informações, experiências e idéias, Daniel Berg e Gunnar Vingren descobriram que Deus os estavam guiando numa mesma direção, isto é, o Senhor desejava enviá-los com a mensagem do Evangelho à terras distantes, mas nenhum dos dois sabia exatamente para onde seriam enviados.
    Algum tempo depois, Daniel Berg foi visitar o pastor Vingren em South Bend, Indiana (EUA). Durante aquela visita, quando participavam de uma reunião de oração, o Senhor lhes falou através de uma mensagem profética que eles deveriam partir para pregar o Evangelho e as bênçãos do Avivamento   Pentecostal. O lugar tinha sido mencionado na profecia: Pará. Nenhum dos presentes conhecia aquela localidade. Após a oração, os dois jovens foram a uma biblioteca à procura de um mapa que lhes indicasse onde o Pará estava localizado. Foi quando descobriram que se tratava de um estado do norte do Brasil”. (Adaptado de “História das Assembléias de Deus, Emílio Conde – CPAD”).

Daniel Berg e Gunnar Vingren: missionários suecos fundadores da Assembléia de Deus no Brasil

Primeiro templo da
Assembléia de Deus no Brasil
    No início do século XX, apesar da presença de imigrantes alemães e suíços de origem protestante e do valoroso trabalho de missionários de igrejas evangélicas tradicionais, nosso país era ainda quase que totalmente católico.
    A origem das Assembléias de Deus no Brasil está no fogo do reavivamento que varreu o mundo por volta de 1900, início do século XX, especialmente na América do Norte.
    Os participantes deste reavivamento foram cheios do Espírito Santo da mesma forma que os discípulos e os seguidores de Jesus durante a festa Judaica do Pentecostes, no início da Igreja Primitiva (Atos 2). Assim, eles foram chamados de “pentecostais”.
    Exatamente como os crentes que estavam no Cenáculo, os precursores do reavivamento do século 20 falaram em outras línguas, que não as suas originais, quando receberam o batismo no Espírito Santo. Outras manifestações sobrenaturais, tais como profecia, interpretação de línguas, conversões e curas, também aconteceram.
    Quando Daniel Berg e Gunnar Vingren chegaram a Belém do Pará, em 19 de novembro de 1910, ninguém poderia imaginar que aqueles dois jovens suecos estavam para iniciar um movimento que alteraria profundamente o perfil religioso, e até social, do Brasil por meio da pregação de Jesus Cristo como o único e suficiente Salvador da humanidade e a atualidade do Batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais. As igrejas existentes na época – Batista de Belém do Pará, Presbiteriana, Anglicana e Metodista – ficaram bastante incomodadas com a nova doutrina dos missionários, principalmente por causa de alguns irmãos que se mostravam abertos ao ensino pentecostal. A irmã Celina de Albuquerque, na madrugada do dia 18 de junho de 1911, foi a primeira crente a receber o batismo no Espírito Santo, o que não demorou a ocorrer também com outros irmãos.

Segundo templo da
Assembléia de Deus no Brasil
    O clima ficou tenso naquela comunidade, pois um número cada vez maior de membros curiosos visitava a residência de Berg e Vingren, onde realizavam reuniões de oração. Resultado: eles e mais dezenove irmãos acabaram sendo desligados da Igreja Batista. Convictos e resolvidos a se organizar, fundaram a Missão de Fé Apostólica em 18 de junho de 1911, que mais tarde, em 1918, ficou conhecida como Assembléia de Deus.
    Em poucas décadas, a Assembléia de Deus, a partir de Belém do Pará, onde nasceu, começou a penetrar em todas as vilas e cidades até alcançar os grandes centros urbanos como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.
    Em virtude de seu fenomenal crescimento, os pentecostais começaram a fazer diferença no cenário religioso brasileiro. De repente, o clero católico despertou para uma possibilidade jamais imaginada: o Brasil poderia vir a tornar-se, no futuro, uma nação protestante.
Fonte: CPAD - Casa Publicadora das Assembléias de Deus (www.cpad.com.br)
Daniel Berg e Família

Gunnar Vingren e Família




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TERÇA, 08 de JANEIRO de 2013

ESTUDO BÍBLICO SOBRE MISSÕES.

“Mas recebereis virtude do Espírito Santo, Deus há de vir sobre vós, e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até os confins da terra”. (Atos 1:8)
1:8- O Plano e Promessas finais de Jesus em cinco referências do Novo Testamento, Jesus incube diretamente seus discípulos a ir e pregar o evangelho a todo o mundo (Mt. 28:18-20; Mc. 16:15-18; Lc. 24:45-48; Jo 20:21-23; At. 1:8). Aqui sua grande Comissão é precedida pela promessa do derramamento do Espírito Santo. A permissão para a evangelização mundial está inseparavelmente ligada a essa promessa. Há uma necessidade obvia de poder se as pessoas perceberem completamente o evangelho. Mas, antes disso, outro assunto aguarda resolução. O Espírito veio para nos convencer a ir. Precisamos do poder de Deus para servi-lo de maneira eficaz, para curar os doentes e para libertar aqueles possuídos por espíritos imundos. Mas primeiro devemos receber a primeira unção.
PODER PARA AGIR – PARA IR ENTÃO ELE DARÁ:
1-Poder para encontrar os perdidos;
2-Autoridade para declarar ousadamente Jesus como o Filho de Deus;
3-Poder para estabelecer sua Igreja local e mundialmente. As fronteiras de expansão pretendidas, estão claras: - Jerusalém (local) Judéia (nacional) Samaria (cultural) e “os confins da terra” (internacional). O último mandamento de Jesus aponta para seu poder e caminhos para a evangelização mundial.
A comissão mundial foi dada a toda a igreja em todas as épocas até o fim dos tempos.
O objetivo único dos cristãos era e é levar os homens ao conhecimento da salvação em Jesus Cristo.
MISSÃO: Palavra proveniente do latim (mission) Transmissão consciente e planejada das Boas Novas do evangelho de Cristo além das fronteiras nacionais e culturais.
O anuncio do evangelho é a maior exposição da vontade divina para toda a humanidade descrita claramente em João 3:16 “E DEUS AMOU O MUNDO DE TAL MANEIRA, QUE DEU O SEU PRÓPRIO FILHO A TODO AQUELE QUE NELE CRÊ, NÃO PEREÇA, MAS TENHA VIDA ETERNA”
Suzana Wesley mãe do grande pregador e fundador do metodismo João Wesley, disse “se eu tivesse vinte filhos, regozijar-me-ia em consagrar todos eles a obra missionária, ainda que fosse co a certeza de nunca voltar a vê-los”.
O grande pregador (João Wesley) sempre dirigia a Deus está oração: “Senhor, não me deixes viver até chegar a ser inútil”. Um grande homem que viveu para missões e a pregação do evangelho. Este é um grande exemplo para a Igreja Brasileira e os tempos modernos, onde muitas pessoas estão dispersas para com a obra de Deus.
George F. Vicedom aproxima-se muito do pensamento Bíblico quando diz: “A Bíblia em sua totalidade designa apenas uma intenção de Deus: salvar a humanidade”.
DEFINIÇÕES SOBRE MISSÕES
Missões é a objetivação Progressiva do Propósito eterno e Benevolente de Deus que se origina em seu próprio ser e caráter e envolve todas as eras, raças e gerações.
Missões é a efetivação Histórica da Salvação de Deus obtida em nome de toda a humanidade através de Cristo Jesus devido a sua encarnação, morte e ressurreição. Oferece o perdão dos pecados, e uma nova e dinâmica vida para todos os que acreditam nele como o eterno Filho de Deus e Salvador da Humanidade.
Missões é a realização prática da obra do Espírito Santo neste mundo em nome do eterno Propósito de Deus e da aplicação efetiva da salvação, obtida através de Cristo Jesus nas vidas de inúmeros Indivíduos, Tribos, Povos e inúmeras Famílias: Dessa forma, missão está relacionada ao Deus Trino e Uno.
A TAREFA MISSIONÁRIA
A tarefa missionária está essencial e supremamente comprometida com o Espírito Santo. Assim como a salvação originou-se no eterno plano de Deus e foi obtida Historicamente na pessoa e obra de Cristo, o eterno Filho de Deus, a administração e efetivação da salvação foram encarregadas ao Espírito Santo. Apenas o Espírito Santo pode tornar real, experimentalmente, a salvação obtida no Calvário.
A TAREFA missionária é feita por fé. Deus ordenou que o cristianismo fosse uma religião de fé. A obra missionária verdadeira e bem-sucedida, portanto, pode ser feita apenas por homens de fé, que conhecem Deus e tem aprendido a se apropriar das promessas de Deus.
A tarefa missionária foi dada por Deus, para que fossemos o sal da terra e a luz do mundo.
UM DISCÍPULO DE CRISTO É UMA PESSOA CRISTÃ:
1-Que vive uma vida de consciência e constante identificação com Cristo:
(a)-na vida, morte e ressurreição.
(b)- em palavras, comportamento, atitudes, motivos e propósitos.
2-Que compreende absolutamente o direito de Cristo sobre sua vida.
3-Que abraça vivamente a salvação de Cristo.
4-Que se deleita no domínio de Cristo.
5-Que vive das fontes permanentes de Cristo.
6-De acordo com o padrão e o propósito de Cristo já estão gravados na mente.
7-Com o objetivo de Glorificar seu Senhor e Salvador.
O CRISTÃO E O MUNDO
O Cristão vive no mundo, mas não é do mundo (Jo 17:14).
Esta primícia dinâmica, deve ser relevante no comissiona mento de cada Cristão.
Pois devemos levar a Cristo em nossas vidas.
Externar nossa fé através das Boas Novas (evangelho).
Em Jerusalém, Judéia, Samaria e até os Confins da Terra.
Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma (Lc. 9:25; Cf Mt. 16:26) o mundo exerce uma atração sobre todos nós, como um suposto tesouro que vale a pena conquistar e possuir. Se Deus fosse tudo para nós, o mundo nada valeria (Tg. 4:4). O famoso filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard advertiu, há mais de um século: “no dia em que o cristianismo e o mundo tornarem-se amigos, o cristianismo deixaria de existir”.
Exemplificando as ações deste mundo, C.S Lewis: “Se desse a um transeunte em Londres a opção entre uma refeição num bom restaurante e a garantia de chegar ao céu, seguramente ele escolheria a refeição”.
Compartilhar nossa fé: Por que? Há pelo menos seis razões que nos competem compartilhar nossa fé em Cristo com aqueles que nunca experimentaram uma nova vida em Cristo.
(A)-Porque Deus nos mandou que o fizéssemos as falas finais de Jesus enquanto estava na terra (At. 1:8) e também a Bíblia (Ap. 22:17) falam sobre isto.
(B)-Porque é uma forma de demonstrar nosso amor por Deus. Cristo disse que, se verdadeiramente o amarmos, nós guardaríamos seus mandamentos (Jo 14:15).
(C)-Todos pecaram (Rm. 3:10-23).
(D)-Porque o nosso compartilhar é o método escolhido por Deus para que as pessoas saibam sobre ele. Ele poderia ter usado os anjos, mas não o fez. Somente pecadores redimidos podem contar aos perdidos a respeito de Cristo veja Rm. 10:14-17; At. 8:3.
(E)-Porque Deus deseja que todos sejam salvos (At. 4:12; 2Pe. 3:9; 1Tm. 2:4).
(F)-Porque, um dia alguém compartilhou sua fé conosco. Pode ter sido um professor de Escola Bíblica Fiel ou um Pastor de Deus, ou um Pai, ou Mãe de oração. Em outras palavras, eles têm o direito de esperar que façamos o mesmo em relação aos outros.
EXISTEM NO MUNDO MAIS DE 22.000 POVOS ÉTNICOS, COM MAIS DE 8 MIL LÍNGUAS DIFERENTES.
1)-A Bíblia foi traduzida para menos do que mil línguas no mundo, ou seja, pouco mais de 5% do total de línguas.
-ore para que Deus levante pessoas para trabalhar na tradução da Bíblia em outras línguas.
No Brasil existem estados como Roraima e Rio Grande do Norte com menos de 2% de Evangélicos.
-ore para que Deus levante obreiros para Seara Norte e Nordeste.
Existem no mundo mais de 200 milhões de Cristãos perseguidos.
-ore para que Deus conforte, nossos irmãos que sacrificam a sua vida por Cristo.
BASE BÍBLICA DE MISSÕES
1)-Pentateuco
-A Gênesis da Obra Missionária:
“(...) Este te ferirá a cabeça...” (Gn. 3:14,15).
-Abraão, Isaque e Jacó:
“(...) Em ti serão benditas todas as famílias da terra” (ou todas as clãs = todas as etnias da terra) (Gn. 12:3; 26:4; 28:14).
-Deus fala com a nação (Israel):
“(...)Sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha” (Ex. 19:5).
2)-Livros Históricos:
-Partindo as Águas (Mar Vermelho e Rio Jordão):
“Porque o Senhor, vosso Deus, fez secar as águas do Jordão diante de vós...”
Afim quê? “Para que todos os povos da terra conheçam que a mão do Senhor é forte, a fim de que temais ao Senhor, vosso Deus...”,(Js.4:23,24).
-Porque razão Deus permitiu que o gigante Golias desafiasse o pequeno Davi?
“(...) E toda a terra saberá que há Deus em Israel” (I Sm. 17:45,46).
-A Dedicação do Templo Construído por Salomão:
“Também ao estrangeiro que, (...) vier de terras remotas, (...) e orar, voltado para esta casa, ouve tu nos céus, lugar da tua habitação...” A fim de quê? “ Todos os povos da terra conheçam o teu nome...” (I Rs. 8:41,43).
3)-Livros Poéticos:
-Existem mais de 100 declarações nos Salmos sobre o propósito de Deus para as nações. Algumas delas são:
“Pede-me e eu te darei as nações por herança...” (Sl. 2:8).
“Seja Deus gracioso para conosco, e nos abençoe...” Para quê? “Para que se conheça na terra o teu caminho; em todas as nações, a tua salvação (...) e todos os confins da terra o temerão” (Sl.67:1, 2, 7).
“Anunciai entre as nações a sua glória, entre todos os povos as suas maravilhas” (Sl. 96:3).
4)-Profetas Maiores:
-Os profetas chamavam o povo para voltar a visão mundial:
“Olhai para mim, e sede salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro” (Is. 45:22).
“(...) Também te dei com luz para os gentios, para ser a minha salvação até à extremidade da terra” (Is. 49:6).
-Os reis Nabucodonosor e Dario pareciam liberar o Conselho Missionário de seus países, a julgar pela visão e conteúdo de algumas de suas mensagens:
“(...) Eu, Nabucodonosor, levantei os olhos ao céu, (...) e bendisse ao Altíssimo (...).
Todos os moradores da terra são por ele reputados em nada; e segundo a sua vontade ele opera com o exército do céu e os moradores da terra...” (Dn. 4:34, 35).
“Então o rei Dario escreveu aos povos, nações e homens de todas as línguas, que habitam em toda a terra: Paz vos seja multiplicada! (...) Em Daniel; porque ele é o Deus vivo e que permanece para sempre (...). Ele livra e salva, e faz maravilhas no céu e na terra; foi ele quem livrou Daniel do poder dos leões” (Dn. 6:25,27).
-Daniel na cova dos leões:
“Então o rei se alegrou sobremaneira e mandou tirar a Daniel da cova (...). Faço um decreto pelo qual em todo o domínio do meu reino os homens tremam e temam perante o Deus de Daniel; porque ele é o Deus vivo e que permanece para sempre; o seu reino não será destruído, e o seu domínio não terá fim.” (Dn. 6:23, 26).
-Quem influenciou a vida desses homens?
Vejamos o relato de Daniel: “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o filho do homem, e dirigiu-se ao Ancião de dias, e o fizeram chegar até ele. Foi-lhe dado domínio e glória e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído.”
5)-Profetas Menores:
-Deus chamou Jonas para uma outra nação:
“Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive, e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim.” (Jn. 1:2). Deus está preocupado com outros povos.
-Habacuque – Em meio à crise? Olhe para as nações!
“Vede entre as nações, olhai, maravilhai-vos, e desvanecei, porque realizo em vossos dias obra tal, que vós não crereis, quando vos for contada.” (Hc. 1:5).
II. BASE BÍBLICA NO NOVO TESTAMENTO
1.Os quatro Evangelhos:
-Jesus ao purificar o Templo:
“(...) A minha casa será chamada de oração, para todas as nações. (=todas as etnias)...” (Mc. 11:17).
-O nascimento de Jesus e o cântico de Simeão:
“... Porque os meus olhos... salvação, a qual preparaste diante de todos os povos; luz para revelação aos gentios (=etnias)...” (Lc. 2:30, 32).
-A Grande Comissão:
“ Ide (= indo), fazei discípulos de todas as nações (= todas as etnias)...” (Mt. 28:19). Ide é poreutentes em grego, e significa “partir”, “deixar”, “atravessar fronteiras” (Tomas Reginald Houver).
“E que em seu nome se pregasse... a todas as nações (etnias)...” (Lc. 24:47).
2.Jesus Atravessou Diversas Barreiras/Fronteiras:
-A Fronteira Dimensional – a fronteira da própria encarnação:
(a) O nascimento de Jesus foi a encarnação de Deus;
(b) Fronteira da identificação profunda com as pessoas;
(c) Fronteira da aculturação.
-A fronteira do Exílio:
(a) Quando nenê, Jesus teve que ir para o Egito (Mt. 2:13);
(b) Em Atos 8, as pessoas são obrigadas a deixar Jerusalém;
(c) Existem, aproximadamente, 20 milhões de refugiados no mundo.
-A fronteira da Pobreza:
“(...) De Nazaré pode sair alguma coisa boa?...” (Jo 1:46, 47).
“Vinte e seis milhões de pessoas correm risco de morte no Sudão, Etiópia, Somália, Malawi, Angola e Moçambique.”
“Doze milhões de recém-nascidos morrem todos os anos, por causa dos efeitos da subnutrição nos países em desenvolvimento.”
“100 milhões de crianças vão para a cama famintas, todas as noites.”
-A Fronteira do submundo:
Em Mateus 4:12- 25, Jesus vai morar na Galiléia.
-A Fronteira da Geografia da Amargura:
Jesus visitou Samaria. Qual será a nossa fronteira? Quem será a nossa “Samaria”?
-A Fronteira Pagã:
Ele foi a : Fenícia, Gadara (Mt. 8:28), e Cesaréia de Filipe (Mt. 16:13). Jesus aproximou-se dos “inaproximáveis”.
-A Fronteira Sócio-econômico-religiosa:
Marcos 5 nos fala do trânsito.
-A Fronteiras Geográficas:
Em Lucas 4 e Mateus 13, Jesus vai a Cafarnaum: “Galiléia dos Gentios”.
-A Fronteiras Sociais:
Três vezes, Jesus foi à casa de um fariseu (Lc. 7:36; 11:37; 14:1).
Uma mulher pecadora ungiu os pés de Jesus (Lc. 7:37, 38).
-AS Fronteiras Religioso-Culturais:
Fez de um samaritano um herói (Lc. 10:29-37).
Dos 10 leprosos, o único que voltou para agradecer era samaritano (Lc. 17:11-19).
À beira do poço de Jacó, Jesus pregou para uma mulher samaritana (João 4).
3.O Livro de Atos
-Pentecostes:
“Ora, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, vindos de todas as nações (= de todas as etnias) debaixo do céu.” (Atos 2:5).
-A Pregação de Paulo em Antioquia:
“Porque, na verdade, tendo Davi servido à sua própria geração, conforme o desígnio de Deus, adormeceu...” (At. 13:36).
4.As cartas às Igrejas
-Os quatro “como” de Romanos:
“Como invocarão?... Como crerão?... Como ouvirão?... E como pregarão?...” (Rm. 10:14, 15).
-As Lições de Três Igrejas:
1-Éfeso (30 anos depois) – A igreja que deixou o primeiro amor (AP. 2:1-7).
Amar o Senhor Jesus é o segredo para não perder a visão.
2-Filipos- A igreja que cooperou com o ministério de um missionário.
Cooperação: característica de uma igreja madura. Exemplos de cooperação:
(a)”Dou graças ao meu Deus (...) pela vossa cooperação no evangelho desde o primeiro dia até agora.” (Fp. 1:3-5);
(b)nas tribulações e nas crises (Fp. 1:7);
(c) nas orações (FP. 1:19);
(d) ao enviar Epafrodito – um companheiro de lutas (Fp. 2:25);
(e) contribuindo financeiramente (FP. 4:10-20).
3.Tessalônica – A Igreja em Ação. Nossa necessidade hoje.
(a) uma vida espontânea: “Porque de vós repercutiu (I Ts. 1:8).
(b)uma vida de dependência: “(...)Não há necessidade de que eu vos escreva...” (I Ts. 4:9).
“(...)Não há necessidade de que eu vos escreva.” (I Ts. 5:1).
(c)uma vida de imitação: Paulo era um pai andando na neve.
BIBLIOGRAFIA
Bíblia de Estudo Plenitude – SBB-2001
Bíblia de Estudo das Profecias – SBB-2001
O Mundo da Carne e o Diabo – vida nova- 2001
Teologia Bíblica de Missões – CPAD- 2000
João Wesley – sua vida e obra – vida -1997
Dicionário Teológico – CPAD – 1996
Missões até a última fronteira – Kaíros – 1998
Base Bíblica de Missões – (Apostila da Missão Avante) 

Qual a missão que você tem para mim, hoje? (parte 1)

Missão: Função ou poder que se confere a alguém para fazer algo, encargo,comissão diplomática, obrigação ou dever.
Havia nos anos 80 um seriado que ficou muito famoso por apresentar 3 espiãs belíssimas que se chamavam “as panteras”. Creio que muitas pessoas conhecem este seriado.
Neste seriado além das “belas” espiãs que embelezavam o seriado,havia em cada episódio uma missão a ser cumprida pelas justiceiras e o que não faltava era aventura em cada missão.
Muitos podem me perguntar: Ok, mas o que isso tem a ver com missão e comigo, como cristão?
Meus amados,enquanto escrevia este artigo algo me fez lembrar da minha infância e deste seriado, mas principalmente da cena onde elas se reuniam no começo do seriado para perguntar aos “boss “(o chefe), qual seria sua próxima missão.
Sabe, nós como crentes também temos missões a cumprir a cada dia. Porém, tenho visto na presente geração que muitas pessoas por não terem uma vida de oração e busca a Deus acabam não sabendo qual a sua missão como cristão. Acabam não sabendo qual a missão que o Senhor, (“o chefe das nações” -Jr 31:7) tem para elas.
Diz a palavra de Deus:
O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do SENHOR.(Pv 16:1)
Todos nós como crentes temos “pelo menos” uma missão a cumprir, ou seja, evangelizar.
Como diz as Escrituras:
E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura(Mc 16:15)
E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas;
Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão.(Mc 16:17-18)
Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.(Mt 28:19-20)
Embora essa missão em comum, pregar a mensagem evangélica, devemos entender que existem missões específicas para cada indivíduo ou grupo em cada localidade, de acordo com o chamado de cada um.
Estas foram algumas ordenanças que o Nosso Senhor Jesus nos comissionou.
Comissionado é todo aquele que tem ou recebe uma comissão.
Muitas pessoas se acham comissionadas para a obra de Deus, porém nem todos que \”se acham\” comissionados cumprem e andam de acordo com a vontade de Deus
Paulo escreve aos Efésios dizendo:
Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor. (Efésios 5:15-17)
O Exemplo da missão de Paulo
“E, agora, constrangido em meu espírito, vou para Jerusalém,não sabendo o que ali me acontecerá.” Atos 20.22
No corpo de Cristo cada membro desempenha uma função. Isso quer dizer que cada um possui uma missão a cumprir. Tenhamos como exemplo o apóstolo Paulo. Sua missão , entre outras, era levar as boas novas aos gentios. Embora sendo judeu teve como missão principal ser um implementador(apóstolo) de igrejas e edificador das mesmas. O interessante sobre a vida de Paulo é que ele era guido pelo Espírito Santo, em suas missões.
Certa vez ele foi impedido de ir a certo lugar( a Àsia) junto com seus companheiros (At 16:6-7). Em outra o Espírito do Senhor o incumbiu de ficar numa cidade, sem temer, nem se calar, pois havia muito povo na cidade para ouvir a palavra, ficando ali 1 ano e seis meses (At 10:9-11). Também em outra o Senhor dissera a Paulo sair da cidade de Jerusalém, pois não ouviriam a palavra de Deus(At 22:18).
Enfim, Paulo não fazia suas missões por vontade própria, mas por vontade divina ele era direcionado pela Espírito e não pela sua carne.
Paulo não ultrapassava a esfera do limite que Deus havia dado a Ele.
Também não se vangloriava por isso. (2 cor 10:13). Ele sabia para onde ia e para quem ia pregar e não lançava fundamento onde já existia igreja, nem em trabalho alheio (Rm 15:20).
Devemos da mesma maneira ser guiados pelo Espírito, sabendo aonde ir e como ir.
Infelizmente muitos crentes tem ido fora dos limites que o Senhor estabeleu para eles, cumprindo missões que não lhe foram ordenadas. Existem muitos lugares não alcançados ainda porque muitos lideres consultam a sua própria carne. (Gl 1:16). É por isso que existe muitas dissenções e divisões na Igreja, pois o que foi consultado foi a própria carne.
E por colocarem o homem no centro e verem seus interesses acima da vontade de Deus é que a Igreja do Senhor tem sida direcionada sem a ação direta do Espírito em muitos lugares. O que mais se tem se ouvido no meio evangélico é a expressão \”meu ministério\” de uma forma mais egocentrica do quie cristocentrica, fazendo com que \”o meu ministério\” esteja acima do ministério de Cristo.
]
É por isso que existe esse tipo de meninice espiritual em nosso país,pois muitos crentes estão fundamentados em homens e nas sua doutrinas e a palavra diz que ninguém pode colocar sob o fundamentos que é Cristo. (1 Cor 3:1-11).
Por isso é necessário que venhamos a pedir ao Espirito Santo o direcionamento como foi com Paulo e outros profetas de Deus
Diz a palavra de Deus:
“Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus” (Rm 8.14).
E o SENHOR te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares áridos, e fortificará os teus ossos; e serás como um jardim regado, e como um manancial, cujas águas nunca faltam. (Isaías 58:11)
História de Missões Mundiais
INTRODUÇÃO
“... e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”. At 1.8b.

Segundos antes da ascensão do Senhor Jesus Cristo, os discípulos ali reunidos ouviram de seus lábios a ordem de anunciá-lo até os limites da terra. Contudo, quase 2000 anos passaram-se e essa tarefa é ainda inacabada. Observamos nos últimos anos, o despertar de nossas igrejas por Missões e grande procura de livros, que possam criar uma visão mais bíblica e global do trabalho missionário transcultural. Excelentes livros têm sido escritos sobre este tema, mas é muito difícil documentar tudo, pois houve pessoas anônimas que foram usadas por Deus para serem canal de benção que não temos nenhum dado. Neste trabalho de pesquisa, falaremos sobre o avanço do cristianismo ao redor do mundo e abordaremos também, a HISTÓRIA DAS MISSÕES. Três religiões denominam-se desde o começo, missionária e universalista: “Budismo”, “Cristianismo”, e o “Islamismo”. O Budismo tem sido sempre uma religião oriental. Extinguindo-se na sua terra de origem, a Índia. Difundiu-se à Norte, Sul, Leste e muito pouco à Oeste. O Islamismo, desde o princípio é a religião do deserto, destacando-se no Oriente Médio, prolongando-se em todas as direções, de Marrocos à China Ocidental, da Albânia à Indonésia e de uma forma eficaz na África Tropical. O Cristianismo foi à única religião que realmente conseguiu transforma-se em universal. Contudo, isto não significa, que todas as pessoas da terra se tenham tornado cristãs. Embora saibamos essa verdade, temos de afirmar também, que não existe nenhuma religião no mundo, que não haja vista partidários seus converterem-se ao Cristianismo. A igreja primitiva era do tipo genuinamente missionária. Havia os que trabalhavam de tempo completo, como Paulo e Barnabé, destinados a liderar a obra missionária. Paulo tinha seus auxiliares, aos que ensinava e que por sua vez fundavam Igrejas. Ex. Epáfras em Colossos, Cl 1.7. Em virtude da perseguição após a morte de Estevão, espalharam a pregação pelo mundo, Atos 8.4. Mas, não eram estes os únicos missionários voluntários. Quando Paulo chegou a Roma, foi recebido por crentes e não sabemos como eles surgiram na cidade. Alguns dos cristãos eram escravos, como sabemos pelas epístolas de Paulo, estes eram deslocados por toda à parte, acompanhando as comitivas dos seus senhores. Outros eram mercadores e viajavam em razão do interesse de seus negócios. Sabe-se com certeza, que cada cristão era uma testemunha de Cristo. Onde existisse um cristão, havia uma fé ardente, viva e em breve uma comunidade cristã em expansão. No segundo século, havia três centros importantes de vida cristã no mediterrâneo: Antioquia, Roma e Alexandria. Acerca da fundação da Igreja de Antioquia, Lucas não menciona nenhum nome. A Igreja de Roma, provavelmente tenha sido organizada por Pedro e Paulo. Em relação à Igreja de Alexandria, alguém afirma ser o Evangelista Marcos, seu fundador. Porém até agora existe qualquer prova histórica neste sentido. Indiscutivelmente, Missões foi a maior glória da igreja dos primeiros tempos. A igreja era o corpo de Cristo, habitado pelo Espírito Santo. E aquilo que Cristo começou a fazer continuou, com o objetivo de ao longo dos dias chegar aos recantos mais longínquos da terra.

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AS DEZ ERAS DA HISTÓRIA REDENTIVA
Encontramos no livro de Gênesis em seus onze capítulos iniciais três fatos, a saber: 1.1. Uma criação original, gloriosa e boa, Gn 1.31; 1.2. A entrada de um poder rebelde, maligno e sobre humano, Gn 3.1-13; 1.3. O envolvimento do homem nesta rebeldia e mantido sobre o poder deste mal, Gn 6.1-7. Porém, em todo o restante da Bíblia, até Apocalipse, deparamos com um único drama: A entrada do reino, do poder e da glória de Deus dentro deste território ocupado pelo inimigo. Neste trabalho redentivo de Deus para a humanidade, vemos as dez eras, as quais chamamos de “As dez Eras da História Redentiva”, trazendo consigo o seguinte tema: “ A graça de Deus que intervém na história a fim de derrotar o inimigo”. Atentaremos rapidamente para o que ocorreu em cada uma das dez eras, sabendo que todas somam um período de 4.000 anos. a. Na 1a era: Abrão foi escolhido em Gn 12.1-3. O mesmo mandamento foi dado à Isaque em Gn 26.1-5, à Jacó em Gn 28.10,15, e José tranqüilizou seus irmãos dizendo: “ Vocês me venderam, mas Deus me enviou”, Gn 4.4 -8. Ele se tornou uma Bênção para o Egito. Até mesmo faraó reconheceu, que José estava cheio do Espírito Santo, Gn 41.38. Porém, esta não foi à obediência missionária intencional que Deus desejava. Na 2a era, dá-se o cativeiro, 70 anos Israel é escravizado pelo rei da babilônia, Nabucodonozor, Jr 25.9-11; 29.1,4,10; 2Cr 36.18-21; Ed 5.12. Na 3a era, Deus começa a usar os Juizes para lutar em favor do povo, Jz 1.16; Na 4a era, Deus começa a contar com reis em Israel, 1Sm 8; 2Cr 36; Na 5a era, dá-se o segundo cativeiro e a diáspora; Na 6a era, Roma foi conquistada, mas não estendeu o evangelho aos povos bárbaros, celtas e godos. Quase por castigo, Roma foi invadida pelos godos e toda parte ocidental do império foi desmoronada. Na 7a era, os godos foram evangelizados, mas não levaram o evangelho mais ao Norte; Na 8a era, novamente quase por castigo os vikings invadiram a região dos celtas e godos cristãos e os vikings se tornaram cristãos em meio a esse processo. Na 9a era, a Europa, pela primeira vez mudou na fé cristã, se lançou a um exercício de pseudomissão aos serracenos e se dirigiu ao oriente mais distante como conseqüência do grande fracasso das cruzadas.

b. c. d. e. f.

g. h. i.

M Na 10a era, a Europa atingiu então aos confins da terra, mas com motivações muito confusas. 2EV “Deus realiza sua vontade através da obediência voluntária de seu povo, mas quando necessário realiza o seu querer através de meios involuntários”.

José, Jonas, Ezequiel, Gideão, são exemplos da obra missionária involuntária na Igreja no Antigo Testamento. Notamos em cada era, Deus preocupado em levar avante sua missão, com ou sem interesse da sua Igreja. A nação escolhida por Deus para receber e mediar bênção, Ex 19.3-8; Dt 28.8-14; Sl 67.1,2; 96.1-3; Is 49.6, se afastaram bastante desse ideal. Havia em Jerusalém muitos estudantes fanáticos da Bíblia, contudo o objetivo principal de cada um era muito mais
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sustentar e proteger a nação de Israel do que ser uma bênção para as demais nações. Elas não se preocupavam com que seus convertidos fossem circuncidados no coração, Jr 9.24-26; Rm 2.28,29.
“ Os que são abençoados não parecem muito ansiosos em compartilhar as bênçãos recebidas, porém, se insistirmos em guardar para nós as bênçãos ao invés de compartilhá-las, então, da mesma maneira que Deus agiu com as nações negligentes, teremos que perder nossas bênçãos para os outros. Deus continua no propósito de usar sua igreja para alcançar o mundo. O reino não poderá parar por nossa causa, Mt 24.14”.


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PERÍODO DA HISTÓRIA MISSIONÁRIA
Os evangélicos têm refletido bastante sobre tendências na história e sobre o relacionamento deles com acontecimentos vindouros. Notamos que as pessoas estão abertas a uma maneira de encarar a vida, a de viver do tipo, “p ara onde vamos”. Todavia, os cristãos ainda fazem pouquíssima ligação entre o debate sobre profecias e eventos futuros e o debate sobre missões. Eles vêem a Bíblia como um livro de profecias, tanto em relação ao passado como ao futuro.“ A Bíblia toda é um livro missionário... o ponto central do enredo e que une todas as partes é a execução de um propósito missionário que é gradual e vai se revelando aos poucos”. Todos precisamos entender, que a História das Missões, começa bem antes da grande comissão, mais uma vez lembramos, que Deus falou a Abrão em Gn 12.1-3, que iria abençoálo e que seria uma bênção para todas as famílias da terra. O apóstolo Pedro citou essa passagem no dia em que falou no templo, At 3.25. Paulo repetiu-a em sua carta aos Gálatas, Gl 3.8. No entanto alguns comentaristas da Bíblia interpretam que somente a primeira parte do versículo poderia Ter começado imediatamente. Concordamos que Abrão ia rapidamente ser abençoado por Deus e somente depois de 2000 anos poderia se tornar uma bênção para todas as famílias da terra. Pensam eles, que Cristo precisava primeiramente vir e entregar a Grande Comissão. Precisamos sempre lembrar, que o mandamento missionário foi dado para Israel e a nós, Gn 12.1-3; Mt 29.19-20. Muitos que já receberam em sua vida a bênção da salvação em Cristo Jesus de um modo especial podem escolher resistir e tentar abafar qualquer idéia de obrigação ser uma bênção a outros. Mas, essa não é à vontade de Deus: “ Aquele a quem muito for dado, muito se lhe pedirá”, Lc 12.48. esse mandato tem sido ignorado a maior parte do tempo desde os apóstolos. Mesmo nossa tradição protestante reprimiu essa ordem durante mais de 250 anos, preocupando-se só com si mesma e com as bênçãos que ia receber, até um jovem de grande fé e capacidade de suportar as provações surgiu no cenário, William Carey. 2.1. Primeiro Período Um homem sapateiro inglês, chamado “ O Pai das Missões Modernas” nasceu em 1761, na cidade de Paulerspury, perto de Northampton, Inglaterra. Teve uma infância rotineira, não podendo tornar-se jardineiro devido problemas persistentes de alergias. Aprendeu a profissão de sapateiro aos 16 anos e trabalhou nela até aos 28. Converteu-se na adolescência, associando-se a um grupo de Dissidentes Batista, dedicando seus momentos de folga ao estudo bíblico. Em 1781, quando estava para completar 20 anos, casou-se com a cunhada de seu patrão, Dorothy, a qual era cinco anos mais velha que ele. Apesar das dificuldades econômicas William Carey, não desistiu de seus estudos e da pregação leiga, em 1785 foi convidado a pastorear uma Igreja Batista. Durante o seu pastorado foi despertado para missões e desenvolveu uma perspectiva bíblica sobre o assunto, convencendo-se de que missões estrangeiras eram a responsabilidade principal da Igreja. Quando muitos na época criam, que a Grande Comissão fora dada somente aos apóstolos e a conversão dos pagãos não era problemas deles. Porém as idéias de Carey eram revolucionárias e quando as apresentou a um grupo de ministros, alguém replicou: “ Jovem sente-se. Quando Deus quiser converter os pagãos Ele o fará sem a sua ajuda ou a minha”.
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Porém, Carey recusou-se calar, publicando um livro de 87 páginas que teve conseqüências de longo alcance, intitulado: “ Uma inquisição sobre a responsabilidade dos cristãos em usarem meios de conversão dos pagãos”. Com muita insistência, os ministros decidiram fundar uma junta de missões, a qual recebeu o nome de: “ Sociedade Batista Missionária” e por esta junta William Carey, foi comissionado à Índia, sendo por causa disto chamado de louco por seu próprio pai e observando a recusa de sua esposa em partir com ele. Todavia, ele estava disposto a partir mesmo sozinho, como o fez. Entristecido viajou deixando esposa e filhos, tendo depois a alegria de vê-los novamente porque a sua família foi a seu encontro e juntos chegaram à Índia em 19 de Novembro. Na cidade de Serampore, Índia, Carey passou os anos restantes da sua vida. Morreu em 1834, mas deixou ali a sua marca e nas missões de todos os tempos. Carey deixou após si, um luminoso roteiro cheio de exemplos dignos de serem imitados por todos os que aspiram andar no caminho do Senhor. Frases como esta marcaram sua vida: “ Apesar de tudo, Deus está comigo. Sua palavra é a verdade segura e ainda que as superstições do paganismo fossem mil vezes piores do que são; ainda que fosse abandonado pelos meus e perseguido por todos, minha esperança, fundada na palavra de Deus, permaneceria sobre todos os obstáculos e triunfaria de todas as provas. A causa de Deus triunfará e eu sairei destas angústias qual ouro purificado ao fogo”. Com o embarque de Carey para a Índia, o 1o período das missões protestantes teve um bom início, pois durante os seus 25 anos de trabalhos iniciais fundou-se 12 agências missionárias. A idéia de que deveríamos nos organizar a fim de enviarmos missionários não foi facilmente recebida, mas finalmente se tornou o padrão aceito. Por sua influência, Carey levou muitas mulheres para orarem por missões, uma tendência que fez com que elas se tornassem as principais guardiãs do conhecimento e da motivação missionária. Depois de alguns anos elas começaram a ir para o campo como missionárias solteiras. Há dois destaques a serem observados nesse 1o período da história missionária. Um é a surpreendente demonstração de amor e sacrifício por parte daqueles que partiram como missionários. Outro é o desenvolvimento de uma reflexão perspicaz, de grande valor, acerca da estratégia missionária. Henry Venn, em relação à estrutura do campo missionário, diz: “ Do ponto de vista do resultado eclesiástico e considerando o objetivo final de uma missão como sendo o estabelecimento de uma igreja nativa, pastoreado por pastores nativos e da posição que irão ocupar, deve-se também Ter em mente que, conforme já foi dito de modo muito apropriado, a (eutanásia de uma missão), ocorre quando um missionário, cercado de igrejas nativas bem treinadas, dirigidas por pastores nativos, é capaz de renunciar a todo trabalho pastoral que está em suas mãos e gradualmente transferir todo o seu trabalho de supervisão aos próprios pastores até que imperceptivelmente o seu trabalho deixe de existir,
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quando então, a missão passa a ser uma igreja cristã estabelecida. A partir desse momento o missionário deve ser transferido para outras regiões ainda não alcançadas”.

2.2. Segundo Período A exemplo de Carey um outro homem destaca-se neste segundo período da história missionária, Hudson Taylor. Tornou-se famoso de repente. Recebeu quase que só críticas negativas, porém, refletiu longamente debruçado sobre estatística, quadros e mapas. Quando sugeriu que os povos do interior da China precisavam ser alcançados, disseram que ele não conseguiria chegar lá e indagaram-lhe se gostaria de carregar nas suas costas o sangue dos jovens que ele desejava enviar para morrer. Com apenas um conhecimento de medicina de nível técnico, sem qualquer experiência ou conhecimento universitário, sem treinamento missiológico, foi apenas uma das coisas frágeis que Deus usa para confundir os sábios. Hudson tinha por detrás de si um sopro divino. O Espírito Santo o poupou de perigos inesperados e foi sua organização, a Missão ao Interior da China, a organização mais cooperativa e serviçal que já apareceu, atendendo mais de 6.000 missionários, no interior da China. Este 2o período ficou marcado pela evangelização de áreas no interior. A missão para o interior da China surgiu na mente e no coração de um homem que sentia uma profunda responsabilidade pelos milhões de chineses, que jamais tinham ouvido falar do evangelho. Uma das frases de Hudson Taylor: “ Deus fez de mim um novo homem”. A grande lição neste segundo período dada por Taylor estava sendo obedecida. Com isso os missionários alcançaram um recorde incrível. Eles implantaram Igrejas em milhares de novos lugares, principalmente em regiões do interior. 2.3. Terceiro Período Este período teve início com dois jovens: Cameron Townsend e Donald McGavran. Cameron estava com tanta pressa para ir ao campo missionário, que não se preocupou em terminar a faculdade. Trabalhando na Guatemala, observou que a maioria dos guatemaltecos não falava o espanhol e ficou tremendamente desafiado, quando um índio daquele país perguntou-lhe: “ Se o seu Deus é tão inteligente e capaz, porque Ele não pode falar em nossa língua?”. Neste terceiro período Cameron dedicou -se às tribos indígenas e surgiu então mais uma agência missionária conhecida como: “ MISSÕES NOVAS TRIBOS”. O tio Cam, como era conhecido e chamado por seus amigos, empenhou-se no trabalho de tradução da Bíblia para muitas tribos. Em dez anos de trabalho árduo completou o N.T. CAKCHIQUEL. Um grupo de mulheres recebidas por Cam, trabalhou entre os shapras, uma das tribos de caçadores de cabeças mais temidas da selva peruana, comandada pelo infame chefe Tariri, que obtivera essa posição assassinando seu predecessor. Porém, com a disposição e coragem das missionárias, Tariri começou a ajudá-las como informante a respeito da língua e após pouco anos afastou-se da feitiçaria e do homicídio para tornar-se cristão, estabelecendo um exemplo que muitos de sua tribo o seguiram. Mais tarde Tariri confidenciou a Cam:
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“ Se você tivesse mandado homens, nós os mataríamos imediatamente. Se fosse um casal, eu mataria o homem e ficaria com a mulher. Mas, o que poderia um grande chefe fazer com duas moças inocentes que insistia em chamá-lo de irmão?”. vida: Houve uma filosofia que motivou Cam, mais do que qualquer outra durante toda a sua “ O maior missionário é a Bíblia na língua pátria. Ela jamais precisa de férias e nunca será considerada estrangeira”. Este período caracterizou-se pela categoria mais difícil de se definir, de natureza não geográfica, que temos chamado de “povos ocultos”, a saber, grupos de pessoas que estão socialmente isoladas. Por mais de 40 anos Cameron e Donald McGavran chamaram a atenção para os povos esquecidos.

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HISTÓRIA DAS MISSÕES ROMANAS
A CONQUISTA DO MUNDO ROMANO (100-500) O mundo a que se chegaram os primeiros cristãos era favorável em muitos aspectos à pregação do Evangelho. Apesar do Império Romano impor uma disciplina, a paz nunca foi total. Havia sempre ameaça nas fronteiras; revoltas nas províncias; a luta pela queda deste ou daquele imperador ameaçava sempre a organização. A igreja no princípio falava o aramaico, idioma corrente na Palestina. No decurso do tempo verificou-se ser necessário empregar várias línguas para expressão da sua fé. O Império Romano aceitara o grego, para todos os fins. Quem soubesse o grego poderia comunicar-se com facilidade, por isso, a Igreja se envolveu com este idioma. Na época 7% da população nas regiões do Império eram constituídas de judeus que apesar da sua falta de amizade e secura, atraiam muitos para a fé judaica. Como os gregos viviam à procura do saber, encontrou na sinagoga uma sabedora profunda e dinâmica, aparentemente mais antiga que a de Homero. Se não existisse o Livro de Atos dos Apóstolos, nada saberíamos do início da Igreja, exceto o que nos revela as Epístolas. Mas, o Espírito Santo fez com que Lucas escrevesse essa obra, o qual destaca Paulo como seu missionário predileto e com muita razão. Este foi o maior e provavelmente o mais sistemático de todos os missionários. Trabalhou rapidamente entre os gentios, mesmo nos pontos mais remotos do mundo. Roma não era seu objetivo. O missionário desejava apenas conhecer os cristãos romanos e ir para Espanha, Rm 15.23-28. O Império Romano era um mundo de cidades, estas dominavam o pensamento e a vida econômica da região que a rodeava. Os judeus encontravam-se fortemente fortalecidos nas províncias orientais do Império. Roma se tornou no 3o., grande centro do mundo cristão, depois de Jerusalém e Antioquia. Seu crescimento se deu principalmente devido ao heroísmo dos crentes dos dias da perseguição de Nero, em 64-65 AD. Nesta época, 64 AD., como muitos dos destemidos evangelistas cristãos que o seguiram, Paulo teve um fim violento. Segundo a tradição ele foi martirizado juntamente com Pedro. Porém, até no exemplo que demonstrou na morte, Paulo inspirou a futura geração à não considerar suas vidas preciosas para si mesmos, pois, se sofressem também reinariam com Cristo, 2Tm 2.11-13; 4.6,7. Nero, imperador romano e um dos maiores perseguidores da Igreja alcançaram uma evidência nunca excedida em tudo que é abominável à natureza humana. À noite freqüentava disfarçados todos os lugares de libertinagem que havia em Roma, representava publicamente nos teatros em estado de nudez, praticava as maiores obscenidades que são possíveis conhecer e impossíveis descrever. Mandou incendiar diversos bairros de Roma. Tocando em uma lira e cantando em seu palácio, regozijou-se com o terrível espetáculo, a destruição de Tróia. Para concluir sua selvageria, tendo falhado no plano para afogar sua própria mãe mandou assassina-la. Este foi apenas um dos principais imperadores de Roma. Porém, verdadeiros homens de Deus surgiram nessa época sem preocupação com tais perseguidores: 3.1. POLICARPO Um dos primeiros mártires e amado bispo de Esmirna. Em 156 AD., as autoridades civis o encontraram escondido em um paleiro, com 86 anos de idade o prenderam e
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convidaram-no a negar sua fé, que seria uma grande vitória para o paganismo e um golpe para a “seita de Jesus”. O bispo teria de dizer: “César é senhor, oferecer incenso e jurar pela divindade do imperador. Mas decidido, Policarpo olha e acena para a multidão no estádio, suspira, levanta os olhos pra o céu e gritou:” fora os ímpios “, durante 86 anos, sirvo a Jesus e ele jamais me fez algum mal”. Sendo ameaçado com fogo, o bispo diz “O fogo com o qual me ameaçam queimar, logo se extingue; existe um fogo que vocês não conhecem, o fogo do juízo vindouro e do castigo eterno, este está reservado para os ‘’ímpios”. Enfurecido o procônsul, mandou ascender à fogueira e uma grande chama envolveu o corpo desse fiel cristão. 3.2. JUSTINO E PERPÉTUA Ainda jovem Justino tornou-se um dos mais hábeis defensores da fé. Perpétua com 22 anos mãe de uma criança pequena, também estava seguindo a fé, quando o imperador VII Severo em 202 AD., decretou a morte desses cristãos, que levados à arena foram executados sem misericórdia. Antes de Perpétua morrer, gritou a alguns amigos cristãos que sofriam torturas ao seu lado: “Transmitam a Palavra à todos, fiquem firmes na fé, amem -se uns aos outros e não permitam que nossas mortes sejam um impedimento para vocês”.

3.3. ULFILA Um dos maiores missionários estrangeiros. Após 40 anos de trabalho junto aos godos e até traduzindo a Bíblia na língua nativa desse povo, Ulfilas morreu numa missão à Constantinopla. Mesmo diante dessas perseguições o cristianismo crescia assustadoramente. Cada missionário morto era um desafio para os novos seguidores da fé em Cristo. Nos primeiros três séculos da nossa era, ouve um rápido progresso missionário. Na Palestina, a destruição de Jerusalém não provocou o fim da Igreja Cristã. Terminou sim, com a existência nacional dos judeus, durante um período de mais de 1.800 anos. Antioquia na Síria era o segundo lar da Igreja. Foi lá que os discípulos pela primeira vez foram chamados cristãos, Atos 11.26. A Igreja de Roma crescia graças às conversões e também em virtude da convergência, nesta cidade, de cristãos de muitas outras terras. Roma era um pólo de atração para todos o povos. Acerca do rápido crescimento da Igreja Temos duas informações importantes: a) Por volta do ano 166 AD. o bispo Soter observa que o número de cristãos ultrapassa o dos judeus e b) a partir do ano 251 temos estatísticas precisas desse período. Três fatores humanos permitiram a difusão das Escrituras: 1) A fervorosa convicção que possuíam muitos dos primeiros cristãos. O historiador Eusébio diz: “Nessa época, muitos cristão s sentiram as almas inspiradas pela Palavra Divina, com um desejo apaixonado de perfeição. A primeira ação em obediência às instruções do Salvador, constituiu em vender seus bens e distribui-los aos pobres. Então, deixando as suas casas,

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dedicaram-se a realizar a missão do evangelista, tendo por ambição pregar a Palavra da Fé àqueles que ainda nada tinham ouvido a seu respeito e confiaram-lhe a responsabilidade de elevarem mais aqueles que haviam trazido tão somente a fé. Passaram então a outros países e nações, com a graça e o auxílio de Deus”. 2) 3) Os filósofos desde Platão, não haviam conseguido mais do que dar respostas incertas às perguntas mais angustiantes dos homens. As novas comunidades cristãs recomendavam a si mesmas pela evidente pureza de suas vidas. Os primeiros cristãos eram homens e mulheres, como nós, vivendo no meio de uma sociedade corrompida e exposta a todas as tentações. 1 Coríntios nos mostra como era difícil viver segundo as novas aspirações. Mas, eram ensinados a considerar os seus corpos como tempo do Espírito Santo.

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A IDADE MÉDIA
Em meados do século III o império romano começou a ser perturbado gravemente pelos povos do norte e encontrar grandes dificuldades no trabalho de difundir-se. A pressão contra esse velho império durou até quase a sua destruição. Em 410 AD., Alarico, o Godo, capturou e saqueou Roma. Alguns dos invasores tornaram-se cristãos. Após o fracasso do império, muitos homens começaram a se empenhar no assunto das missões cristãs. Entre eles destacam-se: Gregório, “O Grande” 540 -640, um dos mais capazes e influentes bispos de Roma, na Idade Média. Nessa mesma época outros monges, também serviram à causa missionária como, por exemplo, Bonifácio, apóstolo para Alemanha 700-753, morto por um bando de pagãos armados, na Holanda. 4.1. ANSKAR Conhecido como “Apóstolo do Norte”, ele era um ascético de coração, considerado a oração de máxima importância. Como acontecia com a maioria dos líderes religiosos da idade média, foram-lhe atribuídos grandes milagres, mas ele procurava evitar louvores desse tipo, dizendo que: “ O maior milagre de sua vida seria que Deus fizesse dele um homem completamente piedoso”. Anskar morreu pacificamente em 865, sem a coroa de mártir pela qual ansiava tanto. Depois de sua morte o povo voltou ao paganismo e somente após o século X a Igreja católica firmou-se novamente na Suécia. 4.2. RAIMOND LULL Nasceu, em 1232 na cidade de Maiorca, junto as costa da Espanha, no Mediterrâneo. Aos 30 anos passou por uma profunda experiência religiosa, “nasceu de novo”. Em uma noite, quando estava compondo uma canção, “ viu o Salvador pendurado na cruz e o sangue correndo em suas mãos, pés e fronte”. Uma semana depois, teve a mesma visão e desta vez se entregou a Cristo. Porém, com dúvidas no coração ele pergunta: “ Como posso, corrompido pela impureza, levantar-me e entrar numa vida mais santa?” Este sentimento de culpa impeliu Lull a abandonar sua riqueza e prestígio e dedicar sua vida à serviço de Deus, aplicando-a ao jejum, oração e meditação. Seu trabalho era lutar contra o Islamismo, evangelizando muçulmanos e em 1314, com mais de 80 anos na Tunísia passou mais 10 anos escondido e orando com seu grupo de novos convertidos. Finalmente, cansado do esconderijo e desejando morrer a serviço do mestre, pois, o martírio seria para ele o mais alto privilégio, ele foi até a praça e apresentou-se ao povo, falando claramente toda a verdade. Enfurecida com ousadia a população o arrastou para fora da cidade apedrejando-o e morreu logo depois. Apesar de ser ignorando pela Igreja católico e condenado como herege Lull manteve-se fiel a seu chamado, sempre consciente de seu dever pessoal em difundir a mensagem de Cristo. 4.3. LAS CASAS No final do século XV, a Igreja Católica Romana iniciou um novo período de missões estrangeiras. O Novo Mundo foi visto como um campo propício para a expansão do cristianismo. Os papas e líderes políticos estavam ansiosos para estender o domínio católico a estas terras. A rainha Isabel considerava a evangelização dos índios como a justificativa mais importante para a expansão colonial, pelo que insistia em que sacerdotes e frades estivessem entre os primeiros a estabelecer-se no Novo Mundo. Os franciscanos e os dominicanos e mais
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tarde os jesuítas aceitaram o desafio. Dentro de algumas décadas o catolicismo tornou-se uma força permanente e de influência. O cristianismo se firmou com extrema rapidez. Os maiores obstáculos às missões no Novo Mundo eram criados pelos próprios colonizadores, com seu tratamento cruel e desumano para com os nativos. Mesmo após o decreto da rainha Isabel em que consistia em resguardar a liberdade e a integridade dos índios, este continuavam a sofrer todo o tipo de desumanidade por parte dos colonos, que se utilizavam meios para oprimir e escravizar. Os missionários observaram este tipo de tratamento e muitos passaram a desafiar a ira dos colonizadores, no intuito de amenizar as dores dos índios. Dentre estes missionários o que mais se destacou foi Bartolomeu de Las Casas, que embora tenha demorado a reconhecer e admitir este problema, tornou-se o maior defensor dos índios durante o período colonial espanhol. Las Casas nasceu na Espanha em 1474, e era filho de um mercador que viajara com Colombo em sua segunda viagem. Depois de licenciar-se em Leis na Universidade de Salamanca, viajou para a ilha de Espanhola para servir como Conselheiro legal do Governador. Adaptou-se rapidamente ao estilo de vida influente dos colonizadores, aceitando o ponto de vista convencional quanto à população indígena, tendo participado inclusive de ataques contra as tribos e escravizado-os em suas plantações. Provavelmente em torno de 1510, Las Casas sofreu uma transformação espiritual tal, que pediu para ser ordenado, tornando-se então no primeiro sacerdote a ser ordenado na América. Se interiormente ele havia mudado muito, exteriormente mudou muito pouco até então, porque aceitava com facilidade o estilo de vida que caracterizava a maioria do clero. Aos poucos foi entendendo que o tratamento dado aos índios não correspondia aos preceitos cristãos e em 1514 por ocasião do Pentecostes, teve finalmente uma verdadeira conversão com relação ao tratamento que afligia os indígenas, porque deduziu que a fé cristã era radicalmente incompatível com o modo desumano pelo qual os espanhóis tratavam os índios. A partir desta concepção juntou-se aos dominicanos, onde encontrou apoio para o seu ponto de vista. Embora Las Casas seja considerado o pai da Teologia da Libertação, o primeiro clamor pela justiça no Novo Mundo foi levantado em 1511, pelo frade dominicano Antonio de Montesinos na Ilha Espanhola. Este clamor causou muita polêmica, motivo pelo qual mais tarde Las Casas tomou partido em sua defesa. Em 1515, Las Casas retornou à Espanha em companhia de Montesinos, onde conseguiu apoio do Cardeal Cisneros que o enviou de regresso às Índias com uma comissão para investigar o tratamento dispensado aos índios, contudo a má opinião de parte dos membros contrária aos indígenas e suas atitudes protetoras para com os encomendadores, levaram Las Casas a romper com a comissão e regressar novamente à Espanha. Para defender os índios no Novo Mundo, Las Casas viajou várias vezes a Espanha, apelando em favor dos índios aos oficiais do governo e a todos que quisessem ouvir. Ele tinha o evangelismo como prioridade e com este propósito viajou pela América Central fazendo um trabalho pioneiro. Las Casas foi enviado pelas autoridades espanholas a evangelizar em Cumaná, como forma de comprovar se realmente ele era capaz de colocar em prática suas afirmações de que os índios eram de boa índole e que se convertessem ao verdadeiro Deus seriam os povos mais abençoados da terra. Contudo Las Casas fracassou porque os colonizadores fizeram todo o possível para criar obstáculos e todo o tipo de violência. Posteriormente os
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próprios índios se rebelaram o que obrigou Las Casas a se refugiar entre os dominicanos em Espanhola. Unindo-se à ordem de Santo Domingo, passou vários anos escrevendo obras literárias. Após doze anos em São Domingos, Las Casas partiu com destino ao Peru, mas em decorrência de mau tempo, desembarcou na Nicarágua. Os colonizadores dessa região reagiram violentamente a suas idéias o que fez com que fugisse para a Guatemala, onde passou a aplicar suas idéias de que o evangelho era para ser pregado pacificamente, contudo os índios que já conheciam o tratamento dos espanhóis não demonstraram interesse de ouvilo. Neste ínterim Las Casas escreveu uma obra chamada “O Único Modo de Chamar Todos os Povos a Fé”. Daí partiu para o México onde foi nomeado bispo de Chiapas, on de demonstrou inflexibilidade para com os encomendadores, como fez constar de seu “Confessionário”, realizou trabalho missionário e mais uma vez retornou à Espanha em face das pressões dos colonizadores renunciando à sua diocese. Na Espanha, Las Casas publicou uma obra chamada “Brevíssimo Relatório da Destruição das Índias”, que causou grande controvérsia em decorrência da polêmica em torno dos números por ele apontados que dava margem à dúvida. Em função deste relatório, Carlos V fez promulgar as Leis Novas, que limitavam os direitos dos espanhóis sobre os índios. Este fato causou muita revolta na América, principalmente no Peru aonde chegou a haver uma rebelião armada. Logo, logo, estas Novas Leis caíram rapidamente no esquecimento, prevalecendo o abuso e a exploração. Em 1547, Las Casas com 73 anos de idade, partiu do Novo Mundo para não mais voltar. Sua luta pelos direitos humanos continuou viva na Espanha até sua morte que se verificou cerca de duas décadas após seu retorno. Na Espanha corrigiu e publicou seus escritos, em que se opunha à política colonial Espanhola. Em 1566 morreu Las Casas aos 92 anos de idade e até hoje seu nome é lembrado como um dos maiores humanistas e missionários da história do cristianismo. Contudo suas idéias foram contestadas tanto no Peru em 1552 quanto na Espanha. Alguns anos mais tarde e no meado do século seguinte a Inquisição proibiu a leitura de suas obras. Os inimigos de Las Casas se alegravam ao verem fracassar os seus métodos pacíficos de tratar com os indígenas, porque dizia que “os habitantes originais das terras eram gente afável e generosa, que facilmente seria ganha mediante um bom exemplo e amor”.

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MISSÕES MORÁVIAS
Surge entre o século XVIII, um grupo na Dinamarca-Halle e logo se tornou uma das maiores Igrejas missionárias de todos os tempos, “Os irmãos Morávios”, liderado pelo Conde Zinzendorf. Este abriu o caminho para a grande era das missões modernas levando a sério a grande comissão. Neste século os Morávios fundaram postos missionários nas Ilhas Virgens, em 1736, América do Norte em 1734, Lapônia e América do sul em 1735, África do sul em 1736 e Labrador em 1771. Nota-se que seu objetivo supremo era espalhar o Evangelho até aos Confins da Terra. Todos os missionários das Missões Morávias tinham de levantar seus próprios sustentos, levando a profissão de artesão ao viajarem para o exterior.
Os morávios eram remanescentes da obra de João Hus. Os poucos que ficaram após as perseguições, encontraram asilo junto ao conde de Zinzendorf, na Saxônia, onde fundou, em 1722, uma aldeia denominada Herrnhut (“a cabana do Senhor”)

AVIVAMENTO MORÁVIO No ano 1727, irrompeu o conhecido avivamento morávio. Por mais que queiramos, não dá para copiar despertamentos espirituais, mas felizmente podemos aprender deles. Zinzendorf Neste ano 2000, se completam três séculos que o conde Nicolas Ludwig von Zinzendorf nasceu. A família, luterana muito crente, morava no reinado de Saxônia, em um castelo a poucos quilômetros da fronteira tcheca. Seu pai, que era secretário de Estado em Dresden, morreu depois de consagrar seu filho de 6 semanas para a obra do Senhor. Quatro anos mais tarde, sua mãe casou-se de novo e o menino foi educado por sua avó e uma tia. Ambas apoiavam o movimento pietista, que procurava reavivar a igreja por pequenas reuniões de estudos bíblicos e oração, como “igrejinhas na igreja” ( ecclesiolae in ecclesia). O líder era o Dr. Spener, que às vezes visitava a família. O menino amava o Senhor, orava muito e sempre lia a Bíblia e o Catecismo de Lutero. Depois de estudar em famosa escola em Halle, aos 15 anos, seguiu para a Universidade de Wittenberg a fim de preparar-se para o serviço governamental, estudando direito e teologia. Concluídos os estudos, fez uma viagem aristocrata através da Alemanha, Holanda, Bélgica e França. Em Düsseldorf, viram uma pintura de Cristo, coroado de espinhos, com as palavras: “Tudo isto fiz por ti. Que fazes tu por mim?”, que reforçaram sua decisão de viver para Cristo. De volta ao lar, casou-se com a condessa Erdmuth von Reuss, que se tornou a “Mãe Adotiva da Igreja dos Irmãos (morávios)”. Então, aos 22 anos, iniciou seu ofício como conselheiro real em Dresden. Nas tardes de domingo, dirigia estudos bíblicos para interessados. Comprou da sua avó a gleba de Berthelsdorf e, como senhor feudal, instalou seu amigo João Rothe como pastor, orando para que a vila se transformasse em uma real comunidade cristã, sem saber como Deus responderia a este desejo. Unitas Fratrum Havia uma igreja protestante florescente antes da Reforma na atual República Tcheca (cujas regiões principais eram Boêmia, ao redor da capital Praga, e Morávia, no leste). Estudantes tchecos que freqüentavam a universidade de Oxford ouviam o professor John Wycliffe e levavam seus ensinos bíblicos para casa. Um dos influenciados foi o padre João Hus, professor da Universidade de Praga, que pregava com zelo contra os erros na vida e
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doutrina da Igreja Católica Romana. Condenado pelo Concílio de Constança, foi queimado vivo em 1415, apesar do salvo-conduto imperial. A Boêmia revoltou-se e foi formada uma igreja evangélica conhecida como a Unitas Fratrum, a União dos Irmãos. Quando, porém, em 1620, a Aústria venceu os tchecos, o novo governo decidiu exterminar os evangélicos. Muitos foram mortos. Outros fugiram, entre eles o famoso educador João Amós Comênio, bispo da Unitas Fratrum, que soluçou que a igreja de Roma tinha se tornado vampira dos próprios cristãos. Parecia que os evangélicos haviam sido extirpados da Boêmia e da Morávia. Entretanto havia uma semente oculta e Deus usou um jovem pastor de ovelhas, Cristiano David, para reacender o fogo. Ele era católico fervoroso, mas pela leitura da Palavra de Deus conheceu a verdade e começou a pregar as boas-novas de salvação, causando um despertamento espiritual, o que levou a mais perseguição. Então, procurando uma saída, David encontrou-se providencialmente com Zinzendorf por intermédio de um amigo do pastor Rothe. O conde consentiu em receber crentes perseguidos em sua propriedade e David voltou para Morávia. Assim, cinco famílias deixaram seu lar para atravessar as montanhas e, depois de doze dias, chegaram à vila Berthel em 1722. Herrnhut Foram recebidos com carinho. O administrador indicou uma colina distante para os refugiados se estabelecerem. Neste lugar nasceu o lugarejo de “Herrn -hut”, debaixo da “guarda do Senhor”. Mais famílias chegaram no decorrer dos anos seguintes, especialmente herdeiros da Unitas Fratrum. Além destes, foram recebidos anabatistas, calvinistas e outros, o que causou tensões. De fato, Herrnhut era uma congregação da Igreja Luterana de Berthel, mas o líder da confusão conclamou a todos a deixarem-na, xingando-a de ‘Babilônia’. Muitas pessoas foram levadas pela pregação inflamada, até mesmo o próprio pioneiro David. Embora o líder da desavença tenha endoidado e sido internado em um manicômio, o mal cresceu. Zinzendorf continuava seu trabalho como conselheiro real em Dresden, no inverno, e cuidava da sua propriedade rural, no verão. A igreja na vila Berthel florescia com o trabalho do pastor Rothe. Em sua casa senhorial, o próprio conde explicava a mensagem aos seus arrendatários. Enquanto as coisas iam bem, Zinzendorf não se incomodava com Herrnhut, onde somente perseguidos por causa da fé eram recebidos, prometendo fidelidade à confissão luterana de Augsburg. Em 1727, porém, o radicalismo pediu intervenção. Depois de muita preparação, convocou a todos para uma reunião na casa-grande em Herrnhut. Ensinou sobre o pecado do separatismo e, depois, como senhor feudal, explicou suas “ordens e proibiçõe s”. Finalmente, submeteu uns “Estatutos” como base para uma (futura) sociedade religiosa voluntária. A reunião foi longa, mas o resultado foi positivo. Todos lhe deram a mão, prometendo seguir as normas. Ele, por sua vez, garantiu que seus arrendatários nunca seriam seus servos feudais nem sua propriedade pessoal, mas poderiam viver como homens livres, algo especial para a época. No mesmo dia da reunião, foram eleitos doze anciãos para a supervisão da congregação. Destes, quatro foram indicados para servirem como ancião-mor, entre eles o próprio Cristiano David. Posteriormente, foram eleitos guardas-noturnos, inspetores de serviços públicos, ajudantes dos enfermos, cuidadores dos necessitados etc. Também foram organizados grupos pequenos para edificação mútua.

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Avivamento Depois de receber licença da corte real, Zinzendorf dedicou seu tempo a Herrnhut, deixando seus negócios na mão da esposa. Pelas freqüentes reuniões com os refugiados e com os anciãos, ele percebeu a profunda preocupação dos tchecos em ressuscitar a sua igreja. Mas o conde sabia muito bem que as leis do Estado de Saxônia não permitiriam uma igreja independente. Chegou à conclusão de que a melhor solução seria organizar em Herrnhut uma congregação, uma “igrejinha dentro da igreja” (luterana) de Berthel com características da antiga igreja tcheca. Para isto, quase todos os habitantes de Herrnhut assinaram a Concórdia Fraterna, documento que muito ajudou na paz e no crescimento espiritual. As reuniões de oração, cânticos ou estudos bíblicos era diário. O movimento era de calmo regozijo no Senhor, sem tentativas de estimular as emoções, pois o conde alertara: “Criar excitação religiosa é tão fácil como excitar as paixões carnais. E, freqüentemente, a primeira leva à segunda”. Depois que as brigas cessaram, o pastor Rothe convidou a todos para participar da Santa Ceia na igreja central de Berthel, marcada para o dia 13 de agosto. Ele enfatizou que, depois de tantas dificuldades, os irmãos estavam sendo convidados pelo Senhor para sentarem com Ele à mesa. Em meio às lágrimas de muitos, o conde fez a oração de confissão pública, pedindo perdão mediante o sangue de Cristo, o livramento de toda cisão e a bênção de uma união de coração, para que pudessem ser bênção para outros, perto e longe. A liturgia sobre o perdão dos pecados foi dirigida por um pastor vizinho que, então, administrou os elementos. Todos sentiram paz e alegria no Espírito Santo e profunda comunhão com Cristo e com os outros. Depois disseram: “Aprendemos a amar” (Rm 5.5). Não houve man ifestações especiais, mas foi um avivamento autêntico. Este foi o dia do renascimento da Igreja dos Irmãos, a Unitas Fratrum. Resultado Duas semanas depois, Herrnhut iniciou a “Intercessão de Hora em Hora”. Durante 24 horas por dia havia oração e cada irmão tomava seu lugar no rodízio. Foi a reunião de oração mais longa da história, pois durou mais de um século. Algum tempo depois, jovens solteiros começaram a estudar juntos (a Bíblia, geografia, medicina, línguas etc.), pois sentiram que Deus queria prepará-los para uma outra obra. A chamada macedônica veio em 1731 e, no ano seguinte, começou o imenso trabalho missionário morávio. “Os seguidores do Cordeiro” foram por toda parte e, em 20 anos, Herrnhut mandaria mais missionários do que as igrejas protestantes em seus 200 anos de existência. Lembremo-nos do seu lema:

William Darkeer escreveu: “ A contribuição mais importante dos morávios foi a sua ênfase sobre a idéia de que todo cristão é um missionário e deve testemunhar através da sua vida diária. Se o exemplo dos morávios tivesse sido estudado mais cuidadosamente pelos outros cristãos, é possível que o homem de negócio pudesse ter retido seu lugar de honra na missão cristã”.

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A VIGÍLIA DOS CEM ANOS Um dos homens destacados dentre os morávios foi o conde Nicolau. Um grande estadista missionário, o que mais se destacou em todos os tempos. Nascido na Alemanha em 1700 teve poderosa influência sobre o cristianismo protestante primitivo e em muito respeito igualou ou superou seus amigos cristãos, John Wesley e Jorge Whitefield. Fundou a Igreja Moravia; compôs hinos e inaugurou um movimento missionário mundial que preparou cominho para William Carey. Em 1722 um grupo de refugiados protestantes abrigou-se em sua propriedade em Bertheisdorf. Logo essa propriedade tornou-se própria comunidade. Em 1727, um período de renovação espiritual chegou ao clímax em um culto de comunhão dia 13 de agosto com um grande re-avivamento que segundo os participantes marcou a chegada do Espírito Santo em Bretheisdorf. Esta noite de pentecostes trouxe uma nova febre pelas missões que se tornou a principal característica do movimento morávio. Foi iniciada uma vigília de orações, que continuou noite e dia, sete dias por semana, sem qualquer interrupção até 1827, denominada a Vigília dos cem anos. A missão teve muito êxito, a obra missionária floresceu e por volta de 1950 havia sobre a jurisdição morávia 38 postos e quase 5 mil cristãos professos. Além do conde Zinzendorf, o individuo que mais se desenvolveu na fundação da Igreja foi Christian David, seguido de George Schmidt. Apesar da pobreza e poucos seguidores, os primeiros foram enviados já em 1732. Após 100 anos de atividade missionária, eles contavam com 41 estações, 40 mil batizados nos campos missionários e 208 missionários. Em 1882 (50 anos depois) já tinham aumentado para 700 estações, 83 mil batizados, 335 missionários e 1500 ajudantes nacionais. A proporção de missionários por membros do movimento chegou a 1 por 25, dificilmente igualado por outro grupo na história de missões. A estratégia empregada pelos morávios era: ⇒ Iniciar o trabalho de missões entre povos pouco evangelizados e esquecidos; ⇒ O missionário deveria ser auto-suficiente economicamente através de comércio, indústria caseira, etc; ⇒ Aceitar a cultura do povo, não colocando normas européias de costumes e valores; ⇒ O missionário era servo do Espírito Santo enviado para evangelizar e não para doutrinar; e, ⇒ Se o povo não aceitasse o evangelho, o missionário deveria procurar outro campo. Os Irmãos Wesley A família Wesley, na Inglaterra, era já por tradição profundamente dedicada a obra cristã. Foram, principalmente, dois irmãos Wesley que se destacaram na história da Igreja; John e Charles. John Wesley (1703-1791), a principal figura do metodismo, tinha, já de berço, influências do puritanismo e do anglicanismo. O movimento que surgiu buscou, não obstante, também aspectos do herrnhutismo e do colonialismo. John, justamente com seu irmão
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Charles, elaborou um método ritualista e ascético para a vida religiosa dos membros. O uso deste método levou ao apelido de metodismo. Foi entre os operários ingleses que o movimento conseguiu maior êxito e, enquanto John Wesley vivia, tratava-se de avivamento dentro da Igreja Inglesa. Após sai morte, organizou-se numa igreja própria. O metodismo alcançou também a América do Norte estabelecendo sociedades metodistas partindo na divulgação do Evangelho por todo o mundo, com o envio de missionários mais tarde na história.

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MISSÕES NA ÍNDIA – O GRANDE SÉCULO MISSIONÁRIO
A Índia é em si mesma um mundo. Tem milhões de habitantes, imersos em todas as formas de superstição e paganismo. Ainda que em algumas partes do prevaleça o budismo e maometismo, a religião que conta com maior número de aderentes é o bramanismo, que admite três deuses: Brama, o deus criador; Visnu, o deus conservador; Civa, o deus destruidor. A essas divindades podem justar-se outras subalternas, representadas por figuras ridículas ou espantosas e que recebem a homenagem de milhões de adoradores. Tais são alguns dos costumes e algumas das crenças do vasto campo de trabalho, que desde longos tempos estão desafiando os missionários cristãos. Um nome de destaque na Índia foi, William Carey. Carey (17611834), chamado de o “ pai das missões modernas”, era inglês. Foi sapateiro dos 16 aos 28 anos de idade. Converteu-se na adolescência e pertencia a um grupo de batistas. Dedicava-se ao estudo nas horas de folga e assumiu o primeiro pastorado em 1785. Publicou em 1792 um livro de 87 páginas com o título: “ Uma Inquirição sobre a Responsabilidade dos Cristãos em Usarem Meios para a Conversão dos Pagãos”. Carey demonstrava uma forte preocupação missionária e um profundo desejo de se envolver diretamente, indo ao campo missionário. Numa pregação em Nottingham proferiu as palavras: “ Espere grandes coisas de Deus; tente grandes coisas para Deus”. No mesmo ano de 1792 foi organizada a Sociedade Missionária Batista e no ano seguinte Carey se baseava nos seguintes pontos: ⇒ Conversão individual; ⇒ Formação de uma igreja nacional autônoma; ⇒ Uso de leigos bem treinados nas Escrituras; ⇒ Treinamento de pastores nacionais; ⇒ Tradução da Bíblia e de literatura cristã. ⇒ Participação ativa na sociedade, influenciando a legislação e o ensino. Apesar de muito sucesso, Carey também enfrentou enormes dificuldades, começando pelo seu próprio lar. O relacionamento com a Sociedade Missionária nem sempre foi harmonioso e os problemas econômicos se faziam sentir. Sua determinação, no entanto, fez superar as adversidades e Carey marcou uma era, deixando uma inspiração missionária para as gerações posteriores e influências positivas no seu país de trabalho. A exemplo de Carey, outro homem resolveu dar sua vida pela Índia, este foi, Alexandre Duff Chegou a Culcutá com sua esposa em 1830. Nasceu e foi criado na Escócia, sendo educado na Universidade de St. Andrews. O avivamento evangélico, que levou a Escócia a ajoelhar-se na década de 1820, entusiasmou este jovem de 33 anos a se tornar o primeiro missionário da Igreja escocesa para o interior. Em sua viagem para a Índia sofreu dois naufrágios, tendo um deles perdido toda sua biblioteca pessoal. Foi um golpe esmagador para alguém tão aplicada à erudição como ele. Quando os hindus souberam que ele escapara do naufrágio, disseram:
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“ Certamente este homem é um dos favorecidos dos deuses e, portanto de uma obra importante a realizar entre nós”. Duff iniciou logo seus trabalhos os quais consistiam na criação de Institutos destinados a ensinar inglês, língua, que eram obrigados aprender os hindus que quisessem conservar o contato com os dominadores do território. Desse modo, Duff queria abrir um caminho para as classes mais elevadas. Em 1831, abriu sua escola com cinco alunos. No fim da primeira semana havia mais de 300 pedindo entrada. Com o tempo chegou a mais de mil o número de alunos. De modo, que ao mesmo tempo, que ensinava inglês, adquiria influência entre a juventude e ensinava-lhes também o cristianismo. Alguns dos que vieram a dirigir os destinos do povo foram ganhos também para Cristo. Entre outros é digno de especial atenção Ram Mohan Roy. Por causa da capacidade intelectual de Duff, vários príncipes hindus vieram do interior para conhecerem sua Instituições. Em 1864, a falta de saúde obrigou-o voltar para seu país natal, o que foi lamentado por todos. Apesar de suas escassas forças físicas, fez na Inglaterra uma obra importante como professor nos colégios indicados a preparar missionários. Neste trabalho por onze anos e em 1878, faleceu aos seus 72 anos. Adoniram Judson (1788-1850) Judson era americano, inicialmente da Igreja Congregacional, mas foi enviado pelos batistas americanos para a Índia. Permaneceu ali pouco tempo e escolheu como novo campo a Birmânia. David Livingstone (1813-1873) Livingstone também era escocês, quem sabe o mais famoso de todos os missionários do período. Estudou medicina e teologia, finalizando os estudos em 1840, sendo enviado no mesmo ano para a África, pela Sociedade Missionária Londrina. Foi um grande desbravador do interior africano, contribuindo, tanto para a divulgação do Evangelho, como para a exploração do continente. Mary Slessor (1848-1915) Slessor era escocesa e representa o grande contingente de mulheres engajadas na obra missionária durante este período. De origem presbiteriana apresentou-se em 1875 à Missão de Calabar (Nigéria) que era uma das missões que aceitavam missionárias solteiras. Fez trabalho pioneiro de evangelismo, mas também se envolveu no apoio a escolas, clínicas médicas e servindo o povo local vivendo de forma simples ao estilo da população de Calabar. Robert Morrison (1782-1834) Morrison de origem inglesa era presbiteriano e tinha desde a juventude o desejo de servir no campo missionário. Apresentou-se à Sociedade Missionária Londrina em 1804, sendo enviado para a China em 1807. Foi o primeiro a traduzir a Bíblia ao chinês. John Paton (1824-1907) Paton era escocês, também presbiteriano, e trabalhou inicialmente entre os cortiços de Glasgow, como missionário. Em 1858 navegou para as Ilhas do Pacífico onde trabalhou em
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diversas ilhas, contribuindo para que, no final do século XIX, poucas ilhas não tivessem sido alcançadas. Quando o rei Frederico IV da Dinamarca precisou de missionários para enviar aos seus súditos, na colônia dinamarquesa de Tranquebar, não encontrando em seu reinado quem se dispusesse a faze-lo, recorreu ao pietista alemão August H. Francke (1663-1727), que lecionava na Universidade de Halle, o qual enviou Bartholomew Ziegenbalg (1683-1719) e Henry Plütschau (1677-1747), os quais partiram da Europa no fim de 1705, chegando em Tranquebar no dia 9 de julho de 1706, sendo os primeiros missionários, não católicos, a chegarem na Índia, provenientes da Europa. Apesar de não serem bem recebidos pelos colonos dinamarqueses, Ziegenbalg e Plütschau não se intimidaram, iniciando os seus estudos do idioma nativo, tendo Ziegenbalg se destacado pela facilidade em aprender outras línguas. Eles traduziram para o tamil o Catecismo de Lutero, orações e hinos luteranos. Em 1711, por questões de saúde, Plütschau regressou definitivamente para a Europa. Ziegenbalg continuou o seu trabalho; compilou uma gramática tamil, escreveu uma obra sobre o Hinduísmo, traduziu para o tamil o Novo Testamento (1714) e o Antigo Testamento até o livro de Rute. Ele fundou uma escola industrial e outra para a preparação de catequistas e, também, a primeira imprensa evangélica da Ásia (esta com a ajuda financeira da Sociedade Anglicana para a Promoção do Conhecimento Cristão). Quando Ziegenbalg morreu em 1719, existia em Tranquebar uma comunidade luterana de cerca de 350 pessoas. Poderíamos citar muitos outros missionários e missionárias, verdadeiros “heróis”, deste período. Inclusive, é importante frisar que mesmo que a história escrita tenha se concentrado nos homens, muitos deles só puderam realizar a obra devido ao apoio de suas esposas.

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MISSÕES PARA OS ÍNDIOS AMERICANOS
Nenhuma outra população nativa tem sido tão solicitada e perturbada por autoridades governamentais, políticos e líderes religiosos do que os índios americanos. John Eliot (1604-1690) Foi um dos primeiros e talvez o maior de todos os missionários para os índios americanos, conhecido como “Apóstolo dos Índios”. Nasceu na Inglaterra em 1604, mas somente aos 40 anos começou seu trabalho missionário. Chegou à América em1631. Pertencia a Missão Indígena dos Puritanos da Nova Inglaterra e trabalhou duramente toda sua vida tentando alcançar os indígenas. Em 1645, fez seu primeiro sermão a um grupo de índios. À medida que as semanas e meses se passavam, alguns índios foram convertidos em menos de um ano. Eliot documentou o seguinte: “ Os índios abandonaram completamente suas cerimônias de
conjuração. Estabeleceram períodos de oração em suas tendas, de manhã e à noite”.

A estratégia utilizada pela missão de Eliot foi: ⇒ Evangelizar, principalmente através da pregação; ⇒ Reunir as pessoas convertidas em igrejas locais; e, ⇒ Fundar cidades cristãs, numa forma de segregação da sociedade corrupta. O missionário sempre se preocupa com o bem estar social dos índios. Ele queria mais que simples profissão de fé. Buscava maturidade espiritual de seus seguidores. Por isso, em 1649, começou traduzir a Bíblia no idioma Moicana. Pouco antes de morrer em 1690 com 85 anos, John Eliot disse:
“Pouco posso fazer; todavia, tomei uma decisão pela graça de Cristo, jamais, deixarei o trabalho, enquanto tiver pernas para andar”.

David Brainerd (1718-1747) Depois de John Eliot, Brainerd foi o mais famoso daqueles que trabalharam entre os índios. Nasceu no ano de 1718 em Haddam, Connecticut. Brainerd havia sido expulso do cruso teológico de Yale por afirmar que um certo professor não tinha mais a graça de Deus do que uma cadeira. Seus primeiros passos como missionário foram solitários e deprimentes:
“Meu coração estava abatido, parecia-me que jamais teria êxito junto aos índios. Minha alma estava cansada da vida. Eu desejava a morte, acima de tudo”.

Em 1745, houve um reavivamento entre os índios quando as fontes dos esforços de David se evidenciaram. Em 1746, convenceu os índios dispersos em Nova Gersey a se reunirem em Cranbury, onde logo foi estabelecida uma igreja. Após um ano e meio os convertidos chegavam a quase 150. Brainerd morreu dia 9 de outubro de 1747, acometido por tuberculose. David Brainerd foi um desses homens.
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Tem sido dito que Brainerd orava nas florestas até que a neve se derretesse debaixo de seus pés. Mesmo assim, Brainerd viveu menos de trinta anos. De 1743 a 1747, ele se esforçou para alcançar os índios da América para Cristo. Ele lutava constantemente em oração pelas multidões. Sua curta vida foi um impacto para todo o mundo cristão. A. J. Gordon disse a respeito de Brainerd:
“ Esse homem orava secretamente nas florestas. Um pouco mais tarde, William Carey leu sobre a sua vida e, impulsionado pela leitura, foi à Índia. Payson, ainda jovem, com pouco mais de vinte anos, após ter feito a mesma leitura, disse que nunca ficou tão impressionado com qualquer coisa em sua vida, como com a história de Brainerd. Murray McCheyne disse que ele, de igual modo, ficou impressionado com aquela leitura”.

Brainerd morreu na casa de Jonathan Edwards, que foi poderosamente usado por Deus no primeiro Grande Despertamento na América. Sobre Brainerd, Edwards falou:
“ Eu louvo a Deus porque foi por sua providência que ele morreu em minha casa, para que eu pudesse ouvir suas orações, testemunhar sua consagração e ser inspirado pelo seu exemplo”.

À medida que corria o século as missões entre os índios decresceu. Os missionários dirigiam-se para as terras exóticas, onde a população nativa não podia interferir com o avanço da sociedade americana. Muitos eruditos concordam que a evangelização dos índios como de um todo, não foi uma história de sucesso, sendo o fator principal o intenso conflito entre as duas culturas com vistas ao domínio da terra e a crença arraigada dos Estados Unidos de raça branca de que, os índios eram racialmente inferiores e que, não valia a pena preservar aquelas culturas. Após a morte de David Brainerd, outros nomes se destacam nas missões indígenas americanas: Eleazar Wheelock, David Zeisberger, Isaac McCoy, Narcissa Whitman, Henry Spaulding.

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MISSÕES NA ÁFRICA
Durante séculos a África Negra foi conhecida como “ Cemitério do Homem Branco”. Nesta região a evangelização tem tido um empreendimento dispendioso. Embora as missões protestantes tivessem começado tarde na África, ela tem sido um dos campos missionários mais produtivos no mundo. Calcula-se que neste século 50% da população será composta de cristãos. A maior parte desse crescimento surgiu no século XX, no século IX o trabalho foi lento, mas, foram os missionários pioneiros daquele século que arriscaram tudo para abrir caminho ao evangelho na África. O futuro o cristianismo na África segundo os missionários, dependia da influência européia e do comércio. Poucos missionários se opunham aos conceitos subjacentes do imperialismo que está sendo destacado em anos recentes. Os missionários foram seriamente criticados devido a essa influência, porém, eles travaram longas e amargas batalhas, algumas vezes fisicamente, contra o tráfico de carga humana. E depois do desaparecimento do mercado de escravos, lutaram contra outros crimes, incluindo as táticas cruéis usadas pelo rei Leopoldo para extrair borracha no Congo. Os missionários eram pró-África e sua defesa da justiça racial muitas vezes fez com que fossem desprezados pelos seus irmãos europeus. Podemos afirmar que sem a consciência das missões cristãs, muitos crimes praticados pelo colonialismo teriam continuados impunes. As missões protestantes para a África começaram na Colônia do Cabo com os morávios no século XVIII. Em princípios do século XIX, os missionários estavam penetrando em três das principais cabeças de praia. Começaram na Costa Oeste entrando em Serra Leoa, na Costa Leste a partir da Etiópia e Quênia e no Sul estabeleceram sua missão base na cidade do Cabo. Robert e Mary Moffat (1795-1883) Este homem foi o patriarca das missões na África do Sul. Teve significativa influência nesta parte do mundo durante mais de um século. Embora durante sua vida sempre foi ofuscado pelo seu genro sendo sempre chamado de “o sogro de David Livingstone”, entre os dois ele foi o maior missionário. Ele era um evangelista, tradutor, educador, diplomata e explorador, combinando eficazmente esses papéis e se tornando um dos maiores missionários na África de todos os tempos. Nascido na Escócia em 1795 foi criado em circunstância humilde sem nenhum treinamento bíblico formal. Ele não tinha grande inclinação pelos assuntos espirituais, embora seus pais fossem presbiterianos com forte zelo missionário. “Fugiu para o mar” por algum tempo e aos 14 anos tornou-se um aprendiz de jardineiro, aprendendo uma arte que praticou pelo resto de seus dias. Em 1814, na cidade de Cheshire, Inglaterra, entrou em uma pequena Sociedade Metodista cujas reuniões eram realizadas numa casa de fazenda nas vizinhanças. Essa associação aquecera seu coração. Em 1815, quando ouvia uma mensagem pelo Rev. William Roby, um dos diretores da Sociedade Missionária Londrina, se ofereceu à mesma para servir como missionário. Sendo rejeitado, porque o achou incapaz de efetuar esse sofrido trabalho. Moffat não desanimou, começou estudar teologia com Roby. Depois de um ano se candidatou novamente à SML, sendo então aceito. Logo, foi enviado à África do Sul e depois de 85 dias no mar chegou a cidade do Cabo.
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Os hardships e as circunstâncias primitivas não o deterão, enquanto introduziu para o norte no interior, onde ganhou para Cristo o mais perigosos outlaw o chefe nessa região. Retornando a Capetown em 1819, encontrou-se a jovem missionária Mary Smith, a qual Moffat havia conhecido na Inglaterra. Casaram-se permanecendo assim durante 53 anos. Em 1827, Moffat, deixou sua mulher com os seus filhos pequenos e foi estudar por onze semanas a língua de uma tribo africana chamada Kuruman, onde assegurou o papel de líder. Ao voltar estava pronto para iniciar a tradução da Bíblia neste idioma, passando 29 anos para completar. Em 1829, quase dez anos da chegada de Moffat em Kuruman, foi realizado o primeiro batismo e em 1838, uma grande Igreja de pedra foi construída existente ainda nos dias de hoje. Embora a carreira de Robert Moffat seja geralmente associada a Kuruman, sua obra se estendeu muito além dessa área. Na verdade o núcleo de crentes em Kuruman não passou de duzentos, mas, sua influência fez-se sentir a centenas de quilômetros. Chefes ou representantes de tribos longínquas iam a Kuruman para ouvir suas mensagens. A mais notável dessas ocasiões foi quando um grande e temido Moselekatse, um dos chefes tribais mais infames da África, enviou cinco representantes para visitar Moffat e leva-lo de volta com eles. O encontro entre Moffat e Meselekatse foi inesquecível. Embora Meselekatse nunca houvesse se convertido, ele permitiu que missionário inclusive o filho e a nora de Moffat, John e Emily, estabelecessem um posto missionário entre sua tribo. Contudo, por mais longe que Moffat viajasse, seus pensamentos nunca se afastavam de Kuruman, a qual se tornara um cartão de visita da civilização africana. Três de suas crianças morreram. Mary, a filha a mais velha tornou-se a esposa de David Livingstone. O trabalho de Moffat era a pedra basilar que outro usou em espalhar o evangelho durante todo "o continente escuro”. Abriu muitas estações de missões e serviu como o missionário pioneiro em uma área de centenas de milhas quadradas. Traduziu a Bíblia na língua do Bechwanas. Em 1870 após 53 anos na África, ele sua esposa retornaram a Inglaterra onde um ano mais tarde Mary morreu. Moffat por mais 13 anos continuou a promover missões estrangeiras, viajando pelas ilhas Britânica, tornando-se estadista missionário, desafiando adultos e até jovens com as tremendas necessidades do continente Africano. Levantou fundo para um seminário para que fosse construído na estação de Kuruman onde os estudantes nativos foram preparados para o trabalho missionário entre seus próprios povos. Em sua morte em 1883, os jornais de Londres escreveram: Talvez não mais alma
genuína respirada sempre... Não se dirigiu às audiências cultivadas dentro dos salões majestosos da abadia de Westminster com a mesma maneira simples em que conduziu à adoração nos huts dos selvagens.

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MISSÕES NA EUROPA
O período de 1000 a 1500 é marcado pela expansão da Igreja ao norte europeu e pelas lutas em torno do Mediterrâneo, as chamadas Cruzadas. Notamos que a expansão da Igreja, assim como o combate aos muçulmanos, se dá muito mais em função de interesses políticos, do que por questões espirituais ou religiosas. Naturalmente, existem exceções que deixam algum saldo positivo do período. Segundo os cálculos de Dionízio Exíguo, a era da Igreja estava chegando ao fim no finam de mil anos. Pensava ele que, esta data marcada por tremendas calamidades, daria início ao terrível juízo final. Na realidade nada demais aconteceu, contudo o ano deve ser tomado como uma espécie de marco divisório. Uma Europa que possuía por fim um contorno cristão começava sair dos piores horrores da idade média e acumulava uma energia interior que iria se manifestar no decurso dos quatro séculos seguintes, através do comercio, aventuras militares, arte, arquitetura e felizmente na construção do edifico do pensamento teológico. A primeira tarefa, portanto, consistia na Europa difundir o Evangelho até aos seus próprios limites. Porém, a Escandinávia vivera durante séculos num quase completo isolamento em relação ao resto do mundo. Durante anos os Nódicos permaneceram nas suas terras distantes, lutando entre si. De repente, no século VII, começaram a expandir tornandose o terror no mundo civilizado e em particular do mundo cristão. A variedade das suas devastações é assustadora e a destruição por eles provocada quase não conheceu limites. A Inglaterra foi uma das primeiras vítimas. Lindisfarne viu-se saqueada em 793. Jarrow em 194. o reino saxão de Northumbria caiu em chamas em 867 e durante certo tempo, pensou-se que a Inglaterra seria uma colônia dinamarquesa. No entanto foi a Irlanda que sofreu mais os ataques dos Vikings, tendo sido completamente destruída a grande e bela civilização cristã e a fonte de muito esforço missionário. Em 851, o norueguês Olaf, o branco, se estabeleceu em Dublin, criando um reino pagão que iria durar cerca de três séculos. No continente europeu eram os dinamarqueses que tomavam a chefia, em relação aos noruegueses. Toda Europa Ocidental foi sistematicamente devastada. Na França do norte e na Holanda, vastas áreas transformaram-se em desertos e os cristãos, sempre que possível, fugiam da tempestade destrutiva. Os normandos conseguiram se agrupar na Itália meridional e na Sicília e o seu reino floresceu gradualmente até atingir uma alta civilização, cujo período culminante se verificou durante o reinado do imperador Frederico II (1194-1250), e que aproveitou elementos da Grécia, do mundo muçulmano, da tradição latina e do norte da Europa.

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A Dinamarca encontrava-se em maior contato com a Alemanha e, portanto, com o mundo cristão. Seria ali, naturalmente que o cristianismo teria suas primeiras penetrações com êxito. Anskar conseguiu fundar um certo número de Igreja na Dinamarca, mas, a pressão da evangelização não podia manter-se e a vida da Igreja era incerta. Mas, em 1104, Lund, onde é hoje a Suécia, e que era então a principal cidade dos domínios dinamarqueses foi elevada á categoria de sede arcebispal e um dinamarquês nomeado seu arcebispo. A Igreja dinamarquesa ganhava assim, sua estrutura própria, independente de qualquer prelado vizinho. Na Noruega, como na Dinamarca, o pode real desempenhou um papel importante na introdução da fé cristã. O primeiro herói importante da campanha da fé cristã, se tal nome lhe pode atribuir foi o viking espadachim Olaf Tryggvesson (995-1000), que havia sido educado numa colônia escandinava na Rússia, onde iniciara sua carreira como guerreiro. Em 995 depois de seu batismo Olaf votou à Noruega onde foi eleito rei de todo o país. Logo após haver sido eleito, Olaf dedicou-se à tarefa de fazer do cristianismo a religião dos noruegueses. Olaf morreu no ano 1000, porém, sua obra foi continuada por outro Olaf: Que tinha por sobrenome Haraldsson (995-1030), conhecido depois como “santo Olaf”, este fez com que o evangelho penetrasse profunda e permanentemente no povo. Pro volta do ano 1220, quase toda Europa era cristã numa certa medida. Porém, uma vasta área permanecia no paganismo. Os pagãos por sua vez convocaram uma grande reunião em que decidiram sacrificar 2 homens em cada trimestre e pedir aos deuses pagãos que os livrasse de sofrer do cristianismo e impedisse a expansão deste pelas suas terra. Mas, os cristãos também, organizaram uma reunião e falaram: “Os pagãos sacrificaram os piores homens e atiraram-nos pelos desfiladeiros abaixo; nós, porém, sacrificaremos os melhores homens, como dádiva a nosso Senhor Jesus Cristo e comprometemo-nos a viver melhor e com menos pecado e ofereceremos como penhor de vitória de nosso Trimestre”. As Cruzadas (1096-1291)

O primeiro grande empreendimento da Europa renascido foi as Cruzadas, iniciadas em 1096, prosseguindo até o ano de 1291. Mas, o movimento das Cruzadas durou até 1492, quando os mouros foram definitivamente vencidos. A idéia de libertar os lugares santos cristãos das mãos dos infiéis não era em si mesma ignóbil. Os homens já lutaram por causas menos elevadas que esta. Porém depois de ter dito tudo o que se pode dizer de favorável em relação às cruzadas, o que o cristão deve considerar é que representou um desastre irreparável a causa cristã. Havia entre os cristãos homens retos e de espírito superior, como Bulhão, o primeiro rei cristão de Jerusalém, mas, para a maioria dos guerreiros cristãos, os muçulmanos
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eram infiéis, sem direito a existência, cuja fé não era necessária conservar e que podiam ser chacinados sem dó nem piedade, para a maior glória do Deus cristão. Evidentemente, o ódio cria ódio e o fel engendra fel. Os serracenos sentiam-se igualmente felizes ao poder chacinar os cristãos o que perante o seu próprio juízo se encontrava bem justificado. As principais razões para o uso da ofensiva armada dos cristãos nos países do sul europeu foram: ⇒ Sentimento religioso – o desejo de se fazer peregrinações a Jerusalém, em poder dos muçulmanos; ⇒ Salvação pelas almas – sendo que a participação numa cruza era contada como uma boa obra diante de Deus; ⇒ Busca de aventura – atraindo os homens para as longas e demoradas viagens. ⇒ Desejo de unir as igrejas ocidental e oriental; ⇒ A miséria e a fome que predominavam o mundo da época trouxeram um profundo desejo de mudanças e de novas conquistas, além de um fortalecimento do sentimento religioso que levaram muitos a buscarem a realização do monasticismo e do ascetismo.

A primeira cruzada vai de (1096-1099). A Segunda de (1147-1149) e a Terceira de (1189-1192). De três formas deixaram as Cruzadas a sua marca indelével na história cristã:

1. Lesaram para sempre as relações entre os ramos ocidental e oriental da cristandade. O mal atingiu o clímax quando a quarta cruzada se desviou de seu objetivo, saqueando Constantinopla em 1204 e, instalando um precário império latino sobre a ruína oriental assim que fora destruído. Sessenta anos depois os bizantinos reagiram, expulsaram os estrangeiros e criaram novamente o seu próprio império oriental. Mas, este era uma sombra do anterior, permanentemente enfraquecido pela luta infindável contra os muçulmanos. Quando Constantinopla caiu nas mãos dos turcos em 1453, revelou-se toda a extensão das culpas dos cruzados. 2. Os cruzados deixaram um rastro de amargor nas relações entre cristãos e muçulmanos que continua sendo um fator vivo na situação mundial de nossos dias. Para os muçulmanos, o ocidente é o grande agressor. Há cerca de 900 anos, participou deliberadamente deste papel em nome de Cristo e hoje é muito difícil apagar esta imagem, que continua presente no espírito muçulmano. Porém, isto não quer dizer que os muçulmanos hajam sido sempre ternos e gentis. Também foram bastante agressivos sempre que se viram com força e autoridade para aplica-la, mas, em qualquer caso, os muçulmanos não pretendem ser seguidores do Príncipe da Paz. Para cada muçulmano
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das terras mediterrâneas, as cruzadas foi um acontecimento de ontem e as feridas estão prontas a abrirem-se de um momento para outro. 3. As cruzadas explicaram a descida da temperatura moral da cristandade. Uma cruzada dirigida contra o barbarismo pagão do Norte poderia tornar-se grande catástrofe. É impossível discordar do juízo moderado de um historiador das cruzadas, dos nossos dias: “Visto dentro da perspectiva da história, todo o movimento das c ruzadas foi um vasto fiasco”. “Os triunfos das cruzadas foram triunfos da fé”. Mas a fé sem sabedoria é perigosa. O historiador quando regride nos séculos observando a sua história galante, acaba por encontrar a sua admiração vencida pela tristeza, ao verificar as limitações da natureza humana. Havia muita coragem e pouca honra; muita devoção e pouca compreensão. Os grandes ideais foram maculados pela crueldade e pela avidez. Viram-se afetados por uma retidão cega e estreita que a própria Guerra Santa foi nada menos que um grande ato de intolerância em nome de Deus, o que é um pecado contra o Espírito Santo.

Contudo, as cruzadas foram os primeiros sintomas do despertar da Europa e de uma nova capacidade, por parte dos povos europeus de agirem juntamente como um todo. Embora alguns cristãos afirmassem que o serraceno só era bom depois de morto, havia outros que pensavam diferente e acreditavam que por meio da pregação clara e piedosa do evangelho, os serracenos seriam ganhos para a fé em Cristo.
© Cruzadas contra os judeus

Um dos maiores missionários que surgiu nesta época da história foi Raimund Lull, nascido em 1235, na ilha de Maiorca e dedicando-se à Seara do Mestre durante 50 anos. Luul escreveu dizendo: “ Os
missionários converterão o mundo por meio da pregação, mas, também, vertendo lágrima e sangue através de grandes trabalhos seguidos de mortes amargas”.

Não era este um homem que formulasse pensamentos que não estivesse pronto para traduzir em atos. Visitou quatro vezes a África do Norte para pregar aos muçulmanos e discutir com eles em pessoa. Na quarta destas visitas, em Gugia, em 1315 foi de tal modo agredido que morreu em resultado dos ferimentos recebidos.

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MISSÕES NA ÁSIA
O primeiro grande avanço das missões estrangeiras deu-se ao Sul da Ásia Central. Foi muito difícil a obra do Senhor neste lugar, pois, ali eram praticadas as religiões mais velhas e complexas do mundo, como o hinduísmo, budismo, islamismo, sikismo ou jainismo. Que atração poderia haver numa tradição dogmática como o cristianismo? Os hindus com seus milhares de deuses pensavam ser superiores ao cristianismo que lhes apresentava um único Deus. Mas, o cristianismo como William Carey e os que o sucederam demonstraram que tinham tudo a oferecer ao povo da Ásia Central. Mesmo sem levar em conta o dom gratuito da salvação e da vida eterna, só o cristianismo oferecia as pessoas à libertação das cadeias do antiqüíssimo sistema de castas e do processo interminável de reencarnações que os escravizava. Só o cristianismo se aproximava dos “intocáveis” e lhes oferecia esperança para o momento presente. Só o cristianismo estava disposto a sacrificar seus jovens, homens e mulheres nos perigos do Sul da Ásia com seu clima excessivamente quente, num amor desprendido, a fim de erguer espiritualmente seu povo. Os sacrifícios de Carey, Judson e outros que trabalhavam na Índia e na Ásia foram imensos. Carey e Judson sepultaram duas esposas cada um, assim como filhos pequenos, mas, nenhum preço era considerado alto demais para o privilegio de levar o Cristo a essa área do mundo.

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MISSÕES NA AMÉRICA CENTRAL
Em fins de 1880 essa área do mundo chamou a atenção de C. I. Scofield, americano que se tornou famoso pela sua Bíblia editada em linguagem popular. Nesta época os missionários já estavam em quase metade do mundo, porém, haviam se esquecido de seus vizinhos do lado. Baseando sua estratégia como considerava um princípio missionário em Atos 1.8, Scofield decidiu corrigir seu erro: “ Tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria – América Central é o campo não ocupado mais perto de qualquer cristão nos Estados Unidos ou no Canadá! Nós nos esquecemos da nossa Samaria”. Scofield nasceu em Michigan em 1843 e cresceu no Tennessee. Tendo estudado Direito foi admitido na Ordem dos Advogados em Kansas em 1869. Serviu na Assembléia Legislativa e veio ser mais tarde Procurador dos Estados Unidos sob o Presidente Grant. Em 1879 quando exercia sua profissão, um cliente testificou a ele e o resultado foi sua conversão ao cristianismo. Para ele que era escravo da bebida sua conversão foi dramática. Em 1883, iniciou um estudo intensivo da Bíblia. Durante 13 nos serviu como Pastor em Dallas e depois fundou a Faculdade Bíblica Filadélfia. Em 1890, fundou o MAC, depois de quatro meses a missão já tinha o primeiro candidato para Costa Rica. Em 1894 já havia sete missionários na Costa Rica. Em 1899, a Guatemala foi atingida e em 1900, a MAC chegou a Nicarágua. Após 10 anos a missão possuía 25 missionários trabalhando em cinco áreas da América Central e apesar das dificuldades continuou crescendo e está em atividade até hoje, com cerca de 300 missionários em seis repúblicas centro-americanas, além do México. Porém, se certas sociedades missionárias se interessavam pela América Central a outra América, a Latina foi negligenciada durante séculos pelos protestantes. Em fins do século IXI, a percepção desse esquecimento começou a aumentar. Lucy Guineess, escreveu um livro chamado, “O Continente Negligenciado”, sublinhava a negligencia espiritual da América do Sul e ajudou a despertar muitos cristãos para sua responsabilidade. Homens que deram suas vidas pelas missões Latinas: Dave Bacon, Cecil Dye, Geroge Hosback, Bob Dye e ldon Hunter.

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MISSÕES NO SÉCULO DEZOITO
• • • • 64 – Começa a perseguição de Nero 67 – Martírio de Pedro e Paulo 70 – Destruição de Jerusalém 156 – Martírio de Policarpo

Mundo Mediterrâneo • • • • • • • • • • • 165 – Morte de Justino Mártir 203 – Morte de Perpétua 303 – Começa a perseguição de Dioclécio 313 – Constantino expede o Edito de Milão 325 – Concílio de Nicéia 340 – Início do Ministério de Ulfilas com os Godos 595 – Gregório, o Grande nomeia Agostinho 638 – O Islã conquista Jerusalém 1095 – Início das Cruzadas 1276 – Lull abre o mosteiro em Maorca 1316 – Morte de Raymond Lull

Europa Septentrional e Ocidental • • • • • • • • • • • • • • • • • Ásia e África •
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361 – Martin de Tours começa seu trabalho missionário 432 – Patrício chega à Irlanda 496 – Conversão de Clóvis 563 – Columba chega à Escócia 716 – Bonifácio inicia seu trabalho missionário 732 – Batalha de Tours 744 – Fundação de Fulda 800 – Carlos Magno coroado imperador 827 – Anskar chega à Dinamarca 1212 – Francisco de Assis inicia sua missão para a Síria 1216 – Fundação dos Dominicanos 1219 – Franciscanos enviados para África do Norte 1534 – Fundação dos Jesuítas 1622 – Fundação de Propaganda 1705 – Fundação da Missão Dinamarquesa 1722 – Zinzerdorf estabelece Herrnhut 1773 – Jesuítas reprimidos pelo papa

635 – Nestorianos chegam à China

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• • • • • • • Novo Mundo • • • • • • • • • • •

1219 – Frei John chega à Pequim 1542 – Xavier chega à Índia 1583 – Ricci chega à China 1606 – de Nobili chega à Índia 1706 – Ziegenbalg, na Índia 1737 – Geroge Shimt, na África do Sul 1750 – C. F. Schwartz chega à Índia

1510 – Dominicanos chegam a Haiti 1523 – Las Casas une-se aos dominicanos 1555 – Calvino envia colonos ao Brasil 1625 – Brébeut nomeado para Nova França 1646 – John Eliot faz o primeiro sermão aos Índios 1675 – Guerra do rei Felipe 1722 – Egede chega à Groelândia 1732 – Morávios enviam missionários às Ilhas Virgens 1733 – Christian David chega à Groelândia 1743 – Brainerd inicia trabalho missionário 1744 – Zeiberger começa ministério aos Índios

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MISSÕES NO SÉCULO XIX “O GRANDE SÉCULO”
Índia e Ásia Central • • • • • • • • • • • • África Negra • • • • • • • • • • • Extremo Oriente • • • • • • • • • • • •
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1793 – William Carey chega à Índia 1806 – Chegada de Henry Martyn à Índia 1812 – Partida dos primeiros missionários americanos 1819 – Fundação do Colégio de Serampore 1824 – Prisão de Judson 1830 – Chegada de Alexander Duff à Índia 1834 – Morte de Carey 1845 – Licença de Hudson nos E.U.A. 1850 – Morte de Hudson 1870 – Dra. Clara Swain chega à Índia 1878 – Batismo em massa de John Clough 1896 – Amy Carmichael começa obra em Tinnevelly

1799 – Vanderkemp chega ao Cabo 1825 – Moffat se estabelece em Kuruman 1841 – Livingstone chega à África 1844 – Krapt chega a Quênia 1864 – Crowther consagrado bispo 1873 - Morte de Livingstone 1874 – Stanley começa a jornada de 999 dias 1875 – Grenfell chega ao Congo 1876 – Mackay chega à Uganda 1890 – O bispo Tucker chega à Uganda 1896 – Morte de Peter Cameron Scott

1807 – Morrison chega à Cantão 1814 – Morrison batiza o primeiro convertido 1840 – Gutzlaff inicia ministério na costa chineza 1842 – Tratado de Nanguim 1854 – Taylor chega a Changai 1859 – Missionários protestantes chegam ao Japão 1865 – Primeiro missionário protestante chega a Coréia 1867 – Morte de Gracie Taylor 1868 – Incidente de Yagchow 1870 – Morte de Mary Taylor 1877 – Jannie Taylor volta sozinha à China 1900 – Rebelião dos Boxes

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Ilhas do Pacífico • • • • • • • • • • • • • • • 1796 – Duff viaja para o Pacífico Sul 1817 – William chega aos Mares do Sul 1819 – Batismo de Pomare 1820 – Início da Missão Havaiana 1837 – Coan começa 1838 – A Bíblia é publicada em italiano 1839 – Martírio de Williams 1848 – Gedie chega a Aneityum 1855 – Patterson viaja para os Mares do Sul 1858 – Paton chega a Tanna 1866 – Chalmers viaja para os Mares do Sul 1871 – Martírio de Patterson 1873 – O padre Damião chega a Molocai 1882 – Florence Young inicia ministério em Fairymead 1901 – Martírio de Chalmers

Europa e América do Norte • • • • • • • • • • • • • 1795 – Fundação da Sociedade Missionária Londrina 1799 – Fundação da Sociedade Missionária da Igreja 1810 – Fundação da Junta Americana de Comissionários para Missões Estrangeiras 1835 – Whitman viaja para Óregon 1837 – Remoção dos Cheroquis 1847 – Massacre de Waiilatpu 1865 – Fundação da Missão para o Interior da China 1886 – Nascimento do Movimento Voluntária Estudantil 1887 – Fundação da Aliança Cristã Central 1890 – Fundação da Missão Americana Central 1892 – Grenfell chega ao Labrador 1893 – Fundação da Missão para o interior do Sudão 1895 – Fundação da Missão para o interior da África.

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MISSÕES NA AMÉRICA LATINA
É impossível descrever o movimento missionário no mundo do século XX e início do século XXI, em todos os seus lances, num período de grandes mudanças e de muitas iniciativas missionárias. O enfoque, portanto, será dado ao contexto latino-americano de forma geral. Recomendamos o estudo do avanço missionário em outras regiões do mundo na literatura produzida em cada região. A história do ponto de vista do norte está nas obras tradicionais e clássicas. A Chegada das Missões à América Latina Através dos descobrimentos e das iniciativas de colonização dos paízes católicos romanos do sul da Europa, as missões cristãs chegaram ao nosso continente. Como já vimos, em 1492, Cristóvão Colombo chega às Bahamas; em 1500, Pedro Álvares Cabral ao Brasil; em 1519, Hernán Cortés ao México; e, em 1531, Francisco Pizarro ao Peru. Além do governo de seu país, representavam a fé cristã, que pouco a pouco, invadia as antigas terras indígenas do Novo Mundo. Três aspectos que caracterizaram as missões católicas que chegaram à América Central e do Sul: ⇒ Imposição – a cristianização à força ⇒ Superficialidade – não atingiu a alma do povo ⇒ Sincretismo – aproveitou-se elementos religiosos já existentes e não fez clara distinção entre o cristianismo e o animismo. Inclusive facilidade pelo misticismo espanhol e português. Nem todos os franciscanos, jesuítas e dominicanos que chegaram ao Novo Mundo eram solidários com os governos conquistadores e colonizadores da Espanha, Portugal e Itália. Um excelente exemplo é o dominicano Bartolomeu de Las Casas (1474-1566), que lutou a favor dos indígenas nas Ilhas do Caribe – Espanhola (República Dominicana e Haiti). As reduções na região das Missões, principalmente no atual Paraguai, iniciadas pelos jesuítas, foram modelos de cidades que visavam o desenvolvimento político, social, cultural, tecnológico e religioso dos Garanis. Costuma dividir-se este tempo de missões católicas em três fases: ⇒ Heróica – a conversão e o batismo dos indígenas sem critérios ⇒ Missionária – o ensino mais sistemático sobre a doutrina e a prática cristã ⇒ Paroquial – o estabelecimento do sistema católico mais sólido. As Missões Protestantes A primeira tentativa como sabemos foi feita pelos huguenotes franceses, com a chegada de Villegagnon ao Brasil em 1555. Os franceses foram, no entanto expulsos em 1567 e nada sobrou do seu empreendimento “missionário”. A segunda foi a dos reformados holandeses entre os anos 1624 e 1654, que também poucos vestígios deixou. Tentativas parecidas ocorreram, por exemplo, no Panamá pelos escoceses entre 1698 e 1700. Os missionários morávios também trabalharam no continente latino-americano, principalmente em ilhas do Caribe e na Guiana Holandês.
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As primeiras igrejas protestantes que chegaram ao continente e que permaneceram, vieram no começo do século XIX, através dos imigrantes, principalmente alemães, ingleses, italianos (valdenses) e americanos, além de outros grupos europeus. Uma das primeiras igrejas fundadas e que existe até hoje foi a Igreja Anglicana do Rio de Janeiro, em 1819. Os primeiros missionários, enviados pelas principais denominações da época, chegaram nos seguintes anos: ⇒ Presbiterianos: Argentina 1823, Colômbia 1859, Brasil 1859, México 1871 e Guatemala 1882; ⇒ Metodistas: Brasil 1835, Argentina 1835, Uruguai 1835, México 1872, Chile 1877 e Bolívia 1901. ⇒ Batistas: México 1870, Brasil 1881, Argentina 1881 e Bolívia 1895. O crescimento do movimento evangélico na América Latina tem sido forte durante o século XX, principalmente na sua segunda metade. Alguns dados estatísticos:

' 1900, havia nas Guianas, onde a concentração de evangélicos era Em maior, em torno de 14.000 membros. No Brasil eram um pouco mais de 11.000 e nos países de fala espana 5.200. ' 1916, o número total de evangélicos no continente latino-americano Em tinha subido para 378.000. ' 1925 tinha alcançado 756.000; em 1936, sete milhões; em 1967, 15 Em milhões; em 1987, 37 milhões e no ano 2000, em torno de 80 milhões.

A conferência de Edimburgo em 1910 não considerou a América Latina como campo missionário por já ser católica, mas, o encontro alguns anos mais tarde no Panamá, 1916, mudou esta visão e há um aumentou de investimento em missões no continente. A igualdade de direitos dos evangélicos em relação aos católicos (no Brasil, já em 1890) foi também um fator que colaborou com a entrada de missionários e o desenvolvimento da igreja evangélica. Em termos do movimento missionário latino-americano, as primeiras iniciativas têm sido por parte das denominações, que desde o fim do século XIX, começaram a enviar missionários para campos pioneiros dentro do seu próprio país e no começo do século XX também para outros países. Hoje é, principalmente, o COMIBAM (Cooperação Missionária Ibero- americana) que representa o movimento missionário da América Latina.

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MISSÕES NO SÉCULO VINTE
África Negra • • • • • • • • • • Extremo Oriente e Ilhas do Pacífico • • • • • • • • • • • • • • América Latina • • • • • • • • •
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1910 – C. T. Studd chega à África 1913 – Schweitzer chega à África 1915 – Morte de Mary Slessor 1928 – Carl Becker viaja para o Congo 1931 – Morte de C. T. Studd 1953 – Helen Roseveare chega ao Congo 1960 – Independência do Congo 1964 – Rebelião de Simba 1964 – Morte de Paulo Carison 1964 – Ataque do Quilômetro Oito

1905 – Martírio de Eleanor Chestnut 1907 - Goforth inicia ministério de reavivamento na Coréria e Manchúria 1930 – Gladys Aylward vai para China 1932 – Martírio de onze missionários em Team 1934 – Martírio de Stm 1940 – Gladys Aylward leva crianças para lugar seguro 1945 – Morte de Eric Liddell 1945 – Morte de R.A. Jafray em campo de concentração japonês 1948 – CREO inicia programa de rádio em Manilla 1958 – Cho inicia ministério de tenda na Coréia 1962 – Captura de Mitchell, Gerber e Vietti 1962 – Don Richardson chega a Írian Gaya 1964 – Myron Braomley entra no Vale Balim 1968 – Morte de Betty Oslen

1917 – W.C. Townsend chega a Guatemala 1929 – Townsend completa NT Cakchiquet 1931 – HCJB começa 1936 – Ken Pique começa trabalho no México 1941 – Wlater Herron começa ministério de aviação 1943 – Martírio de 5 missionários das Novas Tribos na Bolívia 1948 – Nate Saint chega ao Equador 1956 – Massacre Auca 1956 – Mariana Slocum completa NT Tzeital

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1957 – Rachel Saint e Dayuna correm os U.S.A. 1981 – Martírio de Chet Bitterman

Oriente Próximo, África do Norte e Ásia Central • • • • • • • • • • • 1900 – Ida Scudder funda Escola de Medicina em Vellore 1901 – Mause Cary viaja para Marrocos 1912 – Zwemer inicia obra no Cairo 1917 – E. Stanley Jones chega a Índia 1928 – Conferencia Missionária Mundial de Jerusalém 1933 – Morte de Johanna Veenstra 1938 – Conferencia Missionária Mundial de Madras 1951 – Morte de Amy Carmichael 1962 – Viggo Olsen chega ao Paquistão Oriental 1967 – Marrocos fechado para missionários 1973 – Morte de E. Stanley Jones

Europa e América do Norte • • • • • • • • • • • • • 1908 – Grenfell salvo da icebergue 1910 – Conferencia Missionária de Edimburgo 1920 – Convenção MVE de De Moines 1932 – Publicação de “Reavaliação das Missões”. 1934 – Fundação do Instituto Lingüístico de Verão 1939 – Joy Ridderhof funda a gravadora “Gospel Recordings” 1942 – Fundação da Missão Novas Tribos 1945 – fundação das Asas de Socorro 1946 – Primeira convenção Missionária Trienal “Urbana” em Toronto 1950 – Fundação da “Visão Mundial” 1954 – Fundação da Radio “Trans -Mundial” 1955 – Morte de Mott 1976 – Fundação do Centro das Missões Mundiais nos E.U.A.

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MISSÕES A PARTIR DO BRASIL
O Brasil tem hoje uma das maiores igrejas evangélica do mundo. Superado pelos Estados Unidos da América e pela China, vem em terceiro lugar com cerca de 35 milhões de evangélicos, segundo estimativas. Durante mais de cem anos, os pais têm recebido missionários de fora e ainda trabalham no Brasil em torno de 2.600 missionários estrangeiros. Missionários Pioneiros Como já vimos, também no Brasil foi a Igreja Católica Romana que primeiro chegou como o Cristianismo. Somente no fim do século XVIII começaram a chegar imigrantes que trouxeram consigo a Igreja Protestante e ao longo do século XIX varias igrejas se estabeleceram no Brasil, a partir das colônias étnicas que surgiram. Iniciativas missionárias, com o intuito de alcançar a população brasileira, ocorreram mais tarde. Os primeiros missionários estrangeiros que chegaram aos nossos pais foram: ⇒ Justino Spaulding Daniel e Cynthia Kidder Missionarios americanos da Igreja Metodista Episcopal. Spaulding chegou ao Brasil em 1836 e o casal Kidder em 1837. Estabeleceram a primeira escola dominical, venderam Bíblias e deram inicio ao trabalho metodista no país. Cynthia faleceu de febre amarela em 1940, levando o seu esposo a voltar aos Estados Unidos. Spaulding regressou a sua pátria no ano seguinte. A Igreja Metodista não chegou a ser organizada neste período inicial, somente 1876 em quando um novo missionário J.J. Ranson foi enviado ao Brasil. ⇒ Robert e Sarah Kalley Chegaram ao Brasil em 1855 vindos da Escócia. Robert era medico e pastor de origem presbiteriana. Juntos fundaram a primeira igreja protestante de língua portuguesa, a Igreja Congregacional no Rio de Janeiro. ⇒ Ashbel Green Simonton Enviado pela Junta de Missões da Igreja Presbiteriana, como seu primeiro missionário ao Brasil, chegou em 1859. Fundou no Rio de Janeiro a Igreja Presbiteriana e iniciou um jornal evangélico e um seminário para formação de pastores brasileiros. ⇒ Ana e William Bagby Casal norte-americano que iniciou o trabalho batista no Brasil. Eles chegaram em 1881, estabelecendo a primeira Igreja Batista em Salvador no ano seguinte, juntamente com o recém-chegado casal Kate e Zacarias Taylor. William faleceu em 1939 e Ana 1942. ⇒ Gunnar Vingren e Daniel Berg Missionários suecos que, via Estados Unidos, chegaram ao Brasil em 1910 estabelecendo o trabalho das Assembléias de Deus na cidade de Belém, PA. Gunnar faleceu em 1933 e Daniel em 1963. ⇒ Erik e Anna Jansson
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Missionários batistas suecos da Missão de Orebro, que chegaram ao Brasil em 19121914, respectivamente, para dar atendimento espiritual a colônia de imigrantes suecos no Rio Grande do Sul. Logo estabeleceram trabalho também entre os brasileiros sendo a primeira igreja brasileira organizada em 1915 na cidade de Ijui. O trabalho dos batistas suecos deu origem a Convenção das Igrejas Batistas Independentes, organizada com liderança nacional em 1952. Erik faleceu em 1971 com 86 anos de idade. Muitos outros missionários chegaram ao Brasil ao longo dos anos. Vindos principalmente dos Estados Unidos, do Canadá e países europeus como Alemanha, Inglaterra, Escócia, Holanda, Suíça, Suécia e Noruega, ajudaram a estabelecer a igreja evangélica em nosso país.

MOVIMENTOS DE DESTAQUE
As ultimas décadas tem sido influenciadas, em termos de missões, por vários movimentos. Destacam-se: 1.- O MOVIMENTO DE LAUSANNE A partir da conferencia missionária em Lausanne, na Suíça, em 1974, o mundo evangélico é levado a refletir sobre sua tarefa missionária e sobre a cooperação no cumprimento da missão. Com o lema”Toda igreja levando o evangelho a todo homem em todo mundo”, a conferencia alcançou bem mais do que os participantes, criando um movimento mundial com benefícios incalculáveis para as missões. Conferencias regionais foram realizadas e, em 1989, Lausanne II em Manila. O movimento de Lausanne quer: • • • • • Dar uma orientação teológica, baseada na Bíblia, acerca da motivação missionária e seu conteúdo. Estimular os cristãos a uma responsabilidade maior pela evangelização que já vem ocorrendo nas diferentes denominações e movimentos. Inspirar o cristão, individualmente, a um serviço intensivo de intercessão e de ofertar bem mais para missões. Conscientizar os cristãos de que a evangelização e ação social devem acompanhar uma a outra. Possibilitar contatos entre a cristandade evangélica para melhor planejamento e cooperação.

2.- MOVIMENTO DO CRESCIMENTO DA IGREJA Os primeiros passos dentro deste movimento foram tomados por Donald McGavran, professor de missões no Fuller Theological Seminary, Pasadena, EUA. O movimento tem trazido novos aspectos à analise do evangelismo e de missões e se baseia nos seguintes aspectos: • •
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Não cruzar fronteiras de cultura, senão no trabalho pioneiro-evangelização em grupos homogêneos. Investir a maior parte dos recursos onde há receptividade.

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• • •

Dividir a igreja em grupos menores. Treinamento de leigos Investir em pesquisas sobre crescimento

O movimento tem sido fortemente criticado por só se preocupar com o crescimento numérico mas, ultimamente, os seus defensores vem enfatizando o crescimento equilibrado da igreja, incluindo além do crescimento quantitativo, também o qualitativo e o orgânico.

3.- MOVIMENTO ANO 2000 ( AD 2000) Em janeiro de 1989, foi realizada em Cingapura, uma consulta global de evangelização mundial para o ano 2000 e além. Esta consulta deu origem ao movimento denominado AD 2000. O movimento tem o propósito de: “Em um espírito de serviço, buscar motivar, fomentar e fazer redes de homens e mulheres lideres eclesiásticos, que sejam motivados pela visão de alcançar os não-alcançados até o ano 2000”, cumprindo assim a grande comissão de Jesus. Os objetivos deste movimento são: • • Trabalhar, enfocando particularmente aqueles que não têm ouvido a Palavra de Deus. Dar a cada pessoa a possibilidade real de ouvir a Palavra de Deus em um idioma que possa entender. O alvo é que pelo menos a metade da população mundial professe sua fé em, Jesus. • Estabelecer um movimento de plantação de igrejas com orientação para missões, dentro de cada grupo de pessoas não alcançadas pela Palavra de Deus. • Estabelecer uma comunidade cristã marcada pela adoração, discipulado, evangelismo e de interesse missionário em cada grupo humano. Um enfoque principal dentro do movimento AD 2000, está para a chamada janela 10/40. esta janela representa os países no norte da África, sul da Ásia e todo o oriente médio. Nesta área vivem 97% das pessoas menos evangelizadas, a maioria delas muçulmanas. A janela 10/40 é também a região onde menos esforços evangelísticos têm sido empreendidos. A historia de missões continua a ser escrita e a obra missionária está mais viva do que nunca. Deus continua vocacionando vidas para servirem como missionários em muitas maneiras.
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A RESPONSABILIDADE DO JOVEM PELO MUNDO
John R. Mott estava no segundo ano da Faculdade em Cornell, quando certo dia entrando atrasado em sua sala de aula onde J.K. Studd dissertava, ouviu que este dizia como se dirigindo diretamente a ele:
“Jovem, buscas grandes coisas para ti mesmo? Não a busques! Busca primeiro o reino de Deus”.

A subseqüente conversão e consagração de Mott colocaram-no no caminho que o conduziu a participar da Conferencia de Monte Hermon em 1886, ocasião em que surgiu o Movimento Voluntário Estudantil e do qual se tornou um voluntário e líder. Ele serviu na primeira Comissão Executiva do Movimento e por mais de trinta anos foi seu presidente. Liderando ao mesmo tempo, com grande capacidade, dois movimentos de forte ênfase evangelística para a época: A Associação Crista de Moços e a Federação Crista Estudantil Mundial. Laourette faz o seguinte comentário: “ Mott se tornou um dos mais destacados lideres
de toda a historia do cristianismo, combinando sua fé singela, fruto de uma completa dedicação a Cristo, com uma liderança marcante, uma visão que abrangia o mundo todo, uma capacidade para identificar e alistar jovens hábeis e uma capacidade para conquistar a confiança de homens de negócios, ao mesmo tempo em que, atravessava barreiras eclesiásticas para unir os cristãos de muitas tradições no esforço de ganhar toda a humanidade para fé crista”.

Ate’ sua morte ele se tornou, um simples evangelista. Em 1901, aplicou a seguinte mensagem: “ E’ um fato muito inspirador que os jovens desta
geração não duvidem da causa das missões mundiais. O cristão que se acanha em nossos dias de participar desta causa deve ser considerado ignorante e insensato. O individuo que, põem em duvida a causa de missões suspeita na verdade de toda a religião duradoura, pois, como disse Max Muller, ‘as religiões não cristas estão morrendo ou estão mortas”.

Ele duvidava abertamente do cristianismo por ser em essência um empreendimento missionário. Duvida da Bíblia porque missões constituem seu tema central. Duvida da oração do Pai nosso e do credo Apostólico, bastando repetir suas frases familiares para que se sinta humilhado com a idéia. Ele duvidava da paternidade de Deus e com isto, também, da fraternidade dos homens. Se for cristão, suspeita do vigor de sua vida espiritual e na pior das hipóteses, duvida de Jesus Cristo, que e’ a propiciacão não só dos nossos pecados, mas, dos pecados de todo o mundo. Reputo, portanto, ou ele e’ ignorante ou insensato.

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TODA A HUMANIDADE NA PERSPECTIVA MISSIONARIA
Perspectiva alguma da raça humana pode ser resumida sem que haja uma tendência simplista. Quando Deus escolheu Abrão e sua descendência, tanto para uma bênção especial como para uma responsabilidade especial de partilhar aquela bênção com “todas as famílias da terra”, Gn 12.3; 18.18, etc., Abrão misericordiosamente não entendeu como essa tarefa era grande e complexa. Agora, entretanto, 4 mil anos depois, mais da metade de “todas as famílias da terra” são pelo menos o que Taynbbe chama de “judaicas” em religião e certamente receberam pelo menos alguma bênção direta através de pessoas com uma fé semelhante a de Abrão e através da obra redentora daquele para quem Abrão olhou (Jo 8.56). Se levarmos em consideração influências, seria possível calcular que nove décimos de toda a humanidade já recebeu parta dessa bênção, mesmo quando misturada com outros elementos.

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UM FUTURO REAVIVAMENTO
O mundo vai passar por um grande reavivamento antes do fim dos tempos? Esta possibilidade tem sido discutida pelos cristãos que creem que as ultimas lutas convulsivas de nossa civilização já começaram. As Escrituras parecem aludir a um reavivamento mundial, embora, esta interpretação não seja de maneira nenhuma unânime. Muitas referencias estão ligadas a outras situações históricas, tais como a volta dos judeus do cativeiro e a restauração de sua nação. Também e’ preciso levar em consideração como uma pessoa encara o milênio, a tribulação e o arrebatamento. A complexidade destas profecias faz com que nenhuma conclusão seja definitiva. Mas, reconhecendo que atualmente vemos obscuramente como através de um vidro embaçado, podemos encontrar algumas vagas indicações de um ultimo e poderoso despertamento espiritual. • • • • O reavivamento será um derramamento universal do Espírito Santo. O reavivamento vira num período sem procedentes de tribulação. O reavivamento purificara o povo de Deus e este será levado a verdadeira beleza de santidade. O reavivamento vai preparar o caminho para a vinda do Rei.
“ Reavivamento é renovada convicção de pecado e arrependimento, seguida de um intenso desejo de viver em obediência a Deus. É a entrega da vontade a Ele em profunda humildade”. Charles Finney “Avivamento é santidade, humildade, crucificação do ego, amor fraternal, paixão pelas almas perdidas. É o sopro do Espírito para acordar o que dorme, para o crescimento na graça, na alegria e na paz”. Enéas Tognini

Finney comentando sobre este assunto disse:

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CONCLUSÃO
Poucas vezes foi possível, na historia da Igreja ou do mundo, indicar algo que seja inconfundivelmente novo. Mas, no século XX surgiu um fenômeno que ‘’e sem duvida novo, pela primeira vez existe no mundo uma religião universal, o cristianismo. Foi esta a única religião entre o Budismo e o Islamismo, a saber, adaptar-se em cada continente e quase que em cada pais. Em muitas zonas a situação pode ser precária e pequeno o numero de fieis, contudo, em cada pais a religião crista mostra ser uma minoria dinâmica que se enraíza a cada dia mais fortemente, não por importações estrangeiras, mas, como Igreja universal do Senhor Jesus Cristo.

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BIBLIOGRAFIA

Gonzalez, Justo L., “ Uma História Ilustrada do Cristianismo”, 1ª Edição, 1984, Sociedade Religiosa Edições Nova Vida, São Paulo - SP. ________________ “ Uma História Ilustrada do Cristianismo”, (A era dos Altos Ideais), Vol. 4, 2a. edição, 1986. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, São Paulo, pp. 185. A. Tucker, Ruth, “... Até aos Confins da Terra”. 1ª Edição, 1986, Sociedade Religiosa Edições Nova Vida, São Paulo - SP. Ekström, Bertil, História da Missão. 1a Edição, 2001, Editora Descoberta, Londrina, PR, pp.136. Neill, Stehen, Historia das missões. 1 Ediçao, 1997, Editora Vida Nova, São Paulo – SP

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1. Introdução:
Há pouco tempo, vemos na página União net, o seguinte apelo dum pastor brasileiro: “A Paz do Senhor Jesus para todos, tenho um chamado de Deus para abrir uma igreja em Portugal... Quero saber dos irmãos, se é difícil alugar um pequeno ponto para um templo... Aguardo respostas ansioso.” Preferi responder pessoalmente e não por intermédio da União net. Mas, como aliás prometi a esse irmão, considerando que a questão levantada interessa a muitos outros crentes, resolvo abordar o assunto na minha página. Escrevo estas linhas, pensando em primeiro lugar nos pais e nos pastores de muitos missionários brasileiros que têm vindo ultimamente para Portugal. Muita coisa mudou já no fim do século XX, e neste início de século XXI. O missionário já não é a pessoa com boa preparação, a nível superior, que fazia uma longa viagem por mar, e ao fim de alguns meses chegava ao seu destino, de onde só poderia regressar no ano seguinte, quando os ventos fossem favoráveis. Nesse novo país, muitas vezes colonizado pelo país de origem do missionário, onde gozava dos privilégios de cidadão do país ocupante, ele difundia a sua fé, geralmente sinônimo de civilização, o que, nesse contexto histórico, era o mesmo que dizer, de europeização. Já em fins do século XX, começam as mudanças, e neste início do século XXI, temos uma realidade bem diferente. Já não há colônias nem países distantes. Pela Internet, podemos “entrar” nas casas das pessoas em qualquer parte do mundo em alguns minutos. As grandes viagens de muitos meses demoram agora algumas horas, ao fim das quais é possível telefonar para dizer: “Já cá estou. Fiz boa viagem.” Mas as alterações verificam-se também no trabalho missionário. Agora é mais fácil ser missionário, e o número de missionários aumentou muito, mas também perdeu muito em prestígio e qualidade. Duma maneira geral, o missionário pode “cair” para dois extremos, que iremos tentar examinar em primeiro lugar, ou o isolacionismo, ou a sua subordinação às “multinacionais de evangelismo” que limitam e condicionam a sua ação como pregador do Evangelho. De seguida iremos buscar a orientação bíblica para a obra missionária.

2. Isolacionismo:
2.1 O que é o isolacionismo: Considero como isolacionismo, a situação do missionário que atua isolado, ignorando todos os outros missionários que o antecederam, e todas as igrejas já implantadas no país onde vai exercer a sua ação. Nos nossos dias, em praticamente todo o mundo, já há igrejas evangélicas que têm a sua organização e os seus planos para a evangelização. Igrejas que certamente conhecem melhor do que ninguém a realidade dos seus próprios países. Além disso, há organizações de coordenação e apoio às várias igrejas evangélicas, como é o caso, em Portugal, da AEP (Aliança


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Evangélica Portuguesa) ou o COPIC (Conselho Português de Igrejas Cristãs), ou em Moçambique o “Conselho Cristão de Moçambique”, etc. Um missionário do tipo isolacionista, tem tendência a atuar como uma espécie de “D. Quixote de la Mancha”, desfasado da sua época, ignorando as outras igrejas evangélicas, como se ele fosse o primeiro a pregar o Evangelho, ou o melhor de todos, ou o mais verdadeiro, assumindo por vezes atitudes que acabam por prejudicar o Evangelho, tentando implantar igrejas onde houver maior receptividade, o que geralmente acontece nos locais já evangelizados, acabando por fundar igrejas com prejuízo das mais antigas, desviando os crentes das suas antigas igrejas. 2.2 Motivos do isolacionismo: Vários podem ser os motivos desta atitude de certos missionários. Pelo que tenho observado em Portugal, posso citar algumas causas que tenho observado em missionários que vêm do Brasil: 1) Procura dum melhor nível de vida. Principalmente em relação aos missionários das regiões mais atrasadas do norte do Brasil, que têm uma “chamada do Senhor” para pregar o Evangelho, não no interior do Brasil nem em África, mas em Portugal, e que ao chegar a Portugal preferem pregar em Lisboa ou nas regiões mais desenvolvidas e não nos distritos onde ainda não há nenhuma igreja evangélica. Claro que todos têm o direito de procurar melhor nível de vida noutro Estado do Brasil ou em Portugal, mas nas conversas que tenho com os brasileiros das mais diversas profissões, que imigraram para Portugal, verifico que todos vieram procurar melhor nível de vida, excepto os missionários que se sacrificaram para vir evangelizar Portugal. 2) Mentalidade sectária que o leva a considerar a sua denominação como a melhor ou a mais verdadeira, quando não, a única que pode dar a salvação, levando-o a afastar-se de todas as outras igrejas evangélicas. 3) Pastores que pela sua maneira de pregar e pelo seu temperamento autoritário e conflituoso, tantos problemas arranjaram com as suas igrejas no Brasil, tantas vezes mudaram dum Estado para outro, que apesar do Brasil ser tão grande, conseguiram “acabar o Brasil” e tiveram de vir para Portugal. 4) Jovens que sempre viveram “dentro de suas igrejas”, que nada conhecem do mundo real dos nossos dias e que vêm iludidos para Portugal e outras partes do mundo, pensando organizar uma igreja com base nos cânticos e nos testemunhos, sem a necessária preparação teológica e cultura geral e sem uma profissão para poderem sobreviver. Esses geralmente mantêm-se enquanto houver ajuda econômica das igrejas que os enviaram e regressam ao Brasil quando a ajuda não for suficiente, pois não estão preparados para trabalhar e sobreviver em ambiente secular. Tarde demais, acabam por verificar que os seus planos para organizar uma igreja com base na música, com a mesma facilidade com que o fazem em algumas regiões do Brasil, já não funciona tão bem, em ambientes onde o povo é mais desconfiado, o nível cultural mais elevado e já não há tanta atração pelo folclore musical das nossas igrejas. Também as contas que faziam da sua sobrevivência com os dízimos, já não funciona tão bem como nas regiões mais atrasadas do Brasil. Há missionários que estão há anos em Portugal,

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sem conseguir evangelizar ninguém e não têm iniciativa ou preparação para arranjar um emprego.

3. Missionário ao serviço da Globalização:
Nos últimos tempos, muito se tem falado de globalização, ou mundialização, ou internacionalização, fenômeno para o qual ainda não se arranjou uma definição aceite por todos, mas segundo alguns, não é coisa nova, pois começou nos últimos 500 anos, com as grandes viagens dos navegadores portugueses e espanhóis, que “encurtaram o mundo” e aproximaram povos que antes nem sabiam da existência uns dos outros. Mas é nos últimos tempos, principalmente na década de 80, quando a tecnologia da informática se associou à das telecomunicações, que mais se nota a influência da globalização, que alguém já definiu como a ordem absurda em que o dinheiro é a única pátria, ou desse monstro sem rosto e sem princípios éticos, segundo afirmou o Dr. Mário Soares. Mas afinal, se temos dificuldade em dizer o que é propriamente a globalização, todos sentimos os seus efeitos no mercado de trabalho, nas empresas transnacionais, no meio ambiente, etc. Pessoalmente, penso que a globalização é um fenómeno inevitável neste século que agora se inicia, e é neutra, não é boa nem má, mas infelizmente temos sentido mais as suas características negativas do que as suas vantagens. Já muito se tem escrito sobre o assunto e não é minha intenção acrescentar mais alguma coisa, mas sim relacionar a globalização com o que se está a passar com as nossas igrejas. Será possível estabelecer um paralelo de ideias com o que se passa com o comércio tradicional e as pequenas indústrias que vão sucumbindo sem poder competir com as grandes multinacionais e o que se passa com as nossas igrejas evangélicas? Vejamos algumas afirmações do Prof. Luiz Roberto Lopez no seu artigo “Globalização - A história interativa”. Embora ele se refira à globalização em geral, será que a religião não estará também incluída nessas afirmações? 1) “Globalização implica uniformização de padrões econômicos e culturais em âmbito mundial.” Aconselho a ler o meu artigo “Evangelho e Cultura”. Temos também notado tais efeitos da uniformização cultural e cultual na liturgia e nas pregações, que geralmente têm mais a ver com hábitos culturais do ocidente do que com o genuíno Evangelho de Jesus. Refiro-me tanto às tradições católicas como “evangélicas” ou ortodoxas. Os que se consideram evangélicos, estão prontos a criticar as vestes do sacerdote católico que nada tem a ver com a cultura dos nossos dias, mas defendem o casaco (paletó) e gravata no interior de África ou do Brasil. Por vezes esquecemo-nos de que o nosso Mestre nasceu e viveu na Ásia Menor, onde pregou uma mensagem que nada tem a ver com a cultura do continente europeu ou americano. 2) “Historicamente, ela (a globalização) tem sido indissociável de conceitos como hegemonia e dominação, da qual foi sempre, a inevitável e previsível consequência.” Quase todos os novos movimentos religiosos têm a sua sede na América, como é o caso das testemunhas de Jeová, da igreja Sabatista, e até igrejas que se declaram como independentes, sofrem grande influência das cúpulas americanas, como é o caso das igrejas batistas portuguesas que estão divididas em Convenção e



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Associação, porque as organizações americanas que os apoiaram estão também divididas e ainda mantêm missionários em Portugal. No caso da Convenção Baptista Portuguesa, até as lições de Escola Dominical são traduzidas de revistas americanas, embora com uma certa preocupação com a transculturação nem sempre suficiente. 3) “Ao longo do século XX, a globalização do capital foi conduzindo à globalização da informação e dos padrões culturais e de consumo.” É mais fácil as nossas revistas evangélicas publicarem artigos traduzidos do inglês do que artigos escritos por portugueses ou brasileiros, e em muitos casos, as nossas revistas evangélicas “portuguesas” ou “brasileiras”, têm de passar por uma espécie de censura, antes de ter o “imprimatur” comprovativo de estar conforme o pensamento das elites religiosas, necessário para a sua publicação. Poderíamos também citar a espécie de “cânon” da literatura utilizada ou “aconselhada” em muitos dos nossos Seminários de Teologia. Também, quem se der ao trabalho de folhear os nossos hinários poderá ver qual a percentagem de hinos escritos originariamente em português, quais as traduções e qual a língua original dos hinos. 4) “A informação global é a manipulação da informação para servir aos que controlam a economia global.” Talvez ainda mais perigosa do que a globalização da economia, será a globalização da informação em geral, com suas consequências no pensamento, na ética e também na religião, se é que é possível dissociar todos estes aspectos do nosso pensamento. Penso que as igrejas evangélicas brasileiras têm feito um grande esforço na obra missionária nos últimos anos, atitude digna de louvor, mas nem sempre tais esforços têm sido bem dirigidos, pois muitas vezes encaminham os seus jovens para organizações que embora utilizando nomes como “xxx brasileira” ou “yyy brasileira”, de brasileiras têm somente o nome, pois na realidade são as tais “multinacionais de evangelismo” dirigidas e fortemente controladas por estrangeiros ou “estrangeirados”, ao serviço duma política de direita, geralmente relacionada com o imperialismo norte-americano. Outras organizações utilizam os nomes de “mundial” ou “universal”, mas a sua sede é na América, e se observarmos quem são os seus principais dirigentes ou onde estes estudaram, facilmente se verifica que se trata de mais um “gato escondido com o rabo de fora”. Uma elevada percentagem desses “missionários”, são jovens sem preparação, para quem a obra missionária foi a alternativa ao desemprego, pois as tais “multinacionais de evangelismo” oferecem o título de missionário depois dum “curso de teologia” de cinco meses, nos quais aprendem a apelar à contribuição e ao dízimo e aprendem a escrever cartas muito “espirituais” em que pedem ajuda espiritual, pedem para “segurar a corda”, pedem orações e terminam com a indicação do número da conta bancária. Sob o aspecto econômico, os jovens “missionários” ficam sob a responsabilidade das suas igrejas que têm de garantir a sua subsistência, mas passam a atuar de acordo com a rígida autoridade dessas organizações. Nos novos países, atuam muitas vezes com flagrante desprezo pelas outras culturas que consideram inferiores e tentam denegrir (veja os artigos sobre a Índia), e as igrejas que conseguem implantar, muitas vezes à custa das antigas igrejas evangélicas desses países, ficam sob



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autoridade dessas “multinacionais de evangelismo”, certamente ao serviço duma política de direita, apresentando um “evangelho” ao serviço da globalização. Certamente que os jovens com pouca preparação, serão os mais indicados para tais organizações, principalmente os que não têm uma profissão, pois assim serão pressionados a uma maior lealdade aos seus patrões, e se faltar o apoio econômico de suas igrejas, geralmente regressam ao Brasil, pois não têm uma profissão para que possam sobreviver. Não posso deixar de lançar este alerta aos responsáveis pelas igrejas de todo o nosso mundo lusófono. Parece que esse “monstro sem rosto e sem princípios éticos” a que chamamos de globalização, que já controla as economias dos vários países, está também a apoderar-se das nossas igrejas evangélicas.

4. Qual a solução?
Certamente que a obra missionária não pode parar, bem pelo contrário, deverá ser repensada e incentivada. Mas onde buscar a orientação para a obra missionária dos nossos dias? Como sempre, é na Bíblia, em especial no livro de Atos e nas cartas de Paulo que temos a solução. Referi-me aos dois casos extremos. Por um lado o isolacionismo e por outro o missionário ao serviço da globalização. Mas graças a Deus, que a salutar evangelização e os verdadeiros Missionários ainda existem nos nossos dias. Comecemos por examinar algumas passagens bíblicas. II Coríntios 8:16/19 Mas, graças a Deus, que pôs a mesma solicitude por vós no coração de Tito, pois aceitou a exortação, e muito diligente partiu voluntariamente para vós, e com ele enviamos aquele irmão cujo louvor no evangelho está espalhado em todas as igrejas, e não só isso, mas foi, também escolhido pelas igrejas para companheiro da nossa viagem, nesta graça que por nós é ministrada, para glória do mesmo Senhor, e prontidão do vosso ânimo. Filipenses 2:19/20 E espero no Senhor Jesus que em breve vos mandarei Timóteo, para que também eu esteja de bom ânimo, sabendo dos vossos negócios, porque a ninguém tenho de igual sentimento, que sinceramente cuide do vosso estado. I Tessalonicenses 3:2 E enviamos Timóteo, nosso irmão e ministro de Deus e nosso cooperador no evangelho de Cristo, para vos confortar e vos exortar acerca da vossa fé. II Coríntios 12:17/19 Porventura aproveitei-me de vós por algum daqueles que vos enviei? Roguei a Tito, e enviei com ele um irmão. Porventura Tito se aproveitou de vós? Não andávamos, porventura, no mesmo espírito, sobre as mesmas pisadas? Cuidais que ainda nos desculpamos convosco? Falamos em Cristo perante Deus, e tudo isto, ó amados, para vossa edificação. Poderíamos ainda mencionar Efésios 6:21/22,Aos Colossences 4:7/14..



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Penso que depois duma primeira época em que Paulo e outros apóstolos foram dirigidos somente pelo Espírito Santo nas suas viagens missionárias, seguiu-se uma segunda época, dezenas de anos mais tarde, na história do cristianismo, depois dos anos 50 e 60, em que já havia umas poucas igrejas espalhadas por todas as províncias do grande Império Romano. Estas passagens bíblicas que mencionei, de há quase 2000 anos, referem-se a essa segunda época, em que as igrejas enviavam os seus missionários que eram dirigidos às novas igrejas, sempre com uma espécie de carta de recomendação, numa época em que não havia cartas de correio nem telefones nem internet. Era isso, esse “certificado de qualidade”, que diferenciava os primeiros missionários cristãos dos judaizantes vindos do Templo de Jerusalém. Esse foi também o método utilizado por muitos Missionários brasileiros que vieram trabalhar para Portugal e deram um valioso contributo para o Evangelho, estreitando os laços de amizade e sã cooperação entre as nossas igrejas. E não só do Brasil, pois lembro-me dum jovem casal de missionários americanos me ter dito que vieram enviados por uma pequena igreja americana, não para fundar novas igrejas, mas para oferecer a sua cooperação às igrejas evangélicas portuguesas. Graças a Deus que até na própria América ainda há verdadeiras igrejas evangélicas que não se vergaram perante as pressões da globalização e que sabem ser Igreja nos momentos mais difíceis, como é o caso da Igreja Metodista Americana (Ver o artigo A Paz precisa de uma oportunidade). Um pouco por todo o mundo, ainda há algumas igrejas que sabem ser o sal da terra e a luz do mundo, que sabem ser Igreja, uma referência do pensamento de Cristo para as nações dos nossos dias, enquanto a maioria das igrejas ditas “evangélicas” continua entretida com a preservação das suas tradições litúrgicas e do seu interessante folclore religioso, pairando entre o céu e a terra, como se não estivessem no nosso mundo ou não fossem do nosso tempo, ou já foram absorvidas pela globalização, tornando-se mais um instrumento ao serviço do mais rico ou do mais forte. Os missionários brasileiros com mais preparação que conheço, não vieram como se fossem o D. Quixote do século XXI, para “descobrir” Portugal, mas pelo contrário, eles colocaram-se humildemente ao serviço das suas igrejas no Brasil que contactaram com a mesma denominação em Portugal e sujeitaram-se à visão de evangelização dessas igrejas, tal como Tito ou Timóteo se colocaram à disposição das suas igrejas. Evangelização é obrigação inalienável das igrejas. Não convém que seja ação individual, nem que fique a cargo das “multinacionais de evangelismo”, geralmente influenciadas por motivos políticos e económicos. Muitas vezes se tem apresentado o exemplo de Paulo para justificar que as primeiras igrejas devem ser implantadas nas principais cidades, mas julgo que o principal motivo de Paulo ter implantado igrejas, por exemplo em Hierápolis, Filadélfia, Sardes, Tiatira, Pérgamo Trôade etc, foi simplesmente a via romana que Paulo percorreu e que ligava todas estas cidades, numa época em que as viagens eram difíceis e perigosas. Como resultado dessa precipitada interpretação das Escrituras, lembro-me de que em meados do século passado, em Moçambique, havia várias igrejas de língua portuguesa das várias denominações, todas somente na sua capital, pois todas queriam “seguir o exemplo de Paulo”. Mas as antigas organizações missionárias do protestantismo histórico, organizaram o “Conselho Cristão de Moçambique”, que de



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certa maneira orientava as várias igrejas a evangelizar em determinada área do país, num contexto histórico em que o termo missão pressupunha não só a parte religiosa, como a existência duma escola ou dum pequeno posto de assistência médica. Penso que a obra missionária não pode ignorar as realidades dos vários países, que só as igrejas desses países conhecem bem, assim como a especificidade da nossa época. Como dizia um experiente Missionário brasileiro na Austrália, “... temos de voltar a reanimar o órgão estabelecido por Deus para este trabalho, a igreja local. Não a convenção, não a instituições paralelas, mas somente a igreja”. Camilo - Marinha Grande Janeiro de 2003
 – ELIAS, O TISBITA

1º Trimestre/2013

 
Texto Básico: 1Rs 17:1-7

 
“E  ele lhes disse: Qual era o trajo do homem que vos veio ao encontro e vos falou estas palavras? E eles lhe disseram: Era um homem vestido de pelos e com os lombos cingidos de um cinto de couro. Então, disse ele: É Elias, o tisbita” (2Rs 1:7,8).

 

 

INTRODUÇÃO


Um dos homens mais enigmáticos da Bíblia é, sem dúvida, o profeta Elias. Sobre sua origem poucose sabe, além do fato de que era oriundo de uma localidade citada apenas nos relatos relacionados à sua vida, Tisbi, nos arredores de Gileade. Apesar de sua origem humilde, era um homem que estava diante do Senhor (1Rs 17:1). Estar diante de Deus é a melhor posição para quem deseja ter um ministério frutífero. Quando Acabe se deparou com o profeta Elias, surgido do nada, encontrou uma pessoa simples, vestido de forma simples, com uma mensagem simples, mas que estava, acima de tudo, diante de Deus. Sua mensagem foi direta e contundente; ele foi direto com o rei Acabe, mostrando que Deus estava irritado com as atitudes do monarca.

Acabe acreditava que Baal era o responsável por enviar a chuva e trazer plantações que alimentassem toda a nação. Se isso era verdade, então Israel realmente não precisava do Senhor. Mas Deus estava naquele momento usando Elias para dizer ao rei que o Deus de Israel faria com que a nação passasse por privações por causa de sua idolatria. E a estiagem duraria pelo menos três anos, tempo suficiente para amolecer o coração do povo e mostrar-lhe que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó era o Deus que abençoava o povo com suas dádivas.

Após desafiar o rei, Elias se tornou conhecido em todo o reino, e foi procurado por Jezabel em diversos lugares. A obediência de Elias o preservou em segurança das mãos de Jezabel nos anos de seca, e o preparou para os próximos desafios que iria enfrentar para que o povo retornasse aos caminhos do Senhor. Temos habilidade de imitar esse grande homem de Deus?

I. A IDENTIDADE DE ELIAS


A Bíblia Sagrada não nos dá conhecimento sobre a vida de Elias antes do inicio e seu Ministério, o que vem demonstrar que a Palavra de Deus tem o intuito de revelar aquilo que é pertinente à salvação do homem. Elias aparece nas páginas das Escrituras em 1Reis 17:1 e de forma repentina, sem qualquer explicação, nem mesmo da sua genealogia, como é costumeiro fazer-se quando se trata, pelo menos, de personagens da história de Israel. É apresentado apenas como “Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade”.

Elias foi profeta do Reino do Norte, nos reinados de Acabe e do seu filho Acazias. O nome Elias, que significa “o Senhor é meu Deus”, fala da convicção inabalável que destacou esse profeta (1Rs 18:21,39). A vida dele girou em torno do conflito entre a religião do Senhor e a religião de Baal. Sua missão era levar os israelitas a reconhecerem sua apostasia e reconduzi-los à fidelidade ao Deus de Israel(1Rs 18:21,36,67). Elias era pois um restaurador e um reformador, empenhado em restabelecer o concerto entre Deus e Israel.

Elias tinha um traje característico, diferente daqueles usados pelas pessoas de seu tempo, tanto que bastava a descrição desta vestimenta para identificá-lo, a saber: “…um homem vestido de pêlos e com os lombos cingidos de um cinto de couro…” (cf. 2Rs 1:8). Isto nos dá a entender que Elias deveria ter uma vida mais ou menos retirada da comunidade, uma espécie de “eremita” no deserto. No entanto, embora Elias demonstre, pelos seus trajes e pela forma repentina com que se apresenta na história sagrada, que deveria viver um tanto quanto retirado da comunidade, não é correto dizer que haja respaldo bíblico para dizer que vivia isolado dos demais homens do seu tempo. Pelo que podemos observar do texto sagrado, percebemos que Elias tinha uma relação bem próxima aos chamados “filhos dos profetas”, ou seja, aos jovens que se dedicavam ao estudo da Palavra de Deus e a uma vida de serviço ao Senhor nas “escolas de profetas”, cuja origem remonta aos tempos de Samuel (1Sm 10:5;19:20). Com efeito, as páginas sagradas permitem-nos vislumbrar que Elias tinha um estreito relacionamento com estes grupos (2Rs 2:2,4), sendo até possível que Elias tenha sido uma figura proeminente de tais grupos quando se apresentou ao rei Acabe, o que, aliás, explicaria a facilidade com que tenha conseguido se apresentar ao rei.

Apesar de tão parcos conhecimentos a respeito de Elias antes do início do embate com Acabe, Jezabel e os responsáveis pelo culto de Baal, tais informações já nos são preciosas no sentido de se mostrar que alguém, para ser usado eficazmente pelo Senhor, precisa ter três pontos que havia na vida de Elias: um distanciamento do mundo, fidelidade a Deus e um comprometimento com a Palavra de Deus. Aliás, a fidelidade inabalável de Elias a Deus e o comprometimento com a sua Palavra, faz dele um exemplo de fé, destemor e lealdade a Deus, ante a intensa oposição e perseguição às falsas religiões e aos falsos profetas.

II. O MINISTÉRIO DO PROFETA ELIAS


1.  Sua vocação e chamada. A vocação de Elias é logo percebida quando o vemos colocar Deus como a fonte de suas enunciações proféticas: “Tão certo como vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou” (1Rs 17:1). Em outra passagem bíblica Elias diz que suas ações obedeciam diretamente a uma determinação divina (1Rs 18:36). Somente um profeta chamado diretamente pelo Senhor poderia falar dessa forma.

Mas, o que é vocação? Vocação é o apelo (chamado) de Deus a uma pessoa. Ele faz seu convite a cada pessoa, homem ou mulher, independente de raça, cor, idade, ou posição social. No trabalho do Senhor, é Ele quem sabe verdadeiramente escolher a pessoa certa para a missão que Ele determinar. Quando assim o faz, certamente, o caminho à vitória é certo e inevitável. Elias foi levantado por Deus para transmitir mensagens à nação de Israel(o reino do norte, o reino das dez tribos), à época do rei Acabe, considerada uma das piores do povo de Israel. Nesta época a vida espiritual do povo de Israel estava muito aquém do padrão estabelecido por Deus. Mas, mesmo nos momentos de decadência espiritual, Deus não deixa o seu remanescente sem profeta.

Não é fácil assumir um compromisso tão grande qual esse de Elias. Não sei se hoje existiria alguém com um quilate espiritual e compromisso com a Palavra de Deus à altura. O fato aqui é que Deus quando vocaciona algum servo seu para o desempenho de uma tarefa, seja para confortar ou confrontar, nada poderá se colocar no caminho de Deus. Elias foi enviado para confrontar, não confortar, e transmitiu a mensagem do Senhor a um rei que frequentemente rejeitava sua mensagem só porque ele a trazia. É interessante pensar nos incríveis milagres que Deus realizou através de Elias, mas faríamos bem em enfocar a comunhão que compartilhavam.

O Senhor tem tarefas para fazermos, mesmo quando sentimos medo e fracasso. Embora possamos desejar realizar milagres incríveis para o Senhor, devemos, em vez disso, enfocar o desenvolvimento de nossa comunhão com Ele. O verdadeiro milagre da vida de Elias foi a sua amizade extremamente pessoal com Deus. E este milagre também está disponível a nós.

2. A natureza do Ministério de Elias. A natureza do ministério de Elias é atestada pela inspiração e autoridade que o acompanhavam. Em muitas partes dos livros de Reis encontramos as marcas da inspiração profética no ministério de Elias. Essas são virtudes inerentes ao homem que é vocacionado por Deus à realização de seu serviço. Deus jamais chamaria o seu servo se lhe não dotasse de autoridade e inspiração. Foi assim que aconteceu com os apóstolos no inicio da igreja: Jesus os encheu de poder e inspiração para enfrentar as imensas dificuldades que eles teriam que enfrentar (cf At 1:8).

O primeiro livro de Reis atribui ao profeta Elias sete grandes milagres: faz cessar as chuvas; multiplica a comida da viúva; restaura à vida o filho da viúva; faz descer fogo do céu no monte Carmelo; restaura as chuvas; invoca fogo sobre soldados e divide as águas do Jordão. Assim como Elias predisse, aconteceu! Elias possuía inspiração e autoridade espiritual.  “Mas, não são somente os milagres e a inspiração divina os elementos autenticadores do ministério profético de Elias, o seu caráter também. As palavras de Elias eram autenticadas por suas ações. Os falsos profetas também possuem uma certa margem de acertos em suas predições, todavia as suas práticas distanciadas da Palavra de Deus são quem os desqualificam. Elias, portanto, possuía carisma e caráter. Podemos então dizer que o caráter pode não ter dado fama a Elias, mas com certeza lhe deu nome (1Rs 17.1); pode não lhe ter dado notoriedade, mas certamente lhe conferiu autoridade (1Rs 17.1); não o transformou em herói, mas o fez reconhecido como profeta (1Rs 17:2,3); e fez com que ele enxergasse Deus até mesmo onde aparentemente Ele não estava (1Rs 17:8-9 — foi sustentado por uma mulher, gentia, viúva e pobre)” (pr. José Gonçalves – Porção dobrada, CPAD).

III. ELIAS E A MONARQUIA


Na história do profetismo bíblico, principalmente nos períodos monárquicos dos reinos de Judá e de Israel(reino do Norte), observamos a ação dos profetas exortando, denunciando e repreendendo aos reis (cf 1Rs18:18). O livro de 1Reis mostra que o profeta Elias foi o primeiro a atuar dessa forma.

Elias, profeta do Senhor, natural de Gileade, foi o homem que Deus usou para falar contra as perversidades do reinado de Acabe e de sua mulher - a maléfica Jezabel. A punição de Deus sobre as atrocidades de Jezabel tinha chegado ao extremo. A rainha praticamente havia acabado com quase todos os profetas. O terror era espalhado sobre o reino. Baal tinha sido decretado como o deus de Israel. Para Jezabel a lei era seu desejo, a ordem era seu pensamento. Mas, a Palavra de Deus veio a Elias: “Então Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Vive o Senhor Deus de Israel, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho nem chuva haverá, senão segundo a minha palavra(1Reis 17:1). A ordem de Deus foi imperativa, Elias tinha que chegar até o rei Acabe, e dizer as palavras que o Senhor havia ordenado. Imagine  a revolta de Jezabel, o descrédito, pois quem mandava no reino era ela. Quando Deus ordena alguma coisa para seus servos, não precisamos se preocupar com o futuro; Deus dirige tudo. Começava a punição de Deus através da seca. Foram três anos e meio sem chover. Animais mortos, a plantação não existia mais; a fome e as doenças proliferavam todo Israel.

O reinado de Acabe foi um período crucial para o povo da antiga nação de Israel(reino do Norte). Através da influencia da rainha Jezabel, e dos esforços de seus sacerdotes, o baalismo ameaçava extinguir a adoração a Deus tanto no Reino de Judá como no Reino de Israel. O próprio Acabe se tornou um adorador de Baal e construiu um templo para seu culto em Samaria, que foi ocupado pelas centenas de sacerdotes de Jezabel (1Rs 18:19). Ele construiu uma espécie de símbolo deAserá, uma indicação de que o degradante culto à fertilidade estava instalado em Samaria. De certo modo, ele aparentemente tentou permanecer fiel a Deus (1Rs 21:27-29), mas a adoração a Baal era a sua verdadeira religião. Certamente, era uma época que exigia pessoas corajosas para que a causa do Senhor permanecesse viva, e Deus tinha à sua disposição a coragem de Elias.

Em épocas difíceis Deus levanta homens e mulheres dispostas a enfrentar as mais duras situações, e concede-lhes da sua graça para que cumpram seu ministério. Elias foi um profeta de seu tempo. Ele era uma pessoa disposta a, por Deus, enfrentar diversos desafios. Dentre suas características, encontramos a coragem. Esta fala sobre a intrepidez diante de situações hostis, como no caso do desafio aos profetas de Baal e Astarote (ao todo 850: 450 de Baal de 400 de Astarote – 1Rs 18:19). Aproximar-se do rei e dizer que não haveria chuva por um determinado número de anos e ser sustentado pelos corvos são atitudes que exigem coragem e fé. Restaurar o altar do Senhor e encharcá-lo com água, para que a combustão do sacrifício fosse ainda mais difícil, também exigiu fé e coragem. Como se não bastasse, Elias ainda foi mantido por uma viúva, numa época em que a seca predominava e os recursos dessa mulher eram tão escassos que ela mesma disse que iria preparar a última refeição para ela e seu filho, e depois iriam morrer. Ele simplesmente obedeceu a Deus: Levanta-te, vai para Sarepta, que pertence a Sidom, e habita ali; eis que eu ordenei a uma mulher viúva ali que te sustente”(Rs 17:9). É preciso ter coragem para depender de Deus em situações bastante adversas e crer que Ele é responsável por nos sustentar.

IV. ELIAS E A LITERATURA BÍBLICA


No Antigo Testamento, a história de Elias encontra-se em 1Reis 17:1 até 2Reis 2:11. Ele também é mencionado em 2Crônicas 21:12-15; Malaquias 4:5,6. No Novo Testamento, em Mateus 11:14; 16:14; 17:3-13; 27:47-49; Lucas 1:17; 4:25,26; João 1:19-25; Romanos 11:2-4; Tiago 5:17,18.

CONCLUSÃO


Devemos aprender com Elias a ter disposição, prontidão em fazer a vontade de Deus. Elias não é visto titubear nenhuma vez. Mandado falar a Acabe de que não choveria, sem qualquer resistência atendeu ao chamado do Senhor, como também quando mandado a falar com o rei de que choveria, mesmo sabendo que seria hostilizado, como o foi. E como explicar que enfrentasse um povo totalmente idólatra, com 850 profetas, sozinho? Para Elias, o importante era saber que o que fazia era sob a direção divina. Ao contrário de outros profetas, que têm seu receio e titubeio registrados nas páginas sagradas, Elias é sempre determinado e bem disposto. Devemos ter este comportamento, enquanto salvos na pessoa de Jesus Cristo. Jesus era assim, determinado a cumprir a vontade do Pai (Hb 10:7,9). A propósito, este comportamento é requerido pelo Senhor de todos os Seus servos, apesar das adversidades da vida, pois assim nos diz: “…no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.” (João 16:33b).

Também, com Elias aprendemos que se faz necessário termo uma contínua experiência pessoal com o Senhor. Devemos andar de fé em fé (Rm 1:17), num crescimento espiritual contínuo e ininterrupto. Os santos têm de se aperfeiçoar (Ef 4:12), necessitam crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador (2Pe 3:18). Os justos devem brilhar mais e mais (Pv 4:18). Nosso amor deve aumentar a cada dia (Fp 1:9).

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento).

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.

Revista Ensinador Cristão – nº 53 – CPAD.

A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck.

Comentário Bíblico Beacon, v.2 – CPAD.

Porção Dobrada – Pr. José Gonçalves – CPAD.

FONTE: http://luloure.blogspot.com.br/

M  I  S  S  Õ  E  S

SEGUNDO PESQUISA E ESTATÍSTICA FEITA em Fev/2008

ÍNDICE
1.0 A MISSÃO DA IGREJA PARA COM O MUNDO
1.1 QUEM NECESSITA DO EVANGELHO
1.1.1 O DESAFIO DA EXPLOSÃO DEMOGRÁFICA
1.1.2 O DESAFIO DAS RELIGIÕES NÃO-CRISTÃS
1.1.3 O DESAFIO DO ATEÍSMO
1.2 A URGÊNCIA DA TAREFA DE ALCANÇAR OS PERDIDOS
1.2.1 O DESTINO DOS QUE REJEITAM A CRISTO
1.2.2 O ENSINO DE CRISTO
1.2.3 O ENSINO DE PAULO E PEDRO
1.3    O QUE SIGNIFICA PERDIDO
1.3.1 O PERDIDO PERECERÁ
1.3.2 O PERDIDO SOFRERÁ TORMENTO ETERNO
1.3.3 O PERDIDO SEPARADO DE DEUS
1.3.4 O PERDIDO SOFRERÁ A SEGUNDA MORTE
1.4 A CONDIÇÃO ESPIRITUAL DOS QUE AINDA NÃO OUVIRAM O EVANGELHO
1.4.1 NÃO HÁ UM SEGUNDO PLANO
1.4.2 A NECESSIDADE DA PREGAÇÃO DO EVANGELHO

2.0  EVANGELISMO PESSOAL
2.1  O QUE É EVANGELISMO PESSOAL
2.1.1 GANHAR ALMAS É UMA PESCARIA ESPIRITUAL
2.1.2 GANHAR ALMAS É UMA COLHEITA
2.1.3 GANHAR ALMAS É BUSCAR O PERDIDO
2.1.4 VANTAGENS DO EVANGELISMO PESSOAL
2.2 QUANDO E ONDE REALIZAR EVANGELISMO PESSOAL
2.2.1 VIAGENS EM CONDUÇÃO COLETIVA
2.2.2 EM LARES
2.2.3 LOCAIS PÚBLICOS
2.2.4 EM INSTITUIÇÕES
2.3 COMO GANHAR ALMAS PESSOALMENTE
2.3.1 EXPERIÊNCIA PESSOAL
2.3.2 VIDA CRISTÃ
2.3.3 O CONHECIMENTO
2.3.4 A ATITUDE
2.3.5 A CORAGEM
2.3.6 A ORAÇÃO
2.4 ALGUNS ASPECTOS SINGULARES DO EVANGELISMO PESSOAL
2.4.1 AMIZADES DURADOURAS
2.4.2 AMIZADES DE CURTA DURAÇÃO
2.4.3 CONTATO ÚNICO
2.4.4 CONTEÚDO DOS FOLHETOS

3.0  EVANGELISMO EM MASSA
3.1  O QUE É O EVANGELISMO EM MASSA
3.1.1 JESUS E O EVANGELISMO EM MASSA
3.1.2 A IGREJA PRIMITIVA E O EVANGELISMO EM MASSA
3.2 PREPARAÇÃO E REALIZAÇÃO DE UMA CRUZADA
3.2.1 A IMPORTÂNCIA DA ORAÇÃO
3.2.2 PLANEJAMENTO E FINANÇAS
3.2.3 PUBLICIDADE
3.2.4 MÚSICA
3.2.5 HOSPEDAGEM
3.2.6 LITERATURA E TREINAMENTO PESSOAL
3.2.7 INSTRUÇÕES GERAIS
3.2.8 A PREGAÇÃO
3.2.9 O APELO
3.3 O TRABALHO APÓS A CRUZADA
3.3.1 CONSERVAÇÃO DOS RESULTADOS DA CRUZADA
3.3.2 A NECESSIDADE DE OBREIROS TREINADOS


4.0 MISSÕES TRANSCULTURAIS
4.1 O CHOQUE CULTURAL
4.1.1 ESTÁGIO TURÍSTICO
4.1.2 REJEIÇÃO
4.1.3 SAUDADE
4.1.4 DEPRESSÃO
4.2 SUPERANDO O CHOQUE CULTURAL
4.2.1 PREPARAÇÃO
4.2.2 APRENDENDO UMA NOVA LÍNGUA
4.2.3 ENTENDENDO A CULTURA
4.3 A FUNDAÇÃO DE IGREJAS E SEU ALVO
4.3.1 AUTOGOVERNO
4.3.2 AUTOPROPAGAÇÃO
4.3.3 AUTOSUSTENTO
4.4 O DESCANSO DURANTE O TRABALHO
4.4.1 O EXEMPLO DE JESUS
4.4.2 UM DIA SEMANAL DE DESCANSO
4.4.3 DESCANSO DA PREOCUPAÇÃO FINANCEIRA
4.5 COMO ORAR PELOS MISSIONÁRIOS
4.5.1 ORANDO DIARIAMENTE
4.5.2 ORANDO PELO TRABALHO DO MISSIONÁRIO
4.5.3 ORANDO PELO APRENDIZADO DA LÍNGUA
4.6  CAMPO MISSIONÁRIO / ALCANÇANDO O CENTRO DO MUNDO
4.6.1 O QUE É A JANELA 10 X 40
4.6.2 RELAÇÃO DE PAÍSES DA JANELA 10 X 40
4.6.3 PORQUE ALCANÇAR A JANELA 10 X 40 ?
4.6.4 O QUE PODEMOS FAZER?


I A MISSÃO DA IGREJA PARA COM O MUNDO 

1.1 Quem Necessita Do Evangelho
“... Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda a criatura.” Mc 16:15

Todo o dia morrem aproximadamente 55 mil pessoas no mundo sem conhecer a Jesus Cristo.

A responsabilidade missionária da igreja significa o compromisso permanente da pregação do evangelho.

É a função da igreja. As boas novas do evangelho foram deixadas na terra por Jesus Cristo para toda raça humana, e não apenas para algumas regiões.

1.1.1 O Desafio Da Explosão Demográfica

Ano                            População do mundo
0 (Zero)                      Quando Jesus pregou - 250 milhões.
1500                           500 milhões.
1850                           1 bilhão.
1950                           2 bilhões.
1980                           4 bilhões.
2002                           6 bilhões.

1.1.2 O Desafio Das Religiões Não-Cristãs

Religiões                                Numero  De Adeptos

Muçulmanos.                          1.239.029.000
Hindus.                                   836.543.000
Ateístas.                                 150.804.000
Budistas.                                367.538.000
Sikhs.                                      24.124.000
Judeus.                                   14.670.000
Neo-religionistas.                   104.280.000
Etnoreligionistas.                    234.341.000
Religiões menores.                 401.287.000
Sem religião.                          780.557.000

Total de não cristãos.            4.153.173.000

Total de religiões distintas.    10.200


1.1.3 O Desafio Do Ateísmo

Tabela Comparativa da evolução – Cristianismo X Ateísmo

Ano                Cristianismo              Ateísmo + Sem religião
1900                34,4%                         0,2%
1980                32,8%                         20,8%
*** percentuais da população mundial***

1.2 A Urgência Da Tarefa De Alcançar Os Perdidos.
O que será do perdido se ele não ouvir o evangelho?

VISÃO NECESSÁRIA.
  • Olhar para o mundo sob a perspectiva bíblica.    
  • Saber que Jesus morreu por todos os homens.
  • Conhecer as necessidades do homem e ter a verdadeira consciência sobre as responsabilidades conferidas a você para mudar tal situação.

AMOR PELOS PERDIDOS
  • Uma paixão desenfreada por aqueles que se perdem no mundo.
  • Preocupação autêntica com as pessoas que ainda não foram alcançadas pelo evangelho.
  • Sofrimento e dor quando ouve alguma notícia sobre a situação caótica da raça humana.
  • Sentir a responsabilidade de mudar a situação.

DISPOSIÇÃO NECESSÁRIA.
  • Levantar-se para fazer algo concreto em benefício das pessoas.
  • Não medir esforços para trabalhar na casa de Deus.
  • Estar sempre alegre em saber que tudo aquilo que é feito para a obra de Deus é bom e satisfatório.
  • Não importar-se com resultados imediatos, pois o importante é que o nome do Senhor seja glorificado.
  • Dispor-se a uma vivida responsabilidade de mudar a situação.

1.2.1 O Destino Dos Que Rejeitam a Cristo.
(Salmo 1:6) – Pois o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá.
Quem será Condenado? (João. 3:18) - Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado; porquanto não crê no nome do Unigênito Filho de Deus”)...Somente aqueles que não crerem em Jesus.

O que ocorre com quem não aceitar ao Senhor Jesus?....(João. 3:36) - Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a Ira de Deus sobre ele Permanece”)....A coisa fica muito ruim para o pecador.

Porque a Igreja prega o Evangelho?..(Provérbios 24:11) - Livra os que estão destinados à morte e salva os que são levados para a matança, se os puderes retirar)...Estamos tentando salvar da morte certa os pecadores.

(2 Pedro 3:7) – Ora, os céus que agora existem e a terra, pela mesma palavra, têm sido entesourados para fogo, estando reservados para o Dia do Juízo e destruição dos homens ímpios.

(Apocalipse 20:15) – E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo.

(Apocalipse 21:8) – Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber a segunda morte.

1.2.2 O Ensino De Cristo.
Ninguém expressou maior interesse pela condição da humanidade perdida do que nosso Senhor Jesus Cristo, o qual cumpriu sua missão, oferecendo-se como supremo sacrifício pelo pecado para nos prover salvação. Jesus disse:

(João. 3:16) - Porque DEUS amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.


(João. 3:17.) -  Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas que o mundo fosse salvo por Ele.

(João. 3:18) - Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.

1.2.3 O Ensino De Paulo e Pedro
O apostolo Paulo apresenta um profundo argumento para mostrar, que tanto os gentios como os judeus pecaram e estão sob julgamento divino.

Paulo descreve o estado do homem natural como:
(Efésios 2:1) - E VOS vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados,

(Efésios 2:3) - Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também.

(Efésios 2:12) - Que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo.

CONCLUSÃO:
(V. 2)- mortos nos vossos delitos e pecados.
(V.3) - por natureza, filhos da ira.
(V.12) - não tendo esperança e sem Deus no mundo.

Pedro proclamou:
(Atos. 4:12) - E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.

1.3    O Que Significa Perdido
É o estado em que se encontra todo homem que ainda não encontrou o caminho da salvação, são aqueles que não trilham as veredas da justiça.

Jesus disse:
(Mateus 7:13) - Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;

(Mateus 7:14) - E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.


1.3.1 O Perdido Perecerá.
Perecer significa tornar-se inútil e sem esperança.

(João 3:16) - Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

1.3.2 O Perdido Sofrerá Tormento Eterno
(Lucas 16:23) - E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio.

O inferno é um lugar em que o ser humano permanece plenamente consciente e onde o conhecimento e as memórias não se extinguirão.

1.3.3 O Perdido Separado De Deus Eternamente.

Que palavras terríveis os perdidos ouvirão um dia, de Cristo:
(Mateus 25:41) - Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos.

1.3.4 O Perdido Sofrerá A Segunda Morte
Ou morte espiritual, que afasta para sempre a oportunidade do homem conhecer a vida eterna e de ter comunhão com Deus.

(Apocalipse 21:8) -  Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte.

Habitará nas trevas exteriores onde há pranto e ranger de dentes.

(Mateus 25:30) - Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.

1.4 A Condição Espiritual Dos Que Ainda Não Ouviram O Evangelho
Existe uma crença de que o homem não está perdido enquanto não rejeita o evangelho, outros alegam de maneira erronia que Deus tem um segundo plano de salvação para estas pessoas.

1.4.1 Não há um segundo plano
Se o pecador não está perdido, porquanto ainda não ouviu o evangelho, conclui-se que devemos encerrar todo o trabalho evangelístico, pois estamos causando a perdição de muita gente, melhor seria permanecer no estado de inocência, ao invés de ter que enfrentar a escolha de aceitar ou rejeitar a mensagem de salvação.

Não há um segundo plano, após a morte segue-se o juízo.

(Hebreus 9:27) - E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo.


População Indígena no Brasil
200.000 índios.
200 tribos.
168 línguas diferentes.

Nordeste: 15 tribos, 10 não dispõem de trabalho missionário.

Parque Nacional do Xingu: 15 tribos, 12 não dispõem de trabalho missionário.

Rondônia: 20 tribos, 13 não dispõem trabalho missionário.

1.4.2 A Necessidade Da Pregação Do Evangelho
O apóstolo Paulo declara:

(Romanos 10:13) - Porque todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo.

(Romanos 10:14) - Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue?

(Romanos 10:15) - E como pregarão, se não forem enviados? como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas.

A palavra de Deus deixa claro que, mesmo que não tenha ouvido a mensagem de salvação, em morrendo, a pessoa está perdida.

Tais pessoas serão julgadas segundo a equidade de Deus.

Pois a Própria Natureza é uma aberta mostrando o Criador e ficam pois inescusáveis diante de Deus.

(Romanos 1:19) - Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou.

(Romanos 1:20) - Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;


II. EVANGELISMO PESSOAL

2.1  O Que É Evangelismo Pessoal?
Evangelismo é o ato de levar boas novas com estratégia e técnicas.

Evangelizar é apresentar Jesus Cristo, o Filho de Deus, como único e exclusivo Salvador, é também um ato de amor para com o próximo.

O evangelho de João é o que mais destaca esta atividade de Jesus.

Capítulo 1 – Jesus levou André para sua casa, e quando este saiu, havia aceitado como o seu Messias.

Capítulo III – Jesus passou parte de uma noite revelando o plano de salvação a
uma só pessoa: Nicodemos.

Capítulo IV – Jesus passou a sua hora do almoço anunciando o evangelho a
uma mulher samaritana.

Capítulo V – Jesus parou junto ao tanque de Betesda para dar atenção a um
homem paralítico.

2.1.1 Ganhar Almas É Uma Pescaria Espiritual
Jesus disse:
(Lucas 5:10) - E, de igual modo, também de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão. E disse Jesus a Simão:    Não temas; de agora em diante serás pescador de homens.

O verbo pescar, como aqui usado, quer dizer no original grego pegar vivo.

O objetivo da igreja é trabalhar para libertar as vidas aprisionadas por satanás e conduzi-las à liberdade do Reino de Deus.

(Romanos 14:17) - Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.

2.1.2 Ganhar almas é uma colheita
Jesus preveniu os discípulos:

(Mateus 9:38) - Rogai, pois, ao Senhor da seara, que mande ceifeiros para a sua seara.

A tarefa não é fácil; as horas de labor são muitas e cansativas; mas a colheita significa almas ganhas para a vida eterna.

O salmista declara:

(Salmos 126:5) - Os que semeiam em lágrimas segarão com alegria.

(Salmos 126:6) - Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos.

2.1.3 Ganhar Almas É Buscar O Perdido
No evangelho de Lucas 15, Jesus falando por parábolas faz algumas comparações para apresentar a alma perdida e o seu resgatador.

1 – Uma ovelha perdida e o pastor que a busca;
2 – Uma moeda perdia e a sua dona que a procura;
3 – Um filho pródigo e seu pai que o espera.

(Lucas 19:10) - Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.

O Primeiro Passo é aprendermos com Jesus, que temos que nos interessar pelos outros se quisermos que eles se interessem pelo que temos a falar.

O sentimento que nos leva ao interesse pelas pessoas que não conhecem o evangelho é a compaixão.
O segundo passo é despertarmos a curiosidade das pessoas, agindo de forma diferente do mundo, para que as pessoas enxerguem:

- uma vida irrepreensível de um legítimo filho de Deus – Fl 2:14-15;
- uma fé inabalável – I Pe 1:7-9;
- as boas obras que glorificam a Deus – Mt 5:13-16;
- a nossa união, como corpo de Cristo – Jo 17:21.

O Terceiro Passo é a palavra certa no tempo oportuno, isto é um trabalho de dependência do Espírito Santo, nos capacitando com poder, autoridade e
sabedoria para evangelizar. At 1:8.

O Quarto  Passo para levar um pecador a Jesus é anunciar as boas novas, isto
Abrange:
- Necessidade de salvação – Rm 3:23;
- Possibilidade de salvação – Jo 3:16;
- Perdão de pecados – I Jo 1:9;
- Vida abundante – Jo 10:10.

O Quinto Passo é orar pelas pessoas. I Tm 2:1,3,4.

IMPORTANTE: Evangelizar não é se fazer juizo das pessoas.

Condenar uma pessoa pelos seus maus feitos, muitas vezes, poderá fechar a porta da oportunidade para evangelizá-la.

Lembremos que ser cristão é muito mais do que seguir algumas regras.

2.1.4 Vantagens Do Evangelismo Pessoal
- Mensagem própria condizente com a condição espiritual da pessoa.

- A mensagem é pregada no ambiente da pessoa, pois muitas pessoas nunca entrariam num templo para assistir um culto, por vários motivos: preconceito, falta de interesse, falsos boatos, por proibição e etc.

2.2 Quando E Onde Realizar Evangelismo Pessoal
Não há momento específico para se evangelizar, qualquer hora é o momento, a bíblia nos fala dos tempos:
- Agora – At 17:30;
- Hoje – Hb 3:7;
- Todos os dias – At 5:42

Consideramos quatro oportunidades muito comuns, mas isso não significa que o trabalho deve se limitar somente aos lugares e ocasiões aqui citados:

2.2.1 Viagens Em Condução Coletiva
Muitas pessoas sentem-se mais à vontade para conversar enquanto viajam porque têm tempo à disposição. At 8:26-39.

2.2.2 Em Lares
Nos dias atuais parece que está havendo um novo interesse por estudos bíblicos e oração conjunta nos lares.

O crente pode oferecer sua própria casa para realização de estudos bíblicos, ou pedir a um amigo descrente ter um desses estudos em sua casa. At 20:20.

2.2.3 Locais Públicos
O ganhador de almas deve usar de tato para que não se torne inoportuno e não venha a interferir na atividade de quem ele deseja evangelizar.

Nunca chamar a atenção dos presentes, querendo prevalecer sua opinião, nem iniciar uma discussão acalorada. Mc 2:14

2.2.4 Em Instituições
Hospitais, escolas, penitenciárias, orfanatos e asilos, oferecem excelentes oportunidades para evangelismo pessoal.

Nestes lugares, sendo permitido, deve-se realizar rápidas reuniões de evangelismo pessoal.

2.3 Como Ganhar Almas Pessoalmente 
Como o ganhador de almas executa o seu trabalho?

Ter entusiasmo e disposição, mas não preparo, resultará em fracasso.

2.3.1 Experiência Pessoal
Deve estar preparado para explanar seu testemunho pessoal de salvação e para responder perguntas como: “Você acaba de me dizer que devo aceitar Jesus como meu Salvador pessoal.

“Agora quero saber o que esta experiência realizou na sua vida.”

2.3.2 Vida Cristã
Deve ter uma vida cristã acima de qualquer suspeita, senão todas as palavras de sabedoria e argumentação serão vãs se o ouvinte sabe que ele é um hipócrita.

2.3.3 O Conhecimento
Deve estar fundamentado na fé, ter um conhecimento básico da palavra e saber no que crê e por que crê.

A falta de preparo poderá trazer dificuldades para si mesmo e para sua igreja, além de
deixar confusa a pessoa com quem irá tratar.

2.3.4 A Atitude
Deve sentir profundo amor pelos perdidos, este amor abrirá muitas oportunidades.

Este trabalho não terá resultados permanentes se a preocupação for ganhar louvor dos homens.

2.3.5 A Coragem
Deve estar preparado para o dia da rejeição e mesmo da perseguição, nem todos aplaudirão os esforços e dedicação, uma pessoa poderá rejeitar inúmeras vezes antes de mostrar-se interessada.

2.3.6 A oração
Deve saber que não terá sucesso na conquista das almas se não for com oração, a batalha não é carnal, não é intelecto luta contra intelecto.

A batalha é espiritual e somente no poder do Espírito Santo pode-se sair vitorioso.

2.4 Alguns Aspectos Singulares Do Evangelismo Pessoal
O tempo disponível do crente deve definir o tipo de abordagem produtiva no evangelismo pessoal, geralmente a abordagem mais duradoura requer mais paciência, porém poderá ser mais frutífera.

2.4.1 Amizades Duradouras
se o tempo disponível for indefinido, é bom estabelecer primeiro uma sólida amizade, posteriormente essa pessoa estará mais disposta a ouvir o que você tem para dizer.

Quando se trata de amizade duradoura, o pecador ficará mais impressionado em ver
Jesus na vida do crente, em todos seus aspectos da vida, vinte e quatro horas por dia.

2.4.2 Amizades De Curta Duração
Se o tempo está limitado a algumas horas é melhor primeiro abordar um ponto de interesse comum, deste ponto o crente poderá estabelecer um relacionamento social e daí entrar no assunto da salvação, sempre confiado na direção do Espírito Santo.

Se a pessoa não quiser fazer sua decisão de seguir a Jesus naquele instante, é melhor fazê-la entender que não rejeitou ao Senhor definitivamente, incentive a procurar uma igreja onde possa receber ajuda espiritual.

2.4.3 Contato Único
Se o tempo disponível é extremamente curto, o método mais eficaz é o de deixar com a pessoa uma mensagem impressa.

Multidões têm sido conduzidas à salvação por intermédio da mensagem impressa.

Essa literatura deve estar identificada com uma referência onde a pessoa poderá encontrar uma ajuda espiritual.

2.4.4 Conteúdo Dos Folhetos
Nunca distribua um folheto sem primeiro ler cada palavra para certificar se o conteúdo é totalmente bíblico.

Esta certificação será válida se a instituição for notoriamente idônea e defensora da fé cristã.


III. EVANGELISMO EM MASSA

3.1  O Que É O Evangelismo Em Massa
O evangelismo em massa é comumente usado em se tratando de cruzadas ou campanhas realizadas com o interesse de despertar os perdidos de uma comunidade inteira para a salvação.

3.1.1 Jesus E O Evangelismo Em Massa
 Jesus ministrou muitas vezes às massas:

1. Em Samaria – Jo 4:40
2. Na Galiléia – Mt 4:23-25
3. Mar da Galiléia – Mc 4:1-4
4. Num lugar deserto – Mt 14:13,14
5. No além-Jordão – Jo 10:40,41
6. Em Genezaré – Mt 14:34-36
7. Em Jericó – Lc 18:35-37

3.1.2 A Igreja Primitiva E O Evangelismo Em Massa
Após receberem o batismo do Espírito Santo, os discípulos foram as ruas e pregaram a multidões compostas de judeus, provindos de todas as nações da terra

(Atos 2:5) - E em Jerusalém estavam habitando judeus, homens religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu.
(Atos 2:6) - E, quando aquele som ocorreu, ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua.

O resultado foi três mil convertidos agregados à Igreja.

3.2 Preparação E Realização De Uma Cruzada
Se for possível participar de cruzadas de conhecidos evangelistas que já têm realizado este trabalho, observando toda a campanha e vendo como se leva a efeito uma cruzada evangelística.

3.2.1 A importância Da Oração
Oração intercessora deve começar meses antes.

(2 Tessalonicenses 3:1) - NO demais, irmãos, rogai por nós, para que a palavra do Senhor tenha livre curso e seja glorificada, como também o é entre vós;


3.2.2 Planejamento E Finanças
Designar uma comissão de finanças para providenciar recursos para o local, publicidade, som e demais infra-estrutura.

3.2.3 Publicidade
O plano de publicidade deve ser feito com meses de antecedência (jornal, revistas, cartazes, rádio, folhetos, televisão, internet.

3.2.4 Música
Meses de ensaio para bandas, conjuntos, orquestras e corais, para que se apresentem muito bem.

3.2.5 Hospedagem
Prover para o evangelista, sua equipe, crentes de cidades vizinhas.

3.2.6 Literatura E Treinamento Pessoal
As literaturas que serão distribuídas devem passar pela supervisão do pastor e do evangelista.

Deve existir um treinamento para os cooperadores, conselheiros e acomodadores para ajudar na manutenção da ordem e cuidar dos novos convertidos.

3.2.7 Instruções Gerais
Toda prioridade girará em torno de alcançar os perdidos com a mensagem da salvação, por isso tudo que for dispensável deve ser posto de lado.

O programa deve visar só uma coisa: o momento que a palavra for pregada.

3.2.8 A Pregação
Deve consistir de mensagem direta e simples quanto à salvação, de modo que o pecador possa entendê-la.

3.2.9 O Apelo
Durante o apelo, os obreiros da plataforma devem estar em seus postos, pois muitos pecadores vão à frente se um crente se oferece para acompanhá-lo.

3.3 O Trabalho Após A Cruzada
Uma das coisas que mais desgasta um evangelista é voltar ao lugar onde realizou uma cruzada bem sucedida e descobrir que a colheita das almas não foi preservada.

3.3.1 Conservação Dos Resultados Da Cruzada
Os novos convertidos precisam realmente ser assistidos e visitados, senão grande parte não aparecem mais na igreja e voltam para o mundo.

3.3.2 A Necessidade De Obreiros Treinados
Os novos convertidos necessitam cultos especiais com instrução apropriada.

Obreiros podem realizar culto devocional doméstico na casa dos novos convertidos até estarem preparados para participarem dos trabalhos da igreja.


IV. MISSÕES TRANSCULTURAIS

4.1 O Choque Cultural

4.1.1 Estágio Turístico
Tudo para o missionário é exótico e impressionante, depois de meses, finalmente chegou à terra estranha, suas cartas são cheias de informações, ele se deleita com o campo.

4.1.2 Estágio Da Rejeição
O encanto da novidade acabou, agora compreende melhor a realidade no seu novo lar, isto passa a incomodá-lo, tudo se torna cansativo, preocupante e não tem mais alegria.

4.1.3 Estágio da Saudade
Da vida familiar, de sua casa, de sua comida predileta e dos bons tempos vividos em seu país.

4.1.4 Estágio da Depressão
Quando não supera o estágio da saudade.

A pessoa poderá ser acometida por doenças físicas e provavelmente voltará para seu
país natal.
4.2.1 Preparação
Sabendo do choque cultural procura conhecer tudo sobre a cultura e história do país para onde está sendo enviado antes de sua partida.

O missionário aprende que uma cultura diferente não quer dizer melhor ou pior.

4.2.2 Aprendendo Uma Nova Língua
Há obreiros que estão tão ansiosos para pregar ao povo de um novo país, que contratam um intérprete e deixam de estudar a língua nacional, essas improvisações tem curto efeito.

4.2.3 Entendendo a cultura
É importante compreender porque o povo de uma cultura comporta-se de modo diferente, o que parece ridículo sem a devida compreensão pode ter razões justas.

Exemplo: Na Bolívia para tirar a carteira de motorista é necessário dar ré num carro, subir ladeira e fazer curvas.

Viajando pelos Andes entende-se facilmente a lógica disso.

4.3 A fundação de Igrejas e seu alvo
A maioria  dos missionários vão para o campo com a responsabilidade de fundar igrejas, isto é, abrir trabalhos que logo se tornarão igrejas.

Se o missionário não conhecer a fundo a estrutura e funcionamento de uma igreja, terá dificuldades para estabelecer seu objetivo.

4.3.1 Autogoverno
A disposição do missionário  preparar obreiros novos convertidos na doutrina da palavra de Deus e po-los  na direção, influindo cada vez menos com suas opiniões deve ser o objetivo principal de seu ministério.

Se já existe uma igreja nacional bem estabelecida no país, o missionário deve trabalhar juntamente com ela, talvez no ensino ou no campo evangelístico.

4.3.2 Autopropagação
Os missionários devem com paciência ensinar como deve ser a condução da igreja para que na sua ausência o trabalho continue normalmente e propague-se por si próprio.

4.3.3 Autosustenho
O missionário deve fazer com que o trabalho cuide do seu próprio sustento (construção de templos, compra de mobília e etc.)

4.4 O Descanso Durante O Trabalho
Há uma idéia errônea de que o missionário deve dar o máximo de si, todo tempo, até esgotar-se, por causa desse absurdo, há missionários e outros obreiros em geral que não se alimentam direito, não dormem bem nem descansam, inclusive descanso mental.

4.4.1 O Exemplo Do Senhor Jesus
(Marcos 6:31) - E ele disse-lhes: Vinde vós, aqui à parte, a um lugar deserto, e repousai um pouco. Porque havia muitos que iam e vinham, e não tinham tempo para comer.

Jesus dormiu num barco durante a travessia do Mar da Galiléia.

(Lucas 8:23) - E, navegando eles, adormeceu; e sobreveio uma tempestade de vento no lago, e enchiam-se de água, estando em perigo.

Deus, o Criador do homem, conhecendo as limitações e necessidades deste, providenciou um período de descanso semanal.

4.4.2 Um Dia Semanal De Descanso
Normalmente no sábado (descanso do judeu) ou no domingo (descanso do cristão), o missionário estará ocupado com as atividades do dia do Senhor.

Então deve reservar outro dia da semana para o necessário descanso, caso contrário poderá se aborrecer com aqueles que lhe são mais caros – sua família.

4.4.3 Descanso Da Preocupação Financeira
Descanso da preocupação financeira: Outra área de descanso do obreiro, tem a ver com a igreja que o enviou, que também deve cuidar bem dele financeiramente, para que ele e sua família não vivam em aperto de toda espécie, principalmente não esquecendo de enviar seu sustento mensal.

4.5 Como Orar Pelos Missionários
Orando diariamente

1º Dia: - Relacionamento com Deus
Ore por uma vida de oração e comunhão com a Palavra
Ore por enchimento do Espírito Santo
Ore por maturidade e crescimento na graça
Ore por vitória sobre Satanás e a carne

2º Dia: - Vida Física e Emocional
Ore por boa saúde
Ore por segurança
Ore por libertação do desencorajamento, solidão e depressão

3º Dia: - Família do Missionário
Ore pelo relacionamento conjugal
Ore pelos filhos
Ore pelos parentes em casa (pais, irmãos, etc.)
Ore por uma vida familiar que sirva de exemplo

4º Dia: - Habilidade para Comunicar
Ore pela contínua compreensão da língua
Ore por adaptação à cultura nativa

5º Dia: - Ministério do Missionário
Ore por coragem, por portas abertas e por corações abertas
Ore por capacitação do Espírito Santo e um serviço frutífero

6º Dia: - Companheiros de Trabalho
Ore pelo relacionamento com outros missionários
Ore pelo relacionamento com os crentes nativos

7º Dia: - País de Trabalho
Ore pela situação política
Ore pelo governo e seus líderes
Ore pelos vistos e pela continuidade das portas abertas
Ore por liberdade para expansão da pregação do Evangelho por todo o país
Ore para que o clima de resposta ao Evangelho seja aquecido
Orando pelo trabalho do missionário
Cl 4:3-4 Ore para que portas sejam abertas e a mensagem seja clara
Ef 6:19-20 Ore por coragem (não temeridade)
II Ts 3:1 Ore para que a Palavra se espalhe e seja glorificada
I Co 3:6 Ore para que a necessidade de fé no missionário seja totalmente suprida
Tg 1:5-6 Ore por sabedoria no lidar com incrédulos, colegas de ministério e família
I Co 2:16 Ore para que o missionário compreenda claramente a situação do campo
Jo 13:35 Ore para que o seu amor cresça e o perdão abunde
I Co 7:20 Ore para que tenha alegria no trabalho dia-a-dia
Fl 4:11-13 Ore para que ele possa se sentir em casa (no campo)
I Tm 4:16 Ore por pureza de vida
Hb 11 Ore por vitória
Mc 1:35 Ore por tempo

4.5.3 Orando Pelo Aprendizado Da Língua
1. Ore por habilidade para aprender a língua
2. Ore por capacidade de concentração
3. Ore para que as mentes estejam atentas
4. Ore por capacitação para ouvir
5. Ore por capacitação (clareza, segurança) para comunicar no novo idioma.
6. Ore para que o missionário desenvolva amor pelo idioma nativo Campo missionário / Alcançando o centro do mundo

4.6  Campo Missionário / Alcançando O Centro Do Mundo

4.6.1 O Que É A Janela 10 x 40
É no centro do nosso mundo que vive um expressivo número de povos não alcançados, num espaço comparado a uma janela retangular, identificado como “Janela 10/40”.

Antes era conhecido como “Cinturão de Resistência”.

Essa janela se estende desde o oeste da África até o leste da Ásia, sendo 10 a 40 graus ao norte do Equador.

Essa região especifica começa a ser conhecida como “Janela 10/40”.

É um ajuntamento do mundo muçulmano, hindu e budista, onde vivem bilhões de almas empobrecidas no seu espírito.

Ao nos aproximarmos ao final dos tempos, é imperativo que nossos recursos estejam focalizados sobre os povos que habitam a “Janela 10/40”.

Se nós estamos seriamente comprometidos em prover uma oportunidade efetiva para que cada pessoa tenha uma experiência com a verdade do Salvador Jesus, não podemos ignorar as constrangedoras realidades desta região.


4.6.2 Relação De Países Da Janela 10 x 40

Nome do País População     Número de Cristãos             Religião Principal

Afeganistão                            22,5 Milhões                          1,5 Mil Islamismo
Arábia Saudita                       21,0 Milhões                          777,0 Mil Islamismo
Argélia                                   30,8 Milhões                          92,40 Mil Islamismo
Azerbaijão                              8,1 Milhões                           372,6 Mil Islamismo
Bangladesh                            140,4 Milhões                       568,2 Mil Islamismo
Barein                                     600 Mil                                  63,0 Mil Islamismo
Benin                                      6,4 Milhões                           1,8 Milhão Religiões Étnicas
Burkina-Fasso                        11,9 Milhões               2,0 Milhões Islamismo
Brunei                                                                                   Islamismo
Butão                                     2,1 Milhões                            7.0 Mil Budismo
Camboja                                 13,4 Milhões                          42,4 Mil Budismo
Catar                                      600 Mil                                   35,9 Mil Islamismo
Cazaquistão                            16,1 Milhões                          4,3 Milhões Islamismo
Chade                                                8,1 Milhões                            2,7 Milhões Islamismo
China                                      1,3 Bilhão                              101,0 Milhões Sem Religião
Coréia do Norte                     22,4 Milhões                          144,2 Mil Sem Religião
Coréia do Sul                         47,1 Milhões                          19,2 Milhões Cristianismo
Djibuti                                    600 Mil                                   0 Islamismo
Egito                                      69,1 Milhões                         9,7 Milhões Islamismo
Emirados Árabes                    2,7 Milhões                            299,7 Mil Islamismo
Eritréia                                   3,8 Milhões                            2,0 Milhões Cristianismo
Etiópia                                    64,5 Milhões                          37,2 Milhões Cristianismo
Filipinas                                  77,1 Milhões                          69,2 Milhões Cristianismo
Gâmbia                                   1,3 Milhão                              48,1 Mil Islamismo
Grécia                                                10,6 Milhões                          10,0 Milhões Cristianismo
Guiné                                     8,3 Milhões                            373,5 Mil Islamismo
Guiné-Bissau                          1,2 Milhão                              158,4 Mil Religiões Étnicas
Iêmen                                     19,1 Milhões                          11,5 Mil Islamismo
Índia                                       1,025 Bilhão                           63,5 Milhões Hinduísmo
Irã                                           71,4 Milhões                          285,0 Mil Islamismo
Iraque                                     23,6 Milhões                          778,8 Mil Islamismo
Israel                                      6,2 Milhões                            359,6 Mil Judaísmo
Japão                                      127,3 Milhões                        4,6 Milhões Budismo
Jordânia                                  5,1 Milhões                                        239,2 Mil Islamismo
Kuweit                                   2,0 Milhões                                        254,0 Mil Islamismo
Laos                                        5,4 Milhões                                        82,6 Mil Budismo
Líbano                                    3,6 Milhões                             2,1 Milhões Islamismo
Líbia                                       5,4 Milhões                                        189,0 Mil Islamismo
Malásia                                   22,6 Milhões                          1,9 Milhões Islamismo
Maldivas                                 300 Mil                                              0,3 Mil Islamismo
Mali                                        11,7 Milhões                                      234,0 Mil Islamismo
Marrocos                                30,4 Milhões                                      48,6 Mil Islamismo
Mauritânia                              2,7 Milhões                                        7,2 Mil Islamismo
Mianmar                                 48,4 Milhões                                      4,0 Milhões Budismo
Nepal                                      23,6 Milhões                                      136,9 Mil Hinduísmo
Níger                                      11,2 Milhões                                      67,2 Mil Islamismo
Nigéria                                    116,9 Milhões                        53,7 Milhões Cristianismo
Omã                                        2,6 Milhões                                        127,4 Mil Islamismo
Paquistão                                145,0 Milhões                        2,5 Milhões Islamismo
Senegal                                   9,7 Milhões                                        533,5 Mil Islamismo
Síria                                        16,6 Milhões                                      1,3 Milhão Islamismo
Sri Lanka                                19,1 Milhões                                      1,8 Milhão Budismo
Sudão                                     31,8 Milhões                           5,3 Milhões Islamismo
Tadjiquistão                            6,1 Milhões                                        256,2 Mil Islamismo
Tailândia                                 63,6 Milhões                                      1,3 Milhão Budismo
Taiwan                                    22,1 Milhões               1,4 Milhão Religiões Chinesas
Tunísia                                    9,6 Milhões                                        48,0 Mil Islamismo
Turcomenistão                        4,8 Milhões                                        273,6 Mil Islamismo
Turquia                                   67,7 Milhões                                      135,4 Mil Islamismo
Uzbequistão                           25,3 Milhões                                      1,2 Milhão Islamismo
Vietnã                                                79,2 Milhões                                      6,6 Milhões Budismo
Nome do País População     Número de Cristãos                         Religião Principal


4.6.3 Porque Alcançar A Janela 10 x 40 ?

Primeiro Motivo:
2/3 Das pessoas do mundo vivem nesta região..

Veja estes números:

A. São 61 países menos evangelizados

B. Mais de 3,2 bilhões de pessoas.

C. 57% da população do mundo.

D. 6% de toda a força missionária transcultural.

E. A grande maioria da população é formada pelas 3 maiores religiões: Mulçumanos, Hindus e Budistas.


Segundo Motivo:
99% Dos pobres menos evangelizados estão nesta região

A. A cada 10 pobres na Terra, 8 estão na janela 10 x 40.

B. 22 Países mais pobres tem uma renda de menos de US$ 500 / por pessoa.

Uma missionária que viveu no Norte da África foi convidada para almoçar com uma família: duas folhas de alface com certo tipo de tempero.

Voltou para casa chorando porque tinha o que comer, mas aquela família tinha somente aquela folha de alface.

4.6.4 O Que Podemos Fazer?
Isso é evidente. As forças de Satanás têm grande poder e irão resistir a todo intento de triunfarmos.

Se nós estamos em luta no território de Satanás, devemos nos revestir da armadura de Deus e lutar com armas próprias da batalha espiritual descritas em Efésios 6.

Depender de outras coisas é total insensatez.

O foco da ação missionária da Igreja Cristã há 200 anos foi concentrado nas regiões costeiras do mundo.
Um século depois, os esforços concentram-se nas regiões interioranas dos continentes.

Com o passar dos anos, o foco foi direcionado aos grupos e pessoas e suas etnias.
Mais recentemente, as megalópolis têm sido o ponto de concentração da ação missionária da igreja.

Hoje, com o terceiro milênio se aproximando, devemos concentrar nossos esforços na “Janela 10 x 40”.

É claro que isso nos faz rever prioridades.

Devemos encontrar a melhor maneira de inovar caminhos para alcançar com o amor de Cristo bilhões de pessoas que vivem na “Janela 10 x 40”.

Devemos mobilizar um maciço grupo de oração que focalize a “Janela 10 x 40” com suas súplicas intercessoras.

Contudo, isso deve ser claramente entendido que a concentração na “Janela 10 x 40”, não deve cessar o trabalho do Senhor ao redor do mundo.

Os missionários devem esforçar-se em evangelização, treinamento, ajuda e implantação de igrejas, cruzando culturas, sem nada que os impeça.

Se nós estamos crendo nas Escrituras, obedecendo ao mandamento de Cristo e não estamos esmorecendo em plantar igrejas em todo lugar, conseguiremos o centro do mundo na “Janela 10 x 40”.

Que Deus nos encha de intrepidez, sabedoria e energia para assumirmos a nossa parte nesse grande desafio.


FRASE

Os navios estão a salvo nos portos, mas não foi para ficar ancorados que eles
foram feitos.     (Grace Murray Hopper)

MARCOS ACIOLE –RJ
PR.PALESTRANTE DE CONFERÊNCIAS MISSIONÁRIAS
Email da revista para anunciar acprodarte@gmail.com
Email para convites ao -Pastor Cantor Conferencista/PALESTRAS/agendas e COBERTURA DE EVENTOS Marcos.aciole@gmail.com

Para maiores esclarecimentos e dúvidas a Revista Acprodarte indica o colaborador de estudos parceiro o irmão: Email:José Carlos jcmsolrac@uol.com.br








  

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